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sábado, 5 de fevereiro de 2011


Erasto


Erasto, o companheiro de Paulo, assim chamado pelo povo em razão de sua proximidade com o Apóstolo dos Gentios, foi um dos primeiros seguidores e divulgador convicto da mensagem de Jesus Cristo, numa época inicial em que os caminhos da fé cristã precisavam ser abertos e os primeiros pergaminhos da Boa Nova ainda deveriam ser escritos para divulgação do Cristianismo nos vários cantos da Terra.

Erasto fora descendente da tribo de Benjamim. Nascera no ano 13 da Era Cristã. Sua família e a de Saulo de Tarso, mais velho que ele alguns anos, eram conhecidas e mantinham laços de amizade. Na infância, em anos distintos, ambos receberam formação religiosa da mesma escola judaica, a dos fariseus, cujo mestre maior naquele tempo era Gamaliel, o Velho.

Durante a juventude, compromissos familiares o levaram para Éfeso, movimentada cidade portuária da Ásia Menor (oeste da atual Turquia), centro próspero de comércio e de cultura grega, com milhares de habitantes, onde a dominação romana oferecia melhores perspectivas de vida.

Em seguida, no ano 32, sequioso de trabalho e falando perfeitamente o grego, Erasto deslocou-se para Corinto, importante colônia romana no coração da Grécia, cidade mais requintada depois de Atenas, centro cosmopolita onde traços da exuberante cultura helênica ainda despontavam. Ali conheceu e manteve amizade com a família da moça que seria em breve o grande amor de Paulo. Trabalhou na administração pública da cidade até o ano 58 e, no seguinte, foi Edil da colônia por um ano.

Quando o procônsul Marcus Annaeus Novarus, irmão mais velho de Sêneca (preceptor de Nero) assumiu o governo da Acaia no verão do ano 51, tomando o nome de Gálio por ter sido adotado por Lucius Junius Galion, Erasto foi nomeado administrador do erário de Corinto, vinculado ao questor romano da província. No exercício do seu trabalho, Erasto deliberou a realização e efetuou o pagamento de inúmeras obras destinadas ao povo.

Nos meandros da influência política, Erasto colocou o ilustre Gálio a par da religiosidade cristã de Paulo, que naquela época habitava Corinto exercendo a profissão de tecelão e fundava na cidade uma controvertida igreja. Quando na primavera do ano 52, em juízo, diante de Galo, o rabino Sóstenes acusou Paulo de persuadir os homens a servir a Deus contra as Leis de Moisés, a autoridade constituída, devidamente assessorada, providenciou a defesa do apóstolo, que, sem proferir palavra alguma, foi absolvido por Gálio, que sentenciou: "Visto que a questão é de palavras, de nomes e da vossa lei, disso cuidai vós mesmos. Eu não serei o juiz dessas coisas", disse Gálio, dispensando os litigantes do tribunal.

Anteriormente, no início da idade juvenil, Erasto tomara conhecimento das pregações do Cristo. Depois, na maturidade, ao passar por Jerusalém no curso do ano de 49, Erasto reviu Paulo, seu conhecido de anos passados, que estava na cidade para participar do concílio apostólico. Voltou a encontrar-se com ele em Corinto, durante a segunda viagem missionária do Convertido de Damasco. O cargo público que Erasto ocupava na administração da cidade não lhe permitia maior exposição para realizações apostólicas. Por essa razão, abraçou publicamente o Cristianismo no ano 54, em outra cidade, Éfeso, quando hospedou o Apóstolo dos Gentios em sua casa.

Dos primeiros cristãos da Antigüidade, Erasto foi o mais abastado em bens materiais e o que ocupou função pública de relevada importância sob ordens romanas. Foi discípulo de Paulo enquanto viveu o apóstolo, e membro fundador da Escola de Tirannus, em Éfeso.

Nessa cidade, a família bem sucedida de Erasto houvera adquirido muitas propriedades. Entre elas, no centro cultural da metrópole, estava o edifício de uma antiga associação, cujo terreno possuía grandes jardins que defrontavam o movimentado passeio público. Tal ginásio foi transformado numa verdadeira academia de ensino cristão. Ali, Paulo reunia os discípulos, ensinava a palavra do Cristo e fazia prodígios. A expulsão de espíritos inferiores e a cura de doenças fizeram de Paulo a figura religiosa mais discutida de Éfeso. Distante do clima contrário das sinagogas, a Escola fora seu recanto de reflexão, de caridade e de profundo recolhimento na fé em Jesus Cristo.

Conforme dissera o Espírito Yehoshua (7): "Erasto foi um judeu da dispersão, contemporâneo do Apóstolo Paulo. De início, foi seu aristocrático anfitrião na cidade helenística de Éfeso, onde Paulo ensinou a Boa-Nova por dois anos e abalou a hegemonia do prestigioso templo de Diana, existente na cidade, ensejando aos contrários pedir seu sangue como pena. Posteriormente, Erasto tornou-se um dos grandes iniciadores do Cristianismo primitivo. Foi encarregado por Paulo de obter os recursos necessários para fundar as primeiras igrejas. De Éfeso, foi mandado para Tessalônica, na Macedônia, para ali organizar a igreja. Habitou em Corinto, onde foi encarregado de combater a imoralidade, a idolatria e a magia que influenciavam negativamente o povo da região. Terminou seus dias como bispo da igreja da cidade de Felipos, a primeira do Cristianismo primitivo fundada na Europa. É mencionado de passagem na Bíblia em At 19:22; Rm 16:23; 2Tm 4:20. Comparece na Revista Espírita de outubro de 1861, comunicando a Epístola de Erasto aos Espíritas Lionenses, onde se apresenta como discípulo consagrado pelo apóstolo Paulo".

A passagem de Erasto pela antiga cidade de Corinto, foi confirmada por arqueólogos da Escola Americana de Estudos Clássicos de Atenas, em 1929 e 1947, quando, ao ser escavado um caminho datado do primeiro século da Era Cristã, foram encontrados nele uma praça e um bloco de pedra calcária contendo a seguinte inscrição: Erasto, Comissão de Obras Públicas...

Na condição de espírito desencarnado, como protetor do médium que lhe serviu de intérprete (Sr. D'ambel), Erasto recebeu instruções para participar das obras da codificação, registradas por Allan Kardec, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Na atualidade, como apóstolo do Espírito Verdade, Erasto trabalha para unificar e expandir o movimento espírita. Nessa empreitada, conserva a mesma postura evangélica que marcou sua personalidade nas épocas iniciais do Cristianismo, ensinando que, nas batalhas da vida um soldado de Cristo, embora ferido e de coração sangrando, jamais perderá, sempre sairá vencedor.


Autor desta biografia: Luiz Sergio Gomes Vasconcellos