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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

UMBERTO BRUSSOLO

1877 - 1938

Nascido em Veneza Itália, no dia 30 de junho de 1877, veio para o Brasil em 1889. Sua desencarnação ocorreu em São Paulo, no dia 8 de setembro de 1938.

Numerosos seareiros espíritas das primeiras horas, embora tivessem desempenhado tarefas relevantes, tiveram seus nomes esquecidos pelos homens, entretanto, é indubitável que nos planos espirituais, as missões que desenvolveram na Terra ficassem registradas de forma indelével.

Dentre esses missionários houve um que, durante mais de um quarto de século, desenvolveu em São Paulo, missão de grande envergadura, fazendo com que seu nome se projetasse e se impusesse ao respeito e à admiração de todos. Ele foi amigo e companheiro de luta de velhos propagadores e eminentes vultos do Espiritismo, dentre outros Caírbar Schutel, Militão Pacheco, Lameira de Andrade, Jacques Motolá e Pedro de Camargo (Vinícius).

Referimo-nos a Umberto Brussolo, um italiano que escolheu o Brasil como sua segunda pátria e que aqui se integrou resolutamente, de corpo e alma, dando o testemunho de sua fé inquebrantável na elevada destinação do nosso país, como Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.

Umberto Brussolo casou-se no ano de 1897 com D. Maria Peruchi, tendo dessa união seis filhos. Ele encarava a arte como eficiente meio de divulgação do Espiritismo e, por isso, tornou-se, artista teatral que era, um entusiasta do Teatro Espírita, escrevendo peças, orientando e preparando atores e dirigindo as apresentações. Ele próprio idealizava os cenários, levando avante as várias peças teatrais, projetando seu nome nesse campo de atividade. Muitas sociedades que realizavam festivais de fundo teatral, procuravam Brussolo para que lhes recomendasse o gênero de peça mais adequado para a finalidade.

Não satisfeito em militar nesse campo, também contribuiu para melhor divulgação da imprensa espírita, principalmente através da difusão de "O Clarim" e da "Revista Internacional de Espiritismo", ambos fundados por Caírbar Schutel. Nesses órgãos, além de ensaiar a publicação de vários artigos doutrinários, promovia também a divulgação dos mesmos, levando-os a numerosos lares da Capital paulista, os quais, devido à sua insistência e idealismo, passavam a interessar-se pela Doutrina dos Espíritos. Através do seu esforço inaudito, grande número de pessoas passou a frequentar Centros e Sociedades Espíritas.

Sua iniciação no Espiritismo remonta ao ano de 1910, quando iniciou os estudos de várias obras doutrinárias existentes na época. A fim de poder dedicar-se com mais eficiência à divulgação do Espiritismo e à sua própria família, abandonou a carreira de artista teatral.

Em 1917 fundou o "Centro Espírita Luz e Caridade", instituição essa que existe até os dias presentes, sendo sucessivamente dirigida pelos seus descendentes. Trabalhou e lutou bastante, foi na realidade um grande e dedicado servidor da Terceira Revelação, numa época quando ela era bastante incompreendida e vista por muitos com grande reserva.

Como representante dos órgãos espíritas de Matão, enchia sua pasta de jornais, revistas e livros doutrinários e percorria os bairros da Capital paulista e cidades circunvizinhas, fazendo persistente campanha de difusão da doutrina reencarnacionista.

Como dramaturgo, escreveu diversas peças de fundo nitidamente espírita, muitas delas levadas à cena para fins beneficentes. Ele mesmo preparava os personagens das peças. Destacaram-se, dentre outros, os seguintes dramas: "Ressurgir de uma Alma", "Os Mortos Falam", "Maria das Dores" e "Quinze Minutos de Prece". Uma quantidade apreciável de peças de sua autoria foi encenada em São Paulo e Moji das Cruzes.

Diligente, honesto e espírito dedicado, Umberto Brussolo conseguiu formar vasto círculo de amizade sincera e de admiradores de sua obra. Possuindo notável capacidade de comunicação, tornou-se amigo de todos e a sua presença era requisitada em muitos Centros Espíritas, onde tinha a oportunidade de difundir o Espiritismo, fazendo conferências e, sobretudo incentivando a arte, através de um sadio Teatro Espírita.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ROMEU DO AMARAL CAMARGO

1882 – 1948

Romeu do Amaral Camargo encarnou na cidade de Rio Claro, Estado de São Paulo, aos 02 de Fevereiro de 1882, desencarnando na cidade de São Paulo em 10 de Dezembro de 1948, à 19,45 horas, quando datilografava uma carta ao presidente da Federação Espírita Brasileira, com o qual amiudadamente mantinha correspondência.

Foi um grande vulto espírita não só do Estado bandeirante, como de todo o Brasil.

Autor de várias obras, todas escritas em lídimo vernáculo e em perfeita sintonia com o Evangelho, afirmou-se um dos mais proeminentes líderes do Espiritismo Cristão, cuja palavra autorizada era recebida e acatada por todos os espíritas do “Coração do Mundo”.

Fez o curso primário com professores particulares. Formado pela antiga Escola Complementar, anexa à Escola Normal da capital de São Paulo, ingressou no magistério público em 1903, tendo exercido vários cargos de carreira, entre eles o de adjunto do Grupo Escolar de Limeira e do Grupo Escolar do Bom Retiro da capital paulista, inspetor de ensino em Limeira, professor da Escola Normal do Brás, na capital, diretor do Grupo Escolar Campos Sales, com mais de 3.000 alunos.

Bacharelou-se, no ano de 1915, em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, exercendo a advocacia de 1917 a 1929. Jornalista e escritor; colaborou em diversos órgãos da imprensa diária, tanto da capital, como do interior do Estado de São Paulo. Conhecia bem o francês e o latim.

Católico de nascimento converteu-se ao Protestantismo em 1901. Membro professo desde 1902 foi eleito e ordenado diácono em 1913, pela 1ª. Igreja Presbiteriana Independente da capital de São Paulo, cuja assembleia era constituída de mais de 800 membros, sob o pastorado do Revmo. Eduardo Carlos Pereira, o grande tribuno evangélico e notável gramático. Oficial da Igreja desde Julho de 1909, ocupou o púlpito de quase todas as igrejas evangélicas da capital paulista e o de muitas outras cidades do interior, excetuadas as igrejas anglicana e luterana.

Em seu benéfico trabalho dentro do Protestantismo, escreveu um folheto de leitura muito edificante, intitulado - História da Conversão de Um Criminoso -, para ser distribuído entre os detentos nos presídios de São Paulo. A 1ª e 2ª. Edições dessa magnífica brochura saíram respectivamente em 1913 e 1916, num total de 10.000 exemplares, feitas ambas pela igreja protestante a que o autor pertencia.

Estudando sempre a Bíblia, e de par com o estudo subsidiário de obras exegéticas e mesmo teológicas, eis que os seus 22 anos de experiência religiosa, no moralizado meio evangélico ou protestante, não lhe apagaram a dúvida acerca da cristianidade dos dogmas da “predestinação divina” e da “eternidade das penas”.

Em 1923, foi-lhe dado encontrar novas luzes nas páginas do Evangelho: as obras de Allan Kardec esclareceram-lhe lógica e racionalmente aqueles pontos obscuros. Dissiparam-se no estudioso as dúvidas, as sombras, as dificuldades que ofuscavam o sentido claro, cristalino, da palavra de Jesus!

Definitivamente atraído para a Doutrina dos Espíritos, Romeu Camargo se ausentou da sua igreja, fazendo essa ausência que alguns pastores o fossem visitar e procurassem arredá-lo do Espiritismo. Tudo em vão, porém. Em 21 de Fevereiro de 1925, ele foi convidado a comparecer a uma sessão da Igreja Presbiteriana Independente. Presidiu à sessão (espécie de Sinédrio), o Revmo. Othoniel Motta, eminente teólogo, catedrático de português no ginásio do Estado, em Campinas, e conhecido filólogo. Feita a “acusação” pelo secretário da sessão, teve a palavra o “acusado”, que, durante duas horas e meia, produziu a sua defesa, apreciando a doutrina de Jesus, firmado no Evangelho.

A 1º. de Junho de 1925, Romeu Camargo publicava em “Reformador” a sua confissão pública de adesão ao Espiritismo. Ele o fez com o artigo - Aos Pés do Mestre -, em resposta a um que o pastor evangélico Isaac Gonçalves do Vale, seu ilustrado amigo, estampara no “Estandarte”, órgão da Igreja Presbiteriana Independente.

Convicto das verdades contidas nas obras fundamentais do Espiritismo, o Prof. Romeu do Amaral Camargo tornou-se animoso pregador do seu aspecto moral-evangélico, tendo tomado parte, de modo intensivo, em várias Instituições, e escrito quatro obras notáveis, que enriqueceram as bibliotecas espíritas: “Protestantismo E Espiritismo à Luz do Evangelho”, “De Cá e de Lá”, “Salvação pela Fé ou Pelas Obras?” e “Um Só Senhor”. Todas elas constituem vibrante defesa do Espiritismo, a refutarem as objeções levantadas contra a parte doutrinária, citando-se, entre os refutados, o Bispo de Pouso Alegre e o psiquiatra Doutor Pacheco e Silva. Essas obras são, sobretudo, verdadeiro repositório de ensinamentos e esclarecimentos.

Romeu Camargo escreveu nos mais importantes órgãos da imprensa espírita brasileira, máxime no “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira. Suas páginas evidenciam extenso e profundo saber das Escrituras Sagradas, aliado a vastos conhecimentos sobre Filosofia e Religião.

Foi presidente da União Federativa Espírita Paulista, na época a principal sociedade espírita bandeirante. Posteriormente, em 1936, tornou-se o 1º. Secretário da recém-fundada Federação Espírita do Estado de São Paulo.

Contribuiu para a fundação da Rádio Piratininga - PRH-3, a primeira “estação dos espíritas”, isto em 30 de Março de 1940. Dessa Rádio, hoje extinta, foi ele diretor-tesoureiro.

Durante vários anos foi o redator-secretário da revista - “Verdade e Luz”, fundada pelo popular espírita Batuíra, revista hoje desaparecida, conceituadíssima em todo o Brasil e até no estrangeiro.

Em 1937, escreveu-lhe o Espírito Emmanuel através do lápis de Francisco Cândido Xavier: “Continue na sua bela missão de levar a luz espiritual do Evangelho pelos caminhos ensombrados da Terra”. E o Dr. Romeu continuou, realmente, nesse trabalho edificante até o fim de sua jornada terrena, levando-o a dizer, em 1943: “Educado na Igreja Evangélica Presbiteriana, onde realizei minha formação espiritual, penso ainda como todos os protestantes: o que me interessa é pôr em prática o Evangelho de Nosso senhor Jesus-Cristo; o que me interessa, desde junho de 1901, é a palavra do Mestre Divino, que é tocha resplandecente para meus pés e luz para meus caminhos”.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

domingo, 1 de novembro de 2015

RAYMOND AUGUSTE QUINSAC MONVOISIN

1790 – 1870

Raymond Auguste Quinsac Monvoisin nasceu em 31 de maio de 1790, em Bordeaux, França. Pintor de gênero, paisagem, história e retrato, foi um dos mais destacados discípulos do Barão Guérin, na Escola de Belas Artes de Paris.

Premiado diversas vezes, aos 27 anos tornou-se pensionário do rei da França, em Roma. Ao voltar à França, distinguiu-se nos Salons e por duas vezes foi premiado com o primeiro lugar. Dessa época, que se estendeu até 1842, datam suas séries de retratos dos reis da França e dos marechais da Renascença, encomendados pelo Governo para as galerias históricas do Palácio de Versailles.

Em 1836, Monvoisin - que tinha um forte temperamento - desentendeu-se com o diretor dos museus reais franceses, Sr. de Cailleux. Abalado pelo episódio e por outros problemas particulares, deixou a França em maio de 1842.

Veio para a América do Sul. Monvoisin e Rugendas foram os dois mais importantes artistas a visitar o Continente Americano, nessa época. Depois de uma rápida passagem por Buenos Aires, chegou ao Chile em janeiro de 1843, portando pouco mais de dez painéis que foram exibidos em março daquele ano na Universidade de São Filipe.

Essa mostra, que tornou-se um marco na História da Arte no Chile, atraiu a atenção de diversas personalidades e causou admiração pela perícia e beleza das obras. Monvoisin recebeu pelo menos uma centena de encomendas de retratos: pintou praticamente toda a aristocracia chilena da época. O Governo prometeu-lhe a direção da futura Academia de desenho e pintura do Chile, mas acabou por escolher o italiano Alexandre Cicarelli.

Depois de algum tempo, Monvoisin visitou o Peru e o Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1847. Em carta ao irmão, reclamou do calor e informou que pintaria um retrato de D. Pedro II, que o recebeu calorosamente. A pintura que mostra D. Pedro de pé, em traje imperial - é considerado o mais fiel retrato do Imperador brasileiro. Em reconhecimento, D. Pedro concedeu ao artista a insígnia de Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro e uma pêndula de bronze.

O quadro que pode ser visto no Museu Imperial de Petrópolis pertence ao príncipe D. João de Orléans e Bragança, bisneto de D. Pedro II. O Imperador tinha, em sua pinacoteca no Paço S. Cristóvão, outro quadro de Monvoisin: Jovem Peruano (ou Jovem Araucano).

Monvoisin voltou à França em 1858, quando o Espiritismo estava no auge.

Tornou-se espírita e adepto da Homeopatia. A primeira referência a ele está na Revista Espírita de maio de 1866. A seção "Conversas de Além-Túmulo" traz a transcrição de uma evocação do espírito do Abade Laverdet, um dos pastores da Igreja francesa, ocorrida no dia 5 de janeiro de 1866. Ali, Kardec informa que "um dos mais íntimos amigos do abade, o Sr. Monvoisin, o eminente pintor de história, espírita fervoroso, tendo desejado ter dele algumas palavras de além-túmulo, nos pediu para evocá-lo".

Membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Monvoisin é o autor de um retrato do Codificador do Espiritismo. Foi uma doação de oito quadros desse pintor renomado que estimulou em Kardec o desejo de fazer um Museu Espírita: Retrato alegórico do Sr. Allan Kardec; Retrato do autor (Monvoisin); três cenas espíritas da vida de Jeanne d'Arc (Jeanne na fonte, Jeanne ferida e Jeanne sobre a fogueira); o Auto-de-fé de João Huss; um quadro simbólico das Três Revelações, e a Aparição de Jesus entre os apóstolos, depois da morte corporal.

O pintor faleceu em Boulogne-sur-Seine (Paris), em 26 de março de 1870. Na edição de maio daquele ano, a Revista Espírita noticiou a desencarnação com ampla reportagem, em que são contadas sua vida e sua dedicação ao Espiritismo. No texto são citadas frases. Entre elas: "Eu serei o precursor e o pai da pintura espírita". Ao desencarnar, trabalhava em uma série de retratos dos precursores do Espiritismo.
Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

PIERRE GAËTAN LEYMARIE

1827 – 1901

Nascido em Tulle, França, em 02 de maio de 1827, Pierre-Gaëtan Leymarie foi um dos mais destacados continuadores da obra de Allan Kardec. Foi um homem notável, que sempre se interessou pelos ideais nobres.

Integrado às fileiras espíritas, empolgou-se com seus nobilitantes ideais e, quando Allan Kardec iniciou a publicação da Revue Spirite e das obras fundamentais do espiritismo, dando início às sessões de estudos e experimentações, contou com o incondicional apoio de Leymarie, o qual se tornou um dos seus mais assíduos assessores.

Pouco antes da sua desencarnação, Allan Kardec lançou as bases de uma Sociedade Anônima, à qual legaria os seus bens, com objetivo de assegurar a difusão do Espiritismo. Leymarie foi um dos primeiros a integrar-se na Sociedade, da qual se tornou administrador. Também passou a exercer os cargos de redator-chefe e diretor da Revue Spirite.

Durante trinta anos, no atribulado período que se seguiu ao decesso de Kardec, quando o Espiritismo era encarado com reservas, sendo alvo de zombarias e inconcebíveis ataques, Leymarie manteve-se em luta constante, proclamando bem alto os nobres ideais da Terceira Revelação, através das páginas da Revue Spirite e da palavra falada.

A Revue Spirite se tornou órgão de divulgação de todos os ideais nobres de cunho humanitário, moral e espiritualista. Os trabalhos encetados na Inglaterra por William Crookes tiveram na revista a melhor acolhida e o próprio Leymarie fez experiências com um médium fotógrafo, obtendo uma série de fotos que foi publicada em suas páginas.

Nessa época foi vítima de detratores do Espiritismo, quando o fotógrafo Buguet, fazendo uso dos meios fraudulentos na obtenção de fotografias de Espíritos, é processado pelo Ministério Público. Em 16 de junho de 1875, Leymarie e Firman (médium americano), foram também envolvidos no processo, em vista dos laços de amizade que mantinham com Buguet, e desta forma, julgados convenientes na fraude. Devido a depoimentos inverídicos de Buguet, os três foram condenados. Buguet e Firman conseguiram a liberdade. Leymarie não. Elaborou notável Memória à Corte Suprema, atestando, perante sua consciência e de seus filhos, a sua inocência, mostrando-se confiante na decisão final daquele tribunal. Com sentimento de remorso, Buguet escreve ao Ministro da Justiça dando testemunho sobre a inocência de Leymarie, acrescentando que, embora muitas das fotos fossem verdadeiras, devido ao desconhecimento que tinha da Doutrina Espírita, praticava a fraude, quando não as conseguia com sua mediunidade. Em sua carta ele afirmou: “Lastimo, pois, haver dito, na minha fraqueza, o contrário da pura verdade, renunciando eu à minha mediunidade e pedindo perdão a Deus por esse ato que deploro, pois, que ele serviu para incriminar um homem probo, cuja boa fé se tornou suspeita em face das minhas afirmações.”

Amèlie Boudet, viúva de Allan Kardec, apesar de sua avançada idade, atuou no processo como testemunha. Cartas de solidariedade de todo o mundo foram enviadas a Leymarie. A “Sociedade para Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec” recebeu manifestações de simpatia de vários países, inclusive do Brasil, partindo elas tanto dos encarnados como dos desencarnados.

Apesar de todo o empenho e de tantas declarações e testemunhos abonadores, Leymarie foi condenado a um ano de prisão celular. Um pouco mais tarde, anulada a sentença condenatória, o infatigável discípulo de Kardec voltou às atividades, retomando a direção da Sociedade e da Revue Spirite.

Graças à ação de Leymarie as obras de Allan Kardec foram traduzidas para vários idiomas. Também realizou várias viagens à Bélgica, Espanha e Itália, difundindo os consoladores ensinamentos da Doutrina dos Espíritos.

Participou como delegado do I Congresso de Bruxelas. Em 1888 foi eleito a ocupar uma das presidências do Congresso Espírita de Barcelona. Nessa ocasião, foi lida a comovente moção de gratidão enviada da prisão de Tarragona, por um grupo de condenados a trabalhos forçados, convertidos à fé espírita.

Em 1889 Leymarie organizou o I Congresso Espírita da França.

Leymarie foi assim, fervoroso propagandista da Doutrina. Orador e escritor e conseguiu, pela firmeza de seus ideais, atrair a simpatia e a admiração de muitos pensadores da época. Foi homem sensível e profundamente honesto.

Sua esposa, Marina, deu-lhe sempre a máxima cooperação. Quando Leymarie foi processado, ela escreveu a admirável memória “Procés des Spirites”, que se tornou precioso documento para a história do Espiritismo.

Leymarie desencarnou no dia 10 de abril de 1901, na cidade de Paris.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

ROMEU DE CAMPOS VERGAL

1903 - 1980

Nascido em Serra Negra, Estado de São Paulo, no dia de maio de 1903 e desencarnado na mesma cidade, no dia 23 de julho de 1980.

Era filho do coronel Constantino Vergal e de Dona Amélia Ferraz de Campos Vergal.

Fez o curso primário na cidade onde nasceu e, em seguida, transferiu-se para São Paulo, onde completou o seu aprimoramento, fazendo os cursos secundário, de admissão ao magistério e de jornalismo, tornando-se lídimo profissional dessas duas últimas categorias.

Tornou-se ainda Escrevente juramentado de Cartório, tendo exercido essa atividade até a data da sua aposentadoria.

Firmou-se como figura respeitável e bastante acatada nos círculos políticos e nas altas rodas sociais. Soube contribuir com a sua inteligência e seu esforço em favor das causas populares.

Homem de elevado aculturamento e dotado de apreciável grau de humildade, jamais deixou que as glórias do mundo ofuscassem o seu desvelado amor pelos pequeninos e desajustados da Terra.

Foi Deputado Estadual de 1935 a 1937, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Deputado Federal em várias legislaturas, no período de 1946 a 1970, tendo iniciado persistente trabalho com vistas às reformas sociais que se tornavam imprescindíveis na época.

Pertenceu ao quadro do extinto Partido Socialista, porém, posteriormente ingressou no Partido Social Progressista. Como representante desse Partido, exerceu a liderança na Câmara dos Deputados, no período de 1946 a 1950.

Foi o autor do conhecido Projeto Campos Vergal, que preconizava a instituição da Cadeira de Parapsicologia nas Universidades, com o objetivo de propiciar o estudo dos fenômenos extra-sensoriais.

Campos Vergal era portador de elevado número de títulos honoríficos e comendas. Foi membro honorário e era portador de diploma de mérito da Academia de Letras do Distrito Federal (Rio de Janeiro), Presidente do Banco Agroindustrial de São Paulo, Patrono dos Tesoureiros e Auxiliares de Tesoureiros da Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional, de São Paulo.

Foi um político na verdadeira acepção da palavra, mantendo-se sempre dentro da mais estrita linha de honestidade e de probidade. Ainda bastante jovem ingressou no Espiritismo, tomando parte saliente, no ano de 1936, na fundação da União da Mocidade Espírita de São Paulo.

No campo da imprensa espírita fez a sua estreia, no ano de 1937, no tradicional órgão “A Aliança”, de São Paulo, dirigido pelo Prof. Sebastião Maggi da Fonseca. Militou nos quadros diretivos da União Federativa Espírita Paulista, tornando-se, em 1941, o Diretor-Presidente da Sociedade de Rádio Piratininga, PRH-3, a qual lançava ao ar diariamente o “Programa Radiofônico Espírita Evangélico do Brasil”.

Tanto na União Federativa como na extinta Rádio Piratininga, desenvolveu incessante campanha em prol da divulgação da Doutrina dos Espíritos, atuando ao lado de grandes vultos espíritas do passado, dentre eles Pedro de Camargo (Vinícius), Benedito Godoy Paiva, Antenor Ramos, Caetano Mero e outros.

De sua bibliografia destacamos: “Reencarnação ou Pluralidade das Existências”, “Levanta-te e Caminha” e “Bandeirantes da Imortalidade”, obras essas de cunho espírita, entretanto, foi também autor dos livros “Ubururetama” e “O Conde de La Rose”, ambos coletâneas de contos, o primeiro de fundo indianista e o segundo de caráter histórico.

Nas décadas de 1930 a 1950, tornou-se um dos mais destacados e requisitados oradores espíritas, tendo a oportunidade de ocupar a tribuna de centenas e centenas de instituições espíritas, nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, tendo mesmo participado da fundação de muitas dessas entidades.

A sua palavra era muito acatada e o seu nome foi dado a algumas obras assistenciais, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No ano de 1977, já bastante enfermo e quase sem poder locomover-se, tomou parte na solenidade comemorativa do 40º aniversário de fundação do “Centro Espírita Deus e Caridade”, de São Paulo, dando uma inequívoca demonstração do seu acendrado amor à Doutrina.

O seu gesto teve elevada repercussão e todos os participantes da reunião tiveram a oportunidade de estreitá-lo ao coração.

De todos os numerosos títulos que havia recebido, o que mais prezava era o de espírita-cristão, pois ele considerava o Espiritismo como autêntica mensagem do Céu à Terra, como uma doutrina dinâmica, suscetível de equacionar os milenares e angustiantes problemas que assolam a humanidade, por isso, Vergal muito fez para que os homens se reencontrassem e vivessem em perene estado de fraternidade e de amor.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

domingo, 2 de agosto de 2015

RITA DA SILVA CERQUEIRA

1888 – 1951

Nasceu a 29 de abril de 1888, em Augustura, Distrito de São José, Além-Paraíba, Estado de Minas Gerais, e desencarnou em Três Rios, Estado do Rio de Janeiro, a 6 de abril de 1951.

Desempenhou uma multiplicidade de cargos e encargos, como diretora do “Lar Manoel Pessoa de Campos”, e do “Grupo Espírita Fé e Esperança”, na qualidade de diretora de assistência aos necessitados.

Foi também orientadora da “Mocidade Espírita Bezerra de Menezes”, arregimentando os moços para o trabalho de caridade, incentivando-os para o conhecimento doutrinário-evangélico.

Era procurada diariamente por uma multidão de aflitos cujos problemas procurava solucionar satisfatoriamente, através de suas palavras evangelizadas e persuasivas.

Ao seu espírito perseverante e realizador devem-se grandes empreendimentos na cidade de Três Rios, em vários setores de atividade.

Era descendente do Almirante Saldanha Marinho, que foi advogado de renome, deputado estadual por várias legislaturas, grande político do século passado, escritor e grão-mestre da Maçonaria, desencarnado em 1895. Ficou órfã de pai aos nove anos de idade, passando a viver sob a tutela de sua avó materna, D. Raquel Saldanha Marinho, grande educadora, austera e boa, que exercia o magistério em Além Paraíba.

Sua avó desenvolveu na menina Ritinha sentimentos elevados, o amor aos semelhantes e a fé inabalável em Deus.

Bem menina ainda, conheceu o jovem Francisco Ferreira de Cerqueira, com ele contraindo matrimônio aos 18 anos de idade.

Em 1910, transferiram-se para a cidade de Três Rios, radicando-se ali, jamais pensando em residir em outra parte.

Seu esposo, alma pura e simples, amava-a de coração e uniram-se no trabalho dignificante, ajudando-se mutuamente, nas tarefas do bem. Foi exemplar servidor da Central do Brasil, estimado e considerado por seus chefes e colegas. Verdadeiro chefe de família, como esposo e pai, soube cumprir os deveres do verdadeiro espírita, integrado nos postulados cristãos.

Tiveram sete filhos, dos quais um desencarnou com um ano de idade, criando-se os restantes, todos dentro dos princípios da Doutrina Espírita.

D. Rita Cerqueira enviuvou em 1928, ficando com todos os seus filhos menores de idade.

José Ferreira de Cerqueira, o mais velho, já um rapazinho, foi o esteio da família. A fé inabalável de D. Ritinha e o comportamento e união dos filhos fizeram com que fossem vencidas todas as dificuldades e em pouco tempo tudo se tornasse paz e tranquilidade naquele abençoado lar cristão.

Sua vida como espírita não foi menos grandiosa: Por volta de 1918, foi acometida de uma enfermidade para qual a medicina não encontrou solução, chegando a ser desenganada por junta médica. Toda a sua família ficou desesperada e inconsolável, somente ela não perdia a esperança, recomendando fé em Deus, porque em breve haveria de sarar.

Nessa altura, teve conhecimento da existência de um médium espírita em Porto Novo da Cunha. Cheia de fé e animada da certeza que Deus haveria de curá-la, pediu ao esposo fosse consultá-lo, naturalmente inspirada pelos amigos espirituais, Francisco Cerqueira, com o coração partido de dor, já desesperado pelos resultados médicos, foi buscar a receita.

De volta, trouxe consigo remédios homeopáticos, ervas e recomendação para eu lhe fossem ministrados passes, pois a sua doença, segundo o guia espiritual do médium, era de origem espiritual.

Confiantes, seguiram à risca todas as instruções recebidas e as melhoras não se fizeram esperar, ficando boa em poucos dias.

Dessa data em diante ocorreram os primeiros fenômenos mediúnicos, com aquela que seria mais tarde grande médium, consagrando toda sua vida aos menos afortunados, não só no exercício da mediunidade, como em outros meios facultados pela Doutrina.

Certo dia sente-se inopinadamente fora do corpo físico; vê, conversa com todos, porém não se apercebe de seu próprio corpo. Após momentos de ansiedade, compreendeu que seu espírito se exteriorizara e era preciso regressar ao envoltório carnal. Nesse momento rogou a Deus com todas as forças de que dispunha que a fizesse regressar ao corpo, porque tinha uma missão a cumprir, além daquela de esposa e mãe, e no mesmo instante voltou ao normal.

No dia seguinte, procurou o Centro Espírita, presidido pelo professor Alexandre José Lacerda, desenvolvendo-se de forma bastante rápida o Dom da mediunidade, comunicando-se por seu intermédio um amigo espiritual de grande elevação, que cientificou a todos da grande tarefa que ela tinha pela frente.

Rita Cerqueira, exuberante de alegria, regressou ao lar, certa de que dali por diante poderia ser muito mais útil aos seus semelhantes.
Nessa mesma noite, foi provada a sua fé.

Foi chamada para socorrer uma enferma em grande sofrimento e aflição. Não se recusou, confiante em Jesus e, à beira da cabeceira do doente, impôs suas mãos e o seu pensamento em prece, recebeu a ajuda do Alto. Quando dali saiu, deixou em paz aquele lar onde até então reinava desespero e apreensão.

Daí por diante, sua mediunidade desabrochou ostensivamente no campo da cura sendo intermediária entre a Terra e o Céu. Muito estudiosa, tomou conhecimento das obras doutrinárias, principalmente de Kardec, em companhia dos companheiros do Centro, como professor Alexandre J. Lacerda, Marcelina Chaves, Eliezer Fonseca, Manoel Gonçalves e Manoel Pessoa de Campos, incansáveis trabalhadores que deixaram seus nomes registrados de modo indelével naquela cidade.

Com seu esposo foi o amparo de multidões de aflitos e deserdados da sorte, que tiveram em seu coração, o remédio, o amparo e a consolação.

Fez parte das diretorias de duas instituições: C.E. “João Baptista” e C.E. ”Fé e Esperança”, em cuja diretoria ficou integrada até o final de sua romagem terrena.

Em 1930, funda-se o “Lar Manoel Pessoa de Campos”, instituição de amparo a crianças do sexo feminino, cuja primeira diretora foi Helena Chaves Arneiro.
Em 1940, motivado por um período de licença da referida diretora, Dona Ritinha a substituiu no cargo, ocupando-o com grande eficiência, dedicação e carinho.

Em 1927, o Dr. Walter Gomes Franklin, médico parteiro residente naquela cidade, solicitou à diretora do C.E. “Fé e Esperança”, autorização para instalar dois leitos para parturientes, em uma de suas salas. Obtida a autorização, ficou ali funcionando, de forma precária, até o ano de 1935, quando foi oficialmente fundada uma Maternidade, com instalações mais adequadas.

Com a desencarnação do Dr. Walter Franklin, em 7 de novembro de 1953, o seu nome foi dado àquele estabelecimento.

A palavra de Rita Cerqueira era eloquente e esclarecedora, pois ela possuía notável poder persuasivo, sendo por isso muito apreciada por todos os espíritas.

A sua predileção pendia para temas evangélicos, conseguindo dar interpretações claras às parábolas de Jesus Cristo.

Em sua oratória fazia salientar a necessidade da prática ao amor ao próximo, dando também muita ênfase a temas que versassem sobre a fé, a esperança, a bondade e, sobretudo, a caridade.

O seu exemplo maravilhoso levou muita gente para o Espiritismo. Os seus conselhos eram acatados por todos, pois era dotada de elevado senso de responsabilidade e sabia, com raro tirocínio, fazer restabelecer a paz nos lares, serenar os ânimos e reatar a amizade entre pessoas que se consideravam desafetas.

Quando de sua desencarnação, por decreto municipal, foi declarado luto oficial por três dias “por motivo do falecimento da ilustre dama trirriense e grande benfeitora da infância desamparada, ocorrido no dia 6 de abril de 1951, nesta cidade”.

O seu nome foi dado a uma das ruas centrais de Três Rios.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

PEDRO LAMEIRA DE ANDRADE

1880 - 1938

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 16 de setembro de 1880, e desencarnado em São Paulo, no dia 1º de março de 1938.

Numa época quando o Espiritismo era ainda muito mal compreendido, e quando reinava verdadeira desunião entre os seus adeptos e até no seio de suas instituições, um vulto notável e infatigável surgiu no cenário da divulgação doutrinária, constituindo-se num dos mais salientes espíritas da época.

Nos anais da História do Espiritismo, os registros biográficos do Dr. Pedro Lameira de Andrade são bastante escassos, em flagrante contraste com o vulto da obra que tão bem soube desempenhar, e que projetou o seu nome na posteridade. A exemplo do que sucedeu com outros grandes missionários, cujas obras foram legadas aos homens das futuras gerações, através dos informes de discípulos dedicados, a missão fulgurante de Lameira de Andrade somente é suficientemente conhecida por aqueles que com ele conviveram, os quais a ele se referem como um autêntico benfeitor da Humanidade, um homem que procurou impulsionar seus companheiros de jornada terrena, na senda do aprimoramento espiritual e do aculturamento, poderosas alavancas que atuam no laborioso processo de reforma íntima das criaturas humanas.

Seus pais foram Boaventura Plácido Lameira de Andrade e Carolina Levereuth de Andrade, tendo o seu nascimento corrido no bairro de Vila Isabel, no antigo Distrito Federal. Aos 17 anos de idade, perdeu seu pai e, atendendo a um convite de seu padrinho foi para São Paulo, ingressando no Colégio Mackenzie, onde se formou em Teologia. Não chegou a ordenar-se pastor protestante, em virtude de haverem surgido algumas divergências entre ele e o reitor do Seminário.

Lameira era exímio tenor e, em 1904, casou-se com D. Elvira Silveira, pianista e professora de Pedagogia e Psicologia da Escola Normal. Desse consórcio teve seis filhas. Nessa época ele era também professor de português, grego e latim, lecionando na escola da Força Pública, atual Polícia Militar de S. Paulo. Ingressando na Faculdade de Direito de S. Paulo, formou-se em 1912. Dessa data em diante deixou de lecionar para consagrar-se à profissão de advogado, tendo montado escritório em S. Paulo.

A desencarnação de sua filha mais idosa, deixou-o desolado e revoltado, passando a descrer de tudo. Aconselhado por amigos procurou o Espiritismo, doutrina que lhe trouxe o consolo e a certeza da imortalidade da alma.

Na década de 1920, Lameira de Andrade já antevia a necessidade da instrução como fator decisivo para a libertação do Espírito, através do conhecimento da verdade, por isso sonhava com a fundação de escolas primárias e ginásios, que viessem a funcionar alicerçados nos postulados da Doutrina Espírita. Nos idos de 1928-29, com vistas ao desenvolvimento de um programa nesse sentido, ao lado de outros companheiros que estavam inspirados do mesmo ideal, lutou arduamente para a implantação de um instituto de ensino que servisse de modelo para as futuras organizações do gênero. Seu sonho concretizou-se quando viu funcionar o Liceu Espírita Brasileiro, entidade que teve vida efêmera, durando pouco mais de um ano. Entretanto, a semente ficou lançada.

Homem dotado de um dinamismo invulgar, arrojado em seus cometimentos e animado de um idealismo inquebrantável, Lameira tornou-se figura bastante conhecida em todo o Brasil e principalmente no Estado de S. Paulo e no Rio de Janeiro, em cujo cenário, teve a oportunidade de desempenhar a sua gigantesca tarefa.

A missão de Lameira de Andrade, no seio do Espiritismo, foi desenvolvida, em grande parte, ao lado do Dr. Augusto Militão Pacheco, renomado médico e um dos grandes baluartes espíritas da época. Através dos seus escritos, das suas conferências, esse infatigável seareiro não media esforços em suas peregrinações.

Muitas cidades brasileiras foram por ele visitadas e seu nome conseguiu empolgar grandes auditórios, pois sabia abordar, com raro descortino, os ensinamentos evangélicos à luz da Doutrina Espírita.

Foi procurador do "Abrigo Batuíra", tendo sido um dos seus fundadores. Durante 19 anos prestou inestimáveis serviços a "Instituição Verdade e Luz". Embora não conhecesse pessoalmente o grande missionário que foi Antônio Gonçalves da Silva Batuíra sucedeu-o na direção da revista "Verdade e Luz", fundada no ano de 1890. Foi membro da diretoria da Associação Espírita São Pedro e São Paulo, onde trabalhou intensamente e com raro devotamento, ao lado de grandes seareiros. Teve também marcante atuação no campo da assistência social, tendo nesse afã, chegado até o sacrifício.

Foi ainda sócio benemérito da Cruz Azul de S. Paulo, tendo prestado a esse organismo o fruto de seu esforço, dando viva demonstração do seu Espírito magnânimo, sempre pronto a servir e a cooperar na implantação e desenvolvimento de obras altruísticas.

Em 12 de julho de 1936, ao ser fundada a Federação Espírita do Estado de S. Paulo, Lameira de Andrade foi eleito seu orador oficial, em sua primeira diretoria, passando a representar aquela egrégia instituição em quase todas as solenidades promovidas pelas associações espíritas do Estado. Na própria Federação, ele era invariavelmente requisitado pelos frequentadores, para proferir palestras, as quais eram bastante concorridas.

Certa ocasião, chegada a hora designada para a realização de uma conferência sobre o tema "O Perdão", na Sede da Associação "Verdade e Luz" choveu torrencialmente. Apenas estavam na sede da instituição o orador, Elói Lacerda e outros dois companheiros.

Lameira, vendo o salão vazio, aventou a ideia de fazer uma prece e encerrar a reunião, sugestão prontamente repelida pelos presentes. A palestra foi proferida, portanto, como se o salão estivesse repleto. A determinada hora entrou no recinto uma pobre mulher, toda molhada, esperando resguardar-se da chuva. Assentando-se nas últimas cadeiras, passou a prestar inusitada atenção às palavras do conferencista.

Ao finalizar a palestra, ela aproximou-se do orador e lhe disse: "Graças a Deus entrei nesta casa e ouvi suas palavras. Eu estava decidida a cometer um crime nesta noite. Entretanto, agora compreendo as razões de minha desorientação e vou tomar rumo diferente, vou lutar contra as forças negativas que quase me desviaram do caminho do bem. "Lameira abraçou-a comovido, alegrando-se intimamente pelo fato de ter servido de ponte para que aquela criatura se reencontrasse e viesse a descortinar novos horizontes”.

Lameira de Andrade viveu na Terra pouco menos de 58 anos, desencarnando vítima de fulminante derrame cerebral que o prostrou em poucas horas. Ele soube aproveitar bem esses curtos anos de trabalho, desenvolvendo tarefa de gigante, no sentido de distribuir, em profusão, tudo aquilo que era patrimônio de seu Espírito esclarecido e evangelizado. Ele soube assimilar, em sua plenitude, os ensinamentos de Jesus Cristo, no sentido de colocar a luz sobre o velador. Foi o bom obreiro que soube restituir ao Senhor, em dobro, os talentos recebidos.

Sua desencarnação representou irreparável perda para os espíritas de São Paulo e do Brasil, uma lacuna que dificilmente seria preenchida.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sábado, 30 de maio de 2015

RAYMUNDO MARIANO DIAS

1881 – 1926

Raymundo Mariano Dias nasceu em São Luiz do Maranhão no dia 30 de julho de 1881.

Cursou Humanidade em São Luiz, formando-se em Farmácia na cidade de Salvador na Bahia em 1907, montou uma clínica médica em Monte Azul (São Paulo) e, por fim, transferiu-se em definitivo para a cidade de Barretos.

Foi um dos pioneiros do movimento espírita daquela região, criando os primeiros Núcleos Espíritas locais, como o Centro Espírita 25 de Dezembro e a União Espírita Evangélica Fé e Esperança, onde exerceu grandes atividades no terreno doutrinário e assistencial.

Construiu com seu próprio esforço e expensas, o Hospital da Santa Misericórdia de Barretos.

Em 1918, durante a epidemia da gripe espanhola, muita gente foi salva do insidioso mal, graças a sua abnegação e consciência espírita e cristã.

Fundou a Revista de Estudos Psíquicos da qual foi redator chefe, colaborando em diversos órgãos da Imprensa Espírita da época.

Viveu o Evangelho de Jesus em todas as suas atividades, desencarnou pobre de bens materiais, pois, tudo quanto ganhou no desempenho de seu trabalho honesto e meritório, foi religiosamente dividido entre a sua família e os seus pobres.

Raymundo Mariano Dias retornou ao plano espiritual no dia 26 de março de 1926.

Autor Desconhecido: Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

RICARDO DI BERNARDI

Dr. Ricardo Gandra Di Bernardi é médico homeopata geral e pediatra. Natural de Florianópolis, SC. Ingressou jovem no movimento espírita tendo sido presidente da Juventude espírita de Florianópolis, e também do MEUC (Movimento Espírita Universitário). Exerceu posteriormente diversas funções em âmbito federativo estadual, fundou o ICEF (Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis) e a AME SC (associação Médico-Espírita de Santa Catarina).

Tem elaborado inúmeros workshops e participado como palestrante em encontros, jornadas e congressos espíritas. Seus seminários mais solicitados são: “Gestação, Reencarnação e Aborto”, “Estudo dos corpos Espirituais na Visão Espírita”, “Fisiologia da Reencarnação”, “Drogas, ação nos Corpos Espirituais”, “Sexualidade na Visão Espírita”. Desenvolveu interessante pesquisa sobre fotos Kirlian com estudo da movimentação da aura pelo passe magnético.

Em 1993 lançou seu primeiro livro “Gestação sublime Intercâmbio” tendo alcançado expressivo sucesso tanto no Brasil como em Portugal, onde realizou palestras na Federação Espírita Portuguesa e mais oito cidades lusitanas.

Em 1995 lançou o 2º. Livro, “Reencarnação e Evolução das Espécies” que sem dúvida haverá de se constituir um marco histórico no estudo da concepção espírita da evolução.

Suas duas primeiras obras já foram traduzidas na Espanha e publicadas pela editora Allan Kardec em Málaga circulando pela Europa e América latina.

Em 1997 trouxe a lume duas obras lançando-as concomitantemente. “Dos Faraós a Física Quântica” e “Reencarnação em Xeque” analisando as críticas e as dúvidas mais comuns sobre reencarnação.

Em 1999 publicou seu livro “Voo Livre - Um estudo sobre reencarnação” onde analisa 204 temas e aspectos ligados a reencarnação.


Escreveu e lançou um total de 11 livros. Além dos acima citados: "Flávia" Sonhos e Regressões; Amor Sexo e vidas Passadas; Médico Espírita Responde; Temas Polêmicos do século XXI; Desobsessão; Reencarnação Amor e Sabedoria. Dr. Ricardo Di Bernardi atua também como terapeuta de vidas passadas e efetua conferências em Portugal. Itália, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia além de todo o Brasil.

Autor desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

segunda-feira, 23 de março de 2015

PAULO TEREZIANO BARROS

1916 – 1990

Paulo Tereziano Barros nasceu na cidade de Alta Paulista em 20 de setembro de 1916.

Ficou órfão de mãe aos nove anos de idade, quando foi morar com a tia que o ameaçava constantemente com o “fogo do inferno”.

Foi, por influência dela, “coroinha” na Igreja Católica. Quando jovem não suportando mais a pressão em casa se fez andarilho, até que em 2 de janeiro de 1946 casou-se com Maria Estrada em Paranavaí (então Fazenda Brasileira), local em que fixou sua residência definitiva.

Autodidata, de tudo sabia um pouco. Tinha muita curiosidade em saber, quando encontrou “guarida” na Doutrina Espírita, ao ler o livro “O Céu e o Inferno”.

Assim, tornou-se um grande estudioso. Desde 1954 Fez parte do primeiro Centro Espírita da cidade (CEFAC) – Centro Espírita Fé, Amor e Caridade e, permaneceu na defesa da integridade da doutrinária enquanto viveu.

Com os demais companheiros ajudou na implantação da Santa Casa, do Albergue Noturno, da Casa da Criança, do Asilo de Velhos, do Ginásio Humberto de Campos, do Conservatório de Música João Ghignone e da Escolinha de Evangelização no CEFAC.

Quando surgiu o movimento regional da Federação Espírita do Paraná (8ª União Regional Espírita com sede em Paranavaí) atirou-se de corpo e alma na defesa e propagação da ideia, sacrificando muitas vezes a família em prol do movimento. Junto com André Fernandes e Narciso D’Avis não media esforços para que o ideal se firmasse.

Foram os “tratores” abrindo as “picadas” que se tornaram as estradas de comunicação que hoje existem.

Pai de 10 filhos, sobrevivia de serviço braçal (encanador), mas fez questão que todos estudassem – essa seria sua herança.

Defensor máximo da evangelização infantil “obrigava” os filhos a participarem do movimento infanto-juvenil.

Hoje a Escola de Evangelização do CEFAC traz o seu nome em justa homenagem.

De seus dez filhos (hoje, uma desencarnada) apenas um segue outra linha evangélica, sendo que os demais, inclusive netos (21) seguem praticamente a Doutrina Espírita, semeando-a por onde passam com destemor e seriedade, com confiança e alegria – a maioria de seus filhos são atualmente funcionários do Banco do Brasil.

Três dos seus filhos já foram e são diretores de Uniões Regionais Espíritas, nas várias regiões onde residem – Umuarama e Cascavel.

Cinco dos seus filhos divulgam a doutrina com consciência e fidelidade. Sua esposa participava também das reuniões do CEFAC.

Paulo Tereziano de Barros desencarnou em 14 de setembro de 1990.

Autor da biografia desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

PADRE MIGUEL FERNANDES

A EXPERIÊNCIA DE UM PADRE MÉDIUM

Padre Miguel Fernandes, que comandava as paróquias de Santa Filomena e Santa Edwirges, no Distrito Federal, devia dar uma grande "dor de cabeça" à Igreja. Há dezoito anos, ele recebeu o espírito do Frei Fabiano de Cristo e desde então assumiu sua mediunidade (intercâmbio espiritual), desenvolvendo trabalhos filantrópicos e espirituais, sob a orientação do Frei, sobretudo voltados a leprosos e crianças.

Sem papas na língua, ele falava o que vem à tona, critica certos dogmas da Igreja, a exemplo do celibato, defende o ecumenismo e que a Igreja se aproxime mais do seu rebanho. Alertava que a humanidade precisava descobrir o amor de Deus e somente quando isso acontecer é que vai melhorar. Aos 60 anos, mas um problema de coluna o faz andar envergado, apesar de apressado, cuja postura se assemelha com o Frei Damião.

Denomina-se como um padre espiritualista. Todos os sábados à tarde, ele recebia o espírito do Frei Fabiano de Cristo em sua Igreja e atendia às pessoas que buscavam ajuda espiritual, aplicava passes (estender das mãos sobre a cabeça para emitir fluídos magnéticos), justificando que estes são bênçãos. O fruto deste trabalho de ajuda do intercâmbio com o Além, milhares de pessoas melhoraram de vida depois da bênção do Frei Fabiano de Cristo, exemplificando reconciliação de casais, conversão de pessoas que haviam se afastado da Igreja.

Além da mediunidade, Padre Médium dizia que já constatou verdades sobre a existência da reencarnação. “Já identifiquei algumas pessoas, com quem convivi em vidas passadas”. As almas estas estão prontas desde o início do mundo. São milhares que vão lá (no Além) vem cá e retornam quantas vezes for preciso para evoluir, garante.

Quanto ao ecumenismo, padre Miguel achava que as religiões têm que se unir, para que haja mais amor, mais fraternidade e acabar este puritanismo, sectarismo e proselitismo que imperam. Questionei como seria esta união se cada qual quer defender, com unhas e dentes, suas teorias? "Não precisa buscar ninguém de lá para cá, mas promover união numa conferência, num diálogo. Isso não significa eu ser padre e viver dentro de um terreiro de umbanda, centro espírita ou igreja protestante, mas posso ser amigo do pastor, do pai-de-santo, de um espírita, numa convivência amistosa", respondeu.

Perguntei-lhe ainda qual seria o caminho para aproximar-se de Deus. Ele disse que os ensinamentos de Jesus Cristo é tudo neste processo.

"Usar fraternidade com o irmão. Fraternidade, caridade, bondade, mansidão, carinho, amor para com o sofredor. Em pleno século XXI, estão falando em guerra pela inexistência de tudo isso que falei"

E sua mensagem final: “Que todos sejam fiéis a Jesus Cristo e ao evangelho e não sejam fariseus”. Desencarnou aos 67 anos de idade no dia 07 de Novembro de 2011.

Autor Desconhecido. Fonte da biografia e imagem: Internet Google.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

RUY KREMER

1924 - 2002

Desencarnou no dia 30 de maio de 2002 o Coronel Professor Ruy Kremer, Presidente da Cruzada dos Militares Espiritas, com sede na Rua São Valentim, nº 142, Praça da Bandeira, Rio de Janeiro.

O coronel Ruy Kremer, foi desses trabalhadores que ao se ausentarem do convívio material entre nós, deixa muita saudade em face do seu extraordinário dinamismo e profundo conhecimento da Doutrina Espírita, cujos ensinamentos soube transmitir, a todos nós, com muita propriedade.

Um grande estudioso da vida e obra de Paulo de Tarso, manteve na Rádio Rio de Janeiro um programa, onde dissecou a vida do grande Paulo, que em breve, sob a forma de livro, será lançada pelo Instituto de Cultura Espírita do Brasil, que o editou.

As suas atividades não pararam por aí: Foi Presidente do Abrigo Teresa de Jesus, com sede na Rua Ibituruna; Conselheiro da FUNTARSO Fundação Cristã Espírita Cultural Paulo de Tarso, mantenedora da Radio Rio de Janeiro; Sócio Efetivo da CAPEMI Caixa de Pecúlio e Pensões-Beneficente; LFC, Lar Fabiano de Cristo e CAVADI, Casa do Velho Assistencial e Divulgadora; Conselheiro e expositor do ICEB, Instituto de Cultura Espírita do Brasil.

No exercício de suas atividades como Presidente da Cruzada dos Militares Espíritas, desde 1985, dedicou-se, de maneira invulgar, objetivando manter, viva a chama do Espiritismo no âmbito das Forças Armadas, tarefa bastante difícil em face das reações naturais dos opositores aos princípios da Doutrina Libertadora prometida por Jesus.

Certamente, muito breve, estará, junto com os companheiros que o antecederam na Presidência da Cruzada e que, provavelmente ainda se encontram na erraticidade, continuando a abençoada tarefa de divulgação do Espiritismo junto aos companheiros militares de todos os rincões de nosso Brasil e, quem sabe, de todo o Mundo.

Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.