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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

HUGO GONÇALVES, "O PAIZINHO"

Hugo Gonçalves, o "Paizinho". Assim é conhecido e chamado, carinhosamente, em todo o norte do Paraná, o Missionário Hugo Gonçalves, discípulo de Cairbar Schutel e sustentáculo da Doutrina Espírita nesse Estado da Federação.

Continua o que começou desde criança, sob a sábia orientação do saudoso Bandeirante do Espiritismo. Não apenas prega o amor e a caridade, mas principalmente os pratica. Por isso, por irradiar tanta simpatia, todos os que o conhecem de há muito ou o vem a conhecer, o consideram uma verdadeira graça de Deus.

Em 1880 chegava ao Brasil uma família de imigrantes portugueses liderada por Francisco Ferreira e Conceição dos Santos. Dentre os filhos que constituíam a prole, chamava à atenção a caçulinha, de nome Cândida, com pouco mais de 1 ano. A família se instalou no povoado de Boa Esperança, nas proximidades de Rio Claro, no Estado de São Paulo. Alguns anos depois, em 1888, já com 20 anos e sozinho, chega ao Brasil e se instala no mesmo lugar, outro imigrante português com o imponente nome de José Maria Gonçalves. José Maria chegou sozinho, mas bem acompanhado por entidades espirituais que o conduziram até Boa Esperança, pois ali já estava sua prometida consorte e companheira de toda a vida − Cândida − ambos com um sério compromisso de gerarem o nosso abençoado Hugo Gonçalves. José Maria e Cândida se casaram em 1893 e mudaram-se para Matão por volta de 1897. Já, em seguida, fizeram amizade com o bondoso farmacêutico local, o Sr. Cairbar de Souza Schutel.

Hugo Gonçalves retornou ao mundo físico no dia 6 de outubro de 1913. O parteiro foi Cairbar Schutel, o qual sugeriu que o rebento se chamasse Vitor Hugo, seu autor literário preferido. Dona Cândida gostou de Hugo, mas não de Vitor.
Aos 12 anos de idade, revelou boa tendência literária, passando a escrever para o Jornal O Clarim, fundado e dirigido por seu mestre Cairbar Schutel, em Matão-SP.

A partir dos 13 anos, passou a trabalhar com os demais irmãos, executando duras tarefas na pedreira de propriedade do pai, tendo por companheira e instrumento, uma sisuda marreta. Ainda em plena adolescência, no âmbito escolar, todos os dias fulminava com o olhar uma bonita descendente de italianos, que descobriu chamar-se Dulce Ângela Caleffi ("A Mãezinha de Cambé"). Ela, só com o passar do tempo, veio a notar aquele olhar interesseiro. Não tardou a sentir umas fisgadas no coração. Por alguns anos o futuro romance ficou apenas na paquera.

O efetivo namoro somente se deu após a morte de Arturo, pai de Dulce, em 1930. Casaram-se no dia 21 de setembro, de 1935. Por volta de 1940, já com o filho Cairbar, mudou-se para a região de Campinas, onde permaneceu alguns anos, também quebrando pedras. Retornou a Matão, agora com segundo filho, Emanuel, para continuar seu trabalho na pedreira da família. Logo depois, foi convidado a trabalhar na administração de uma grande fazenda, situada nas proximidades de Matão.

Em 1947, mudou-se para o Paraná, fixando-se na região de Londrina. Continuou a trabalhar em administração de fazendas, até 1953. Nesse ano, instalou-se em Cambé (Paraná), passando a dirigir o Lar Infantil Marília Barbosa.

Hugo Gonçalves teve treze irmãos, dos quais três desencarnaram ainda crianças. É o único sobrevivente da família. Diz ele porque sempre foi o mais teimoso. Tem dois filhos, treze netos, dezoito bisnetos e trinta e seis sobrinhos. É detentor de vários títulos honoríficos, pelo seu trabalho incessante e direcionado ao bem do próximo, notadamente das crianças e idosos desvalidos. Após uma semana de internamento em UTI, dona Dulce, sua adorada companheira de quase 68 anos, acometida de problemas cardiorrespiratórios, veio a desencarnar no dia 19 de maio de 2003, prestes a completar 87 anos de profícua e abençoada existência.

Em março de 2003, deu-se o lançamento do livro Hugo Gonçalves e o homem que se lembra do Sermão da Montanha. Trata-se de uma obra biográfica. A par da homenagem, é também um esforço no sentido de relegar eventual e injusto olvido de uma vida exemplar inteiramente dedicada ao amor preconizado pelo Cristo, nas décadas futuras, quando seus parentes, amigos e companheiros de hoje, já não mais estiverem no plano físico.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.