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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

ROMEU DE CAMPOS VERGAL

1903 - 1980

Nascido em Serra Negra, Estado de São Paulo, no dia de maio de 1903 e desencarnado na mesma cidade, no dia 23 de julho de 1980.

Era filho do coronel Constantino Vergal e de Dona Amélia Ferraz de Campos Vergal.

Fez o curso primário na cidade onde nasceu e, em seguida, transferiu-se para São Paulo, onde completou o seu aprimoramento, fazendo os cursos secundário, de admissão ao magistério e de jornalismo, tornando-se lídimo profissional dessas duas últimas categorias.

Tornou-se ainda Escrevente juramentado de Cartório, tendo exercido essa atividade até a data da sua aposentadoria.

Firmou-se como figura respeitável e bastante acatada nos círculos políticos e nas altas rodas sociais. Soube contribuir com a sua inteligência e seu esforço em favor das causas populares.

Homem de elevado aculturamento e dotado de apreciável grau de humildade, jamais deixou que as glórias do mundo ofuscassem o seu desvelado amor pelos pequeninos e desajustados da Terra.

Foi Deputado Estadual de 1935 a 1937, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Deputado Federal em várias legislaturas, no período de 1946 a 1970, tendo iniciado persistente trabalho com vistas às reformas sociais que se tornavam imprescindíveis na época.

Pertenceu ao quadro do extinto Partido Socialista, porém, posteriormente ingressou no Partido Social Progressista. Como representante desse Partido, exerceu a liderança na Câmara dos Deputados, no período de 1946 a 1950.

Foi o autor do conhecido Projeto Campos Vergal, que preconizava a instituição da Cadeira de Parapsicologia nas Universidades, com o objetivo de propiciar o estudo dos fenômenos extra-sensoriais.

Campos Vergal era portador de elevado número de títulos honoríficos e comendas. Foi membro honorário e era portador de diploma de mérito da Academia de Letras do Distrito Federal (Rio de Janeiro), Presidente do Banco Agroindustrial de São Paulo, Patrono dos Tesoureiros e Auxiliares de Tesoureiros da Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional, de São Paulo.

Foi um político na verdadeira acepção da palavra, mantendo-se sempre dentro da mais estrita linha de honestidade e de probidade. Ainda bastante jovem ingressou no Espiritismo, tomando parte saliente, no ano de 1936, na fundação da União da Mocidade Espírita de São Paulo.

No campo da imprensa espírita fez a sua estreia, no ano de 1937, no tradicional órgão “A Aliança”, de São Paulo, dirigido pelo Prof. Sebastião Maggi da Fonseca. Militou nos quadros diretivos da União Federativa Espírita Paulista, tornando-se, em 1941, o Diretor-Presidente da Sociedade de Rádio Piratininga, PRH-3, a qual lançava ao ar diariamente o “Programa Radiofônico Espírita Evangélico do Brasil”.

Tanto na União Federativa como na extinta Rádio Piratininga, desenvolveu incessante campanha em prol da divulgação da Doutrina dos Espíritos, atuando ao lado de grandes vultos espíritas do passado, dentre eles Pedro de Camargo (Vinícius), Benedito Godoy Paiva, Antenor Ramos, Caetano Mero e outros.

De sua bibliografia destacamos: “Reencarnação ou Pluralidade das Existências”, “Levanta-te e Caminha” e “Bandeirantes da Imortalidade”, obras essas de cunho espírita, entretanto, foi também autor dos livros “Ubururetama” e “O Conde de La Rose”, ambos coletâneas de contos, o primeiro de fundo indianista e o segundo de caráter histórico.

Nas décadas de 1930 a 1950, tornou-se um dos mais destacados e requisitados oradores espíritas, tendo a oportunidade de ocupar a tribuna de centenas e centenas de instituições espíritas, nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, tendo mesmo participado da fundação de muitas dessas entidades.

A sua palavra era muito acatada e o seu nome foi dado a algumas obras assistenciais, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No ano de 1977, já bastante enfermo e quase sem poder locomover-se, tomou parte na solenidade comemorativa do 40º aniversário de fundação do “Centro Espírita Deus e Caridade”, de São Paulo, dando uma inequívoca demonstração do seu acendrado amor à Doutrina.

O seu gesto teve elevada repercussão e todos os participantes da reunião tiveram a oportunidade de estreitá-lo ao coração.

De todos os numerosos títulos que havia recebido, o que mais prezava era o de espírita-cristão, pois ele considerava o Espiritismo como autêntica mensagem do Céu à Terra, como uma doutrina dinâmica, suscetível de equacionar os milenares e angustiantes problemas que assolam a humanidade, por isso, Vergal muito fez para que os homens se reencontrassem e vivessem em perene estado de fraternidade e de amor.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

domingo, 2 de agosto de 2015

RITA DA SILVA CERQUEIRA

1888 – 1951

Nasceu a 29 de abril de 1888, em Augustura, Distrito de São José, Além-Paraíba, Estado de Minas Gerais, e desencarnou em Três Rios, Estado do Rio de Janeiro, a 6 de abril de 1951.

Desempenhou uma multiplicidade de cargos e encargos, como diretora do “Lar Manoel Pessoa de Campos”, e do “Grupo Espírita Fé e Esperança”, na qualidade de diretora de assistência aos necessitados.

Foi também orientadora da “Mocidade Espírita Bezerra de Menezes”, arregimentando os moços para o trabalho de caridade, incentivando-os para o conhecimento doutrinário-evangélico.

Era procurada diariamente por uma multidão de aflitos cujos problemas procurava solucionar satisfatoriamente, através de suas palavras evangelizadas e persuasivas.

Ao seu espírito perseverante e realizador devem-se grandes empreendimentos na cidade de Três Rios, em vários setores de atividade.

Era descendente do Almirante Saldanha Marinho, que foi advogado de renome, deputado estadual por várias legislaturas, grande político do século passado, escritor e grão-mestre da Maçonaria, desencarnado em 1895. Ficou órfã de pai aos nove anos de idade, passando a viver sob a tutela de sua avó materna, D. Raquel Saldanha Marinho, grande educadora, austera e boa, que exercia o magistério em Além Paraíba.

Sua avó desenvolveu na menina Ritinha sentimentos elevados, o amor aos semelhantes e a fé inabalável em Deus.

Bem menina ainda, conheceu o jovem Francisco Ferreira de Cerqueira, com ele contraindo matrimônio aos 18 anos de idade.

Em 1910, transferiram-se para a cidade de Três Rios, radicando-se ali, jamais pensando em residir em outra parte.

Seu esposo, alma pura e simples, amava-a de coração e uniram-se no trabalho dignificante, ajudando-se mutuamente, nas tarefas do bem. Foi exemplar servidor da Central do Brasil, estimado e considerado por seus chefes e colegas. Verdadeiro chefe de família, como esposo e pai, soube cumprir os deveres do verdadeiro espírita, integrado nos postulados cristãos.

Tiveram sete filhos, dos quais um desencarnou com um ano de idade, criando-se os restantes, todos dentro dos princípios da Doutrina Espírita.

D. Rita Cerqueira enviuvou em 1928, ficando com todos os seus filhos menores de idade.

José Ferreira de Cerqueira, o mais velho, já um rapazinho, foi o esteio da família. A fé inabalável de D. Ritinha e o comportamento e união dos filhos fizeram com que fossem vencidas todas as dificuldades e em pouco tempo tudo se tornasse paz e tranquilidade naquele abençoado lar cristão.

Sua vida como espírita não foi menos grandiosa: Por volta de 1918, foi acometida de uma enfermidade para qual a medicina não encontrou solução, chegando a ser desenganada por junta médica. Toda a sua família ficou desesperada e inconsolável, somente ela não perdia a esperança, recomendando fé em Deus, porque em breve haveria de sarar.

Nessa altura, teve conhecimento da existência de um médium espírita em Porto Novo da Cunha. Cheia de fé e animada da certeza que Deus haveria de curá-la, pediu ao esposo fosse consultá-lo, naturalmente inspirada pelos amigos espirituais, Francisco Cerqueira, com o coração partido de dor, já desesperado pelos resultados médicos, foi buscar a receita.

De volta, trouxe consigo remédios homeopáticos, ervas e recomendação para eu lhe fossem ministrados passes, pois a sua doença, segundo o guia espiritual do médium, era de origem espiritual.

Confiantes, seguiram à risca todas as instruções recebidas e as melhoras não se fizeram esperar, ficando boa em poucos dias.

Dessa data em diante ocorreram os primeiros fenômenos mediúnicos, com aquela que seria mais tarde grande médium, consagrando toda sua vida aos menos afortunados, não só no exercício da mediunidade, como em outros meios facultados pela Doutrina.

Certo dia sente-se inopinadamente fora do corpo físico; vê, conversa com todos, porém não se apercebe de seu próprio corpo. Após momentos de ansiedade, compreendeu que seu espírito se exteriorizara e era preciso regressar ao envoltório carnal. Nesse momento rogou a Deus com todas as forças de que dispunha que a fizesse regressar ao corpo, porque tinha uma missão a cumprir, além daquela de esposa e mãe, e no mesmo instante voltou ao normal.

No dia seguinte, procurou o Centro Espírita, presidido pelo professor Alexandre José Lacerda, desenvolvendo-se de forma bastante rápida o Dom da mediunidade, comunicando-se por seu intermédio um amigo espiritual de grande elevação, que cientificou a todos da grande tarefa que ela tinha pela frente.

Rita Cerqueira, exuberante de alegria, regressou ao lar, certa de que dali por diante poderia ser muito mais útil aos seus semelhantes.
Nessa mesma noite, foi provada a sua fé.

Foi chamada para socorrer uma enferma em grande sofrimento e aflição. Não se recusou, confiante em Jesus e, à beira da cabeceira do doente, impôs suas mãos e o seu pensamento em prece, recebeu a ajuda do Alto. Quando dali saiu, deixou em paz aquele lar onde até então reinava desespero e apreensão.

Daí por diante, sua mediunidade desabrochou ostensivamente no campo da cura sendo intermediária entre a Terra e o Céu. Muito estudiosa, tomou conhecimento das obras doutrinárias, principalmente de Kardec, em companhia dos companheiros do Centro, como professor Alexandre J. Lacerda, Marcelina Chaves, Eliezer Fonseca, Manoel Gonçalves e Manoel Pessoa de Campos, incansáveis trabalhadores que deixaram seus nomes registrados de modo indelével naquela cidade.

Com seu esposo foi o amparo de multidões de aflitos e deserdados da sorte, que tiveram em seu coração, o remédio, o amparo e a consolação.

Fez parte das diretorias de duas instituições: C.E. “João Baptista” e C.E. ”Fé e Esperança”, em cuja diretoria ficou integrada até o final de sua romagem terrena.

Em 1930, funda-se o “Lar Manoel Pessoa de Campos”, instituição de amparo a crianças do sexo feminino, cuja primeira diretora foi Helena Chaves Arneiro.
Em 1940, motivado por um período de licença da referida diretora, Dona Ritinha a substituiu no cargo, ocupando-o com grande eficiência, dedicação e carinho.

Em 1927, o Dr. Walter Gomes Franklin, médico parteiro residente naquela cidade, solicitou à diretora do C.E. “Fé e Esperança”, autorização para instalar dois leitos para parturientes, em uma de suas salas. Obtida a autorização, ficou ali funcionando, de forma precária, até o ano de 1935, quando foi oficialmente fundada uma Maternidade, com instalações mais adequadas.

Com a desencarnação do Dr. Walter Franklin, em 7 de novembro de 1953, o seu nome foi dado àquele estabelecimento.

A palavra de Rita Cerqueira era eloquente e esclarecedora, pois ela possuía notável poder persuasivo, sendo por isso muito apreciada por todos os espíritas.

A sua predileção pendia para temas evangélicos, conseguindo dar interpretações claras às parábolas de Jesus Cristo.

Em sua oratória fazia salientar a necessidade da prática ao amor ao próximo, dando também muita ênfase a temas que versassem sobre a fé, a esperança, a bondade e, sobretudo, a caridade.

O seu exemplo maravilhoso levou muita gente para o Espiritismo. Os seus conselhos eram acatados por todos, pois era dotada de elevado senso de responsabilidade e sabia, com raro tirocínio, fazer restabelecer a paz nos lares, serenar os ânimos e reatar a amizade entre pessoas que se consideravam desafetas.

Quando de sua desencarnação, por decreto municipal, foi declarado luto oficial por três dias “por motivo do falecimento da ilustre dama trirriense e grande benfeitora da infância desamparada, ocorrido no dia 6 de abril de 1951, nesta cidade”.

O seu nome foi dado a uma das ruas centrais de Três Rios.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.