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sábado, 24 de dezembro de 2011

Santo Agostinho


Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, em Tagaste, pequena cidade da atual Argélia. Na cidade natal transcorreram sua infância e juventude, um ambiente limitado de um povoado perdido entre montanhas.


Talhado para a oratória, ele lê e decora trechos de poetas e prosadores latinos. Aprende elementos de música, física e matemática. Em Cartago fez seus estudos superiores e ali também entrou em contato com a alegria e esplendor das cerimônias em honras aos deuses protetores do Império.


Embora seja descrito como um jovem ponderado, dedicado aos livros, ele confessa que “amar e ser amado era uma coisa deliciosa”. Ele passou a viver com uma mulher a quem foi fiel, tendo se tornado pai em 373, com apenas 19 anos. Seu filho, de nome Adeodato, morreria aos 17 anos.


Desejava se destacar na eloqüência; confessa, por orgulho. Desejava ser o melhor. Um livro de Cícero o alerta que “a verdadeira felicidade reside na busca da sabedoria.”


Retorna à sua cidade natal e se dedica ao ensino, por treze anos, depois ensina em Cartago e Roma. Dedicou-se ao estudo das Escrituras, contudo, achou seu estilo tão simples que se desiludiu e o abandonou.


Em Milão parecia ser um homem feliz: pago pelo Estado, personagem quase oficial (ocupava a cátedra da eloqüência), respeitado como professor. No entanto, ele se mostra inquieto. Busca a verdadeira alegria e não a encontra.


Afeiçoou-se ao maniqueísmo, doutrina do profeta persa Mani. Após 12 anos, insatisfeito com as respostas que a doutrina não lhe dava, recomeça a ler os Evangelhos e assistir os sermões do bispo Ambrósio, que o recebeu como um pai.


Uma canção infantil, na voz cristalina de uma criança que insiste “Toma, lê”, faz com que ele procure o livro a respeito de São Paulo e retorne em definitivo ao cristianismo.


Sua vida daquele momento em diante seria meditar, escrever livros, discursar. Em 391, é chamado a Hipona, um grande centro comercial de cerca de 30.000 habitantes. Cinco anos depois seria sagrado bispo auxiliar de Hipona.


Grande era a luta, à época contra as chamadas heresias. Agostinho, sempre orador oficial, nos sínodos e concílios em Cartago nunca esquece que “mais valioso que a palavra é o amor fraterno... Os olhos dos doentes queimam, por isso são tratados com delicadeza... Os médicos são delicados até com os doentes mais intolerantes: suportam o insulto, dão o remédio, não revidam as ofensas.”


As palavras que mais aparecem em seus escritos são amor e caridade. Por vezes, desenvolvendo uma idéia interrompe seu raciocínio para deixar escapar gritos de amor a Deus: “Ó Senhor, amo-Te. Tu estremeceste meu coração com a palavra e fizeste nascer o amor por Ti. Tarde Te amei, ó Beleza tão amiga e tão nova, tarde Te amei... Tocaste-me, e ardo de desejo de alcançar a Tua paz.”


Duas vezes por semana falava na Igreja da Paz. Certa vez, discorrendo a respeito de São João se entusiasmou de tal forma que pregou durante cinco dias consecutivos, sempre aplaudido.


Mas, dizia: “Vossos louvores são folhas de árvores; gostaria de ver os frutos.” Tal era a admiração que tinham por Agostinho, que chegaram a acreditar que ele fosse capaz de produzir curas e lhe levavam doentes.


“Se eu tivesse poder para curar”, dizia, “curaria a mim mesmo”. A doença que o tomou durou poucos dias. Percebendo que se avizinhava a morte, pediu que o deixassem a sós, para orar. Morreu na noite de 28 para 29 de agosto de 430, aos 76 anos. Não deixou testamento, mesmo porque não tinha bens.


Os pintores medievais o retratam com o livro na mão e o coração em chamas. O livro simboliza a ciência, o coração inflamado, o amor.


Sabedoria e amor foram os seus dons inseparáveis. Interessante anotar que embora seja sempre retratado com muita pompa e luxo, mesmo como bispo ele se recusava a usar o anel e a mitra.


Esse espírito foi convidado a participar da equipe do Espírito da Verdade e suas ponderações podem ser encontradas em vários momentos da Obra Kardeciana, entre eles em O livro dos espíritos (prolegômenos, resposta às questões 495, 919 e 1009), O evangelho segundo o espiritismo (cap. III, itens 13 e 19; cap. V, item 19; cap. XII, itens 12 e 15; cap. XIV, item 9; cap. XXVII, item 23), O livro dos médius (cap. XXXI, dissertações de número 1 e XVI - Acerca do espiritismo / Sobre as sociedades espíritas).


Autor desta biografia: Desconhecido.
Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sábado, 3 de dezembro de 2011

William Crookes


1832-1919


William Crookes nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1832. Foi o maior químico da Inglaterra, segundo afirmativa de "Sir" Arthur Conan Doyle, o que ficou constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência desenvolveu no campo científico. Mencionado como sendo um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos supranormais, desenvolveu importante trabalho na área da fenomenologia espírita.


No ano de 1855, Willian Crookes assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como conseqüência de prolongados estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas. Após persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu, em 1872, a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, em 1874. No ano seguinte descobriu um novo tratamento para o ouro. No entanto, a coroação do seu trabalho científico foi a descoberta do quarto estado da matéria, o estado radiante, no ano de 1879. Foram-lhe outorgadas várias medalhas pelas relevantes descobertas no campo da física e da química.


A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o com o mais alto título daquele país: "Cavalheiro".


A par de todas as atividades, ocupou a presidência da Sociedade de Química, da Sociedade Britânica, da Sociedade de Investigações Psíquicas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas.


Dotado de invejável fibra de investigador, acabou por pesquisar os fenômenos mediúnicos, a princípio, com o fim de demonstrar o erro em que incidiam os ditos "médiuns" e todos aqueles que acreditavam piamente em suas mediunidades.


Em 1869, os médiuns J.J.Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações.


As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie King, fato que abalou o mundo científico da época.


A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a Sir Willian Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que vinha realizando. São dela as seguintes palavras: "Fui à casa do Senhor Crookes, sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade." Ela pediu a proteção da Sra. Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois que um cavalheiro, de nome Volckmann, havia lhe imputado suspeitas de fraude.


No dia 22 de abril de 1872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização do Espírito Katie King, estando presente na sessão, a genitora, alguns irmãos da médium e a criada.


Após várias sessões, nas quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, a Srta. Florence afirmou a Willian Crookes que estava decidida a submeter-se a todo o gênero de investigações.


Na sua obra "Fatos Espíritas", faz completo relato de todas as experiências realizadas com o Espírito materializado de Katie King, que não deixa dúvida quanto ao poder extraordinário que possui o Espírito de dar a forma desejada, utilizando a matéria física.


Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das conseqüências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes, porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - "Não digo que isto é possível; digo: isto é real!"


Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1919, em Londres, Inglaterra.


Fonte: Federação Espírita do Paraná.

sábado, 5 de novembro de 2011

Carlos A. Baccelli


Carlos A. Baccelli nasceu em Uberaba (MG), em 9 de novembro de 1952, é filho de Roberto Baccelli e Maria Odete Prata Baccelli. Casado com a Profa. Márcia Queiroz Silva Baccelli; é pai de dois filhos, Thiago e Marcela. Formado em Odontologia, é funcionário da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos há 24 anos.


Há 30 anos cooperando com as atividades da Casa Espírita "Bittencourt Sampaio", Baccelli é idealizador e fundador de várias instituições espíritas em Uberaba, entre as quais o Grupo Espírita "Pão Nosso", o Lar Espírita "Pedro e Paulo", o Grupo Espírita "Irmão José", a "Casa do Caminho", esta última de amparo à vítimas do HIV.


Como escritor e jornalista, é autor de várias obras de significativa importância para a Doutrina: "O Espiritismo em Uberaba", "Divaldo Franco em Uberaba", "Chico Xavier, Mediunidade e Vida", etc.


Foi durante muito tempo diretor da Aliança Municipal Espírita de Uberaba e secretário da "Comunhão Espírita Cristã", antiga casa de trabalho do médium Chico Xavier. Com Chico Xavier, no "Grupo Espírita da Prece", publicou vários livros em parceria mediúnica, editados pelo IDEAL de São Paulo, e pelo IDE de Araras, livros que lhe abriram caminho para o trabalho mediúnico que agora se amplia com outros que têm sido publicados pela "DIDIER" de Votuporanga.


Baccelli, ainda, é colaborador assíduo de "A Flama Espírita", importante mensário de Uberaba, orador que, tem viajado pelo Brasil levando consigo a mensagem da Terceira Revelação, sendo que, por quase três anos consecutivos apresentou na TV local o apreciado programa "Espiritismo Explicando".


Fonte: Fórum Espírita.

sábado, 1 de outubro de 2011

PIETRO UBALDI


Nascido no dia 18 de agosto de 1886, na cidade de Foligno, região da Úmbria, na Itália, Pietro Ubaldi escolheu não só as condições de seu nascimento, como a cidade em que deveria nascer e viver a fim de cumprir as suas provas e martírios para resgate de seu débito, para com a Lei Divina.


Provindo de altas esferas espirituais, como afirma Chico Xavier, Pietro Ubaldi havia se preparado previamente no mundo espiritual, para desempenhar um papel muito importante para a humanidade, e a maior prova de que a missão foi cumprida integralmente era a conclusão de sua Obra, que havia sido prevista e divulgada com 16 anos de antecedência. Era filho de Sante Ubaldi e da Senhora Lavínia Alleori Ubaldi, herdeira do título de Condessa e de grande riqueza material, deixada pelos pais. Além dos rigores de uma vida palaciana, Pietro Ubaldi recebera excelente educação religiosa e cultural, tendo concluído o curso de Direito, pela Universidade de Roma.


Apesar de ter vivido em palácio, Pietro Ubaldi sabia que esse não era o seu mundo. Espiritualmente, ele era um menino prodígio, mas, aparentemente, um garoto comum, sem qualquer problema. Desde pequeno, seus interesses estavam voltados para as coisas do espírito e a religião era o seu maior objetivo. Ao herdar de seus pais uma grande fortuna, a ela renunciou, pois não quis considerar como sua, por não ter sido produto de seu esforço pessoal, conforme ditava a sua própria consciência.


Para Ubaldi, a experiência na riqueza foi mais um teste para a sua vida material, da qual se saiu muito bem. Essa mesma prova ele já havia escolhido em uma de suas vidas passadas, mas fracassou pela preocupação de não perder a riqueza e a intenção de multiplicá-la sempre mais.


O seu destino apresenta-se como um caso típico de provas ao reverso. Era rico de qualidades espirituais e ansioso de exercitá-las e desenvolvê-las, porque nelas estava a sua vida, mas via-se na posse dos mais preciosos dons materiais, os mais cobiçados pela média humana, os menos desejáveis para ele, e que por isso se transformavam numa condenação.


O seu casamento foi realizado numa igreja de Roma, com a Senhora Maria Antonieta Solfanelli e como fruto desse casamento nasceram Francesco (1913), que veio a falecer em 1942, vítima da segunda guerra mundial; Vicenzina (1917) que faleceu aos dois anos, e Agnese (1919) que veio a falecer em 1975.


Em 1927, um grande acontecimento faz mudar a vida de Pietro Ubaldi: o seu voto de pobreza. Ele tinha na época 41 anos, e estava suficientemente maduro para tomar uma decisão importante no seu destino. Dentro de si fervilhava o exemplo de S. Francisco.


Após ter sido aprovado em concurso público, passou a trabalhar modestamente, como professor de inglês num colégio estadual, em Módica, nos confins da Sicília, meio que encontrou para o seu sustento, conforme ditava sua própria consciência.


Em 1931, Pietro Ubaldi aos 45 anos, inicia o seu gigantesco trabalho, começando pelas grandes mensagens, recebidas sem nenhuma preparação prévia. A primeira, recebida nos minutos iniciais do dia 25 de dezembro, que foi denominada "Mensagem de Natal". Uma mensagem longa e deslumbrante, cuja fonte era Cristo e que fora chamado de "Sua Voz". O trabalho mais importante de sua Obra é sem dúvida, A Grande Síntese, iniciado em 1932 e concluído em 1935. Foram 100 capítulos, todos escritos à noite, até altas horas da madrugada. Cada página que lhe era transmitida pela "Sua Voz" era uma nova revelação, haja vista que Pietro Ubaldi desconhecia o conteúdo e o plano elaborado pela Entidade Reveladora. Eis a seguir, um trecho da mensagem recebida de Emmanuel através do grande médium Chico Xavier, sobre A Grande Síntese:


"A Grande Síntese é o Evangelho da Ciência, renovando todas as capacidades da religião e da filosofia, reunindo-as à revelação espiritual e restaurando o messianismo de Cristo, todos os institutos da evolução terrestre".


Em 1951 Pietro Ubaldi é convidado para proferir várias palestras no Brasil, aqui chegando pela primeira vez em 22 de julho de 1951. Realiza sua primeira conferência na cidade de Campos no Rio de Janeiro e na semana seguinte parte para São Paulo, iniciando a sua grande maratona pelo Brasil, retornando à cidade de Gúbio em dezembro de 1951, coroado de pleno êxito.


Convidado para vir morar em nosso país com seus familiares, no ano seguinte, ou seja, em 25 de novembro de 1952, Pietro Ubaldi e sua família partiram definitivamente para instalar-se em terras brasileiras, escolhendo a Cidade de Santos, em São Vicente para seu domicílio. Tudo isso se realizou exatamente como havia sido predito por "Sua Voz", embora pudesse parecer irrealizável. A promessa de Cristo tinha-se cumprido. Na Páscoa de 1950, "Sua Voz" havia dito: "Vai, tua hora é chegada, tua missão se realiza..." "Pelo Natal estarás no Brasil."


A vida de Pietro Ubaldi foi cíclica e aqui passou o último período de sua vida, durante os últimos vinte anos (dos 65 aos 85 anos) e cíclico também é o aniversário de sua passagem para a eternidade, em 29 de fevereiro de 1972, às 0:30h, depois de ter concluído o seu último livro (24º): Cristo; que encerra sua Obra no Natal de 1971, 40 anos, desde quando foi iniciada no Natal de 1931. Fato também que havia sido previsto em seu Livro Profecias, escrito com 16 anos de antecedência.


Autor: Adeildo Paulo da Silva

sábado, 3 de setembro de 2011

Benedito Godoy Paiva


Nascido em S. Paulo no dia 19 de abril de 1885, e desencarnado na mesma cidade, aos 17 de maio de 1962.


Durante mais de vinte e cinco anos, um orador era invariavelmente requisitado para a maior parte das festividades de cunho espírita realizadas em São Paulo.


Sua palavra tinha o mérito de atrair numerosa assistência, pois, além de abalizado conferencista, possuía um estilo todo peculiar de proferir suas locuções, iniciando- as com um conto, um apólogo ou uma anedota de cunho singelo, que preparava os espíritos dos presentes, predispondo- os à assimilação dos ensinamentos contidos no tema que iria ser abordado.


Por isso dizia ele: "Em nossa longa peregrinação pelas tribunas espíritas, pelas estações de rádio e pela imprensa espírita, a falar sobre o Evangelho de Jesus, sempre fizemos o possível para não enfastiar os ouvintes ou os leitores com longas e pesadas dissertações sobre a Doutrina Espírita, achando preferível prender- lhes a atenção por meio de outro processo, qual o de buscar na vida prática fatos ou exemplos elucidativos dos temas abordados, ainda que por vezes pecando contra a sisudez de alguns confrades pouco amantes de literatura desse gênero. Para se trazer uma assistência atenta, nada melhor do que entremear a palestra com a narração de fatos interessantes e por vezes cônscio da vida de sociedade, elucidativos do tema a ser abordado.


Nenhum mal há nisso, para a propaganda e compreensão da Doutrina Espírita. O espírita deve ser alegre e nunca um indivíduo avesso ao riso, às alegrias sãs, aos divertimentos inofensivos, nunca devendo imitar aqueles frades da Ordem do Silêncio que, proibidos de falar, só podiam dizer ao se encontrarem: "Irmão! Lembra- te da morte!"


Esse emérito espírita chamava- se Benedito Godoy Paiva. Foi um homem de ilibado caráter, franco e leal, dotado de invejável operosidade. Anteriormente ao ano de 1941, pertenceu ao quadro diretivo da União Federativa Espírita Paulista, ali desenvolvendo intenso trabalho de divulgação da Doutrina Espírita, fazendo- o através da imprensa e do rádio.


Nesse mesmo ano passou a prestar serviços no corpo de colaboradores da Federação Espírita do Estado de São Paulo, onde teve grande destaque e exerceu numerosas atividades, pois, além de orador oficial, foi diretor do Departamento Cultural e Social e membro do Conselho Deliberativo, ajudando Pedro de Camargo, Vinícius, a instituir as Tertúlias Evangélicas substituindo- o em seus impedimentos todos os domingos de manhã. Colaborou decididamente na fundação da Escola de Aprendizes do Evangelho e de outros cursos ministrados por aquela instituição, assessorando os trabalhos de preparação de apostilas e livros para os aludidos cursos.


Em 1947 tomou parte saliente na fundação da União das Sociedades Espíritas do Estado de S. Paulo, formando a Comissão da Redação Final das deliberações do I Congresso Espírita do Estado de São Paulo e integrando o primeiro Conselho Deliberativo daquela entidade.


Os dados biográficos que se seguem foram obtidos da Profa. Zilda de Paiva Barbosa, uma das filhas daquele grande seareiro.


Benedito Godoy Paiva enviuvou duas vezes, deixando sete filhos, netos e bisnetos. Aos 16 anos de idade, após ter feito o Curso Ginasial no Externato Molina, estudou e completou os cursos de geometria, matemática e de língua inglesa, ingressando então como funcionário da Estrada de Ferro Sorocabana, em 1901. Entretanto, fez ainda o curso de Contador na Academia de Comércio do Brasil, a qual freqüentou à noite, passando depois a trabalhar em horas extras como guarda- livros, a fim de equilibrar a economia do lar.


Aposentou- se após 46 anos de serviço naquela ferrovia, deixando uma grande folha de inestimáveis serviços a ela prestados, com toda dedicação e eficiência.


Fez carreira brilhante de praticante a assessor administrativo, chegando a Chefe do Escritório do Tráfego e Chefe Geral do Expediente do Departamento dos Transportes, onde recebeu elogios em sua folha corrida.


Tomou parte em inquéritos administrativos e em outras comissões que lhe foram confiadas, por conhecer profundamente todos os regulamentos e ordens expedidas pelas administrações anteriores.


Foi jornalista, colaborando na imprensa religiosa e profana, sendo redator de uma das colunas do "Diário de São Paulo".


Como poeta e charadista colaborou em "Nossa Estrada", revista cujo nome foi sugerido por ele e aceito por votação por todo o pessoal da Sorocabana.


Era músico. Executava cerca de seis instrumentos, porém, a sua predileção era pela flauta. Compôs diversas músicas e foi seresteiro. Fazia serenatas sob as janelas, nos tempos da velha São Paulo.


Freqüentou a Igreja Evangélica, onde era organista e regente do coro.


Na ata de fundação da 3a. Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo o seu nome consta, em primeiro lugar, como fundador.


Conhecia profundamente as Escrituras e dos Evangelhos tirou ensinamentos sublimes que o nortearam em toda a sua vida, tão úteis à família e à Humanidade.


Convertendo- se ao Espiritismo, tomou parte inicialmente na União Federativa e posteriormente na Federação Espírita do Estado de São Paulo, deixando a Igreja Presbiteriana de onde solicitou afastamento, escrevendo uma carta ao seu grande amigo, Rev. Dr. Seth Ferraz, pastor da 3a. Igreja, expondo os motivos que o levavam a se afastar do seio daquela comunidade, uma vez que os ensinamentos da Igreja condenam o Espiritismo, doutrina baseada na reencarnação e na evolução dos Espíritos.


Foi uma nova fase em sua vida. Dedicou- se inteiramente à Doutrina Espírita.


Fez inúmeras conferências, cujos auditórios eram repletos quando ele ocupava a tribuna.


Baseado nessas conferências editou o livro "Quando o Evangelho diz Não!"


Publicou diversos folhetos, entre eles "Quais os que entrarão no céu" e "A Verdade vos Libertará".


Escreveu poesias diversas: "A Reencarnação", "Saudades do Marido", "As Três Cruzes", "A Mulher Pecadora", "O Juízo Final", "O Bom Samaritano", "Salvação pela Fé", "O Sonho da Princesa" e, com Cid Franco, escreveu o poema "Avatar".


Revisou "A Grande Síntese", livro mediúnico de Pietro Ubaldi e, em parceria com Emílio Manso Vieira, escreveu o "Manual do Dirigente de Sessões Espíritas".


No dia de sua desencarnação, à sua cabeceira estiveram presentes três representantes de correntes religiosas: um pastor evangélico, um bispo da Igreja Católica Brasileira e um membro da Federação Espírita do Estado de São Paulo. Todos lhe tributaram adeus com o mesmo carinho.


Fonte da imagem: Internet

sábado, 30 de julho de 2011

Militão Pacheco


Nascido no dia 13 de junho de 1866 e desencarnado em São Paulo, a 7 de julho de 1954.


Muito deve o Espiritismo ao Dr. Augusto Militão Pacheco, pelo testemunho que deu da Doutrina dos Espíritos. Animado de uma fé imorredoura na vida espiritual conseguiu prelibar, através da existência transitória do corpo, a vida imortal do Espírito imperecível.


Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, no ano de 1904, Militão Pacheco foi nesse mesmo ano convidado a ir ao Estado do Maranhão a fim de ajudar a debelar um surto de peste bubônica que grassava naquela região do norte do Brasil. Apesar de não contar com qualquer espécie de hospital de isolamento nem com condições adequadas para o combate àquela enfermidade contagiosa, dirigiu- se para lá em companhia do diretor do Hospital de Isolamento de S. Paulo, dois médicos mineiros e mais um outro, conseguindo marcante sucesso na tarefa. Nessa altura foi convidado para ser diretor do Serviço Sanitário do Estado do Maranhão pelo período de dois anos. Para lá transferiu- se com sua esposa e três filhos, porém, renunciou após oito meses de atividades intensas, por não ver atendidas as suas reivindicações, imprescindíveis para o bom andamento dos serviços.


Nos primeiros anos do presente século (não nos foi possível comprovar se em 1901 ou 1902), comparecendo a uma sessão espírita, ali lembrou- se de sua filhinha desencarnada com apenas 52 dias de vida e formulou ardente solicitação mental para que ela viesse beijá-lo. Sem que tivesse qualquer conhecimento do desejo que alimentava, os médiuns videntes que ali estavam presentes, decorridos alguns minutos descreveram que o Espírito da menina havia se dirigido ao pai e ali estava cobrindo- o de beijos. Esse testemunho foi o suficiente para que Militão Pacheco se convertesse ao Espiritismo.


Um outro fato veio mudar o rumo de sua vida, Sua esposa sofria, há alguns anos, de pertinaz enfermidade e, para curá-la havia ele esgotado todos os recursos que a medicina alopática lhe havia proporcionado. Visitando a família do Juiz de Direito, de Campinas, ela teve ali uma das suas crises. A esposa do juiz pediu permissão para recomendar- lhe um remédio homeopático. O remédio foi comprado e o tratamento iniciado. Após essa ocorrência ela teve apenas duas ameaças de crise e o mal desapareceu por completo. O Dr. Pacheco, que vinha exercendo a medicina alopática há cinco anos, procurou o único médico homeopata existente em Campinas, iniciando assim um estudo profundo sobre a homeopatia, para o que conseguiu alguns livros a título de empréstimo. Dali por diante deixou por completo de praticar a medicina alopática.


No dia 23 de julho de 1896, através de decreto assinado pelo então presidente do Estado de S. Paulo, Jorge Tibiriçá e por Gustavo de Oliveira Godoy, Militão Pacheco foi nomeado, em comissão, para exercer o cargo de inspetor sanitário do Estado, cargo no qual foi efetivado a 26 de setembro do mesmo ano, exercendo- o até 1920, quando se aposentou.


Durante mais de meio século, o Dr. Pacheco exerceu na capital paulista o apostolado da Medicina. E dizemos apostolado porque foi notável médico no sentido cordial, humanitário, prestativo, dedicando- se inteiramente à tarefa de auxiliar o seu próximo, conseguindo desta forma realizar gigantesco trabalho de assistência individual e coletiva como poucos conseguiram realizar na Terra. O prestigioso jornal "Diário de S. Paulo", em sua edição de 27 de junho de 1944, publicou extensa reportagem sobre as festividades comemorativas do cinqüentenário de formatura e de exercício de profissão do Dr. Augusto Militão Pacheco. Através de numerosos discursos proferidos na oportunidade, pudemos conhecer verdadeiros rasgos de generosidade e de amor, partidos da figura inconfundível daquele que tinha em alta conta a dignidade humana e o sacerdócio da Medicina.


Foi sempre de incomparável bondade no tratamento de todos os seus incontáveis clientes, retornando ao mundo espiritual abençoado por milhares de corações, legando aos homens uma vida que se constituiu em verdadeiro modelo de virtude, um exemplo incomparável de beleza moral, emanada de um caráter reto e de uma decisão inquebrantável. Muitas pessoas que não podiam pagar consultas, eram atendidas com igual dedicação e não raras voltavam com o auxílio financeiro para a aquisição dos remédios prescritos por aquelas mãos abençoadas. No terreno filosófico, conquanto fosse grande admirador de geniais pensadores de várias escolas, pois era um cidadão independente e portador de invejável cultura intelectual e científica, nunca negou a sua incondicional dedicação à Doutrina Espírita, tornando- se um dos espíritas mais respeitáveis e dignos em nosso Estado e mesmo no Brasil. Médico essencialmente homeopata, honrou e dignificou a medicina hahnemanniana, tendo consagrado ao Espiritismo o melhor de sua nobilitante e proveitosa existência. Era na realidade autêntica fonte inesgotável destinada a suavizar as dores do corpo e minorar os sofrimentos da alma.


Em julho de 1936, quando se cogitou da fundação da Federação Espírita do Estado de S. Paulo, foi um dos elementos que mais propugnaram para essa realização. A reunião convocada para apreciar a redação final dos estatutos sociais e proceder à eleição da primeira diretoria, foi por ele presidida, passando a figurar como um dos seus sócios fundadores e sido eleito vice- presidente da primeira diretoria constituída. Durante muitos anos foi presidente da Associação Espírita São Pedro e São Paulo, uma das mais prestigiosas instituições espíritas de seu tempo, a qual posteriormente veio a se integrar na Federação.

sábado, 9 de julho de 2011

Ernesto Bozzano


Nasceu em 9/01/1862, em Gênova, Itália e desencarnou em 24/06/1943, na mesma localidade.


Professor da Universidade de Turim; foi antes de se converter ao Espiritismo, materialista, céptico, positivista.


Pesquisador profundo e meticuloso; escreveu mais de trinta e cinco obras, todas de caráter científico.


Organizador de estudo experimental, com o valioso concurso de 76 médiuns.


Elaborou nove monografias inconclusas.


Essa a folha de serviço de um dos mais eruditos pensadores e cientistas italianos. Seu nome: Ernesto Bozzano.


Numa época em que o Positivismo empolgava muitas consciências, Bozzano demonstrava-lhe nítida inclinação.


Dos postulados positivistas gravitou para uma forma intransigente de materialismo, o que o levou a proclamar mais tarde: Fui um positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia impossível pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma.


O fato de representantes da Ciência Oficial levarem a sério a possibilidade da transmissão de pensamento entre pessoas que vivem em continentes diferentes, a aparição de fantasmas e a existência das chamadas casas mal-assombradas escandalizava Bozzano.


Somente após ler diversas outras obras é que Ernesto Bozzano resolveu dedicar-se com afinco e verdadeiro fervor ao estudo aprofundado dos fenômenos espíritas, fazendo-o através das obras de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Paul Gibier, William Crookes, Alexander Aksakof e outros.


Como medida inicial para um estudo profundo, Bozzano organizou um grupo experimental, do qual participaram muitos professores da Universidade de Gênova.


No decurso de cinco anos consecutivos, graças ao intenso trabalho desenvolvido, esse pequeno grupo propiciou vasto material à imprensa italiana e, ultrapassando as fronteiras, chegou a vários países.


Havia-se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis Espíritos, de forma bastante visível, e com a mais rígida comprovação.


Dentre as mais de trinta e cinco obras escritas, citamos “A Crise da Morte”, “A Hipótese Espírita e as teorias Científicas”, “Animismo ou Espiritismo”, “Comunicações Mediúnicas entre Vivos”, “Pensamento e Vontade”, “Fenômeno de Transfiguração”, “Metapsíquica Humana”, “Os Enigmas da Psicometria”, “Fenômenos de Talestesia”, etc.


O seu devotamento ao trabalho fez com que se tornasse, de direito e de fato, um dos mais salientes pesquisadores dos fenômenos espíritas, impondo-se pela projeção do seu nome e pelo acendrado amor que dedicou à causa que havia esposado e que havia defendido com todas as forças de sua convicção inabalável.


Um fato novo veio contribuir para robustecer a sua crença no Espiritismo.


A desencarnação de sua mãe, em julho de 1912, serviu de ponte para demonstração da sobrevivência da alma.


Bozzano realizava nessa época sessões semanais com um reduzido grupo e com a participação de famosa médium.


Realizando uma sessão na data em que se dava o transcurso do primeiro ano da desencarnação de sua genitora, a médium escreveu umas palavras num pedaço de papel, as quais, depois de lidas por Bozzano o deixara assombrado.


Ali estavam escritos os dois últimos versos do epitáfio que naquele mesmo dia ele havia deixado no túmulo de sua mãe.

sábado, 28 de maio de 2011

Paulo de Tarso

Seu nome original era Sha'ul (Saulo), nascido na cidade de Tarso, capital da província romana da Cilícia, fabricante de tendas. Depois de Jesus, é considerado a figura mais importante do cristianismo.


Era um judeu da Diáspora (Dispersão), de uma importante e rica família. Começou a receber aos 14 anos a formação rabínica, sendo criado de uma forma rígida no cumprimento das rigorosas normas dos fariseus, classe religiosa dominante daquela época, e ensinado a ter o orgulho racial tão peculiar aos judeus da antiguidade.


Quando se mudou para Jerusalém, para se tornar um dos principais sacerdotes do Templo de Salomão, deparou-se com uma seita iniciante que tinha nascido dentro do judaísmo, mas que era contrária aos principais ensinos farisaicos.


Dentro da extrema honestidade para com a sua fé e sentindo-se profundamente ofendido com esta seita, que se chamava cristã, começou a persegui-la, culminando com a morte de Estevão, diácono grego e grande pregador cristão, que foi o primeiro mártir do cristianismo.


No ano de 32 D.C., dois anos após a crucificação de Jesus, Saulo viajou para Damasco atrás de seguidores do cristianismo, principalmente de um, que se chamava Barnabé. Na entrada desta cidade, teve uma visão de Jesus, que em espírito lhe perguntava: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Ficou cego imediatamente.


Foi então levado para a cidade. Depois de alguns dias, um discípulo de Jesus, chamado Ananias, foi incumbido de curá-lo. Após voltar a enxergar, converteu-se ao cristianismo, mudando o seu nome para Paulo.


Paulo, a partir de então, se tornaria o "Apóstolo dos Gentios", ou seja, aquele enviado para disseminar o Evangelho para o povo não judeu.


Em 34 D.C., foi a Jerusalém, levado por Barnabé, para se encontrar com Pedro e Tiago, líderes da principal comunidade cristã até então.


Durante 16 anos, após sua conversão, ele pregou no vale do Jordão, na Síria e na Cilícia. Foi especialmente perseguido pelos judeus, que o consideravam um grande traidor.


Fez quatro grandes viagens missionárias: 1ª Viagem (46-48 D.C.), 2ª Viagem (49-52 D.C.), 3ª Viagem (53-57 D.C.), 4ª Viagem (59-62 D.C.), sendo que na última foi à Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.


Nero o condenou à morte. Como era um cidadão romano, não foi crucificado, foi decapitado. A data de sua morte foi por volta de 64 d.C. depois do grande incêndio de Roma.


Certamente escreveu inúmeras cartas, mas somente 14 destas chegaram até nós, chamadas de Epístolas Paulinas, que são:


Epístola aos Romanos; 1ª e a 2ª aos Coríntios; aos Gálatas; aos Efésios, aos Filipenses; aos Colossenses; 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses; 1ª e 2ª a Timóteo; a Tito; a Filemon e aos Hebreus.


Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo, na sua morte e ressurreição. A esta fé soma-se um fator fundamental: o seu temperamento, que era passional, enérgico, ativo, corajoso e também capaz de idéias elevadas e poéticas.


Algumas frases e pensamentos de Paulo de Tarso.


1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.


2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.


3 - E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.


4 - O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece.


5 - Não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal.


6 - Não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade.


7 - Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


8 - O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.


9 - Porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos.


10 - Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.


11 - Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.


12 - Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido.


13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.


14 - Todas as coisas me são lícitas; mas nem todas me convém.


15 - Nem sempre consigo fazer o bem que pretendo, mas o mal que não quero.


16 - Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica...


17 Só o amor conhece o que é verdade.

sábado, 30 de abril de 2011

Bittencourt Sampaio




Francisco Leite de Bittencourt Sampaio nasceu em Laranjeiras (SE) dia 11 de fevereiro de 1834 e desencarnou no Rio de Janeiro a 10 de outubro de 1895.


Foi jurisconsulto, magistrado, político, alto funcionário público, jornalista, literato, renomado poeta lírico e excelente médium espírita.


Militante na política, filiou-se ao partido liberal. Foi eleito deputado para a Assembléia Geral Legislativa nas legislaturas 1864-1866 e 1867-1870. Neste último período foi Presidente do Espírito Santo, nomeado por carta imperial.


Em 1870 abraçou as idéias republicanas. Com Saldanha da Gama, Quintino Bocaiúva e outros, assinou o célebre manifesto de 03 de dezembro de 1870, importantíssimo documento histórico. Foi um dos fundadores do Partido Republicano.


Jornalista, colaborou em diversos órgãos de imprensa no Rio de Janeiro e em São Paulo. Não só era reputado pelo brilho de seus artigos, mas também grandemente respeitado pela elevação, sinceridade e firmeza com que sustentava e defendia os seus ideais.


Foi o primeiro administrador da biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.


Autor de diversas obras em prosa e verso; foi considerado por Sylvio Romero e João Ribeiro o primeiro dos autores líricos brasileiros, logo depois de Gonçalves Dias.


Entre suas obras merece destaque "A Divina Epopéia de João Evangelista". Trata-se de uma reprodução do Evangelho de João, em versos decassílabos, de rara beleza e grandiosidade.


Como espírita, desenvolveu sua mediunidade de receitista no "Grupo Confúcio", no Rio de Janeiro.


Em 1876 fundou a "Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade".


Antônio Luís Saião, convertido ao Espiritismo graças à mediunidade curadora de Bittencourt Sampaio, fundou o "Grupo Ismael". Ali Bittencourt Sampaio recebeu belas e instrutivas mensagens de Espíritos Superiores.


Quando desencarnou José Bonifácio, o "Moço", Bittencourt Sampaio dedicou-lhe os seguintes versos:




Sim! Ele entrou, de bênçãos radiantes,
Pelo portão de luz da eternidade,
Qual águia que dos céus na imensidade,
Livre revoa, tão de nós distante!


Depois de sua desencarnação, através do médium Frederico Júnior, Bittencourt Sampaio escreveu "Jesus perante a Cristandade", "De Jesus para as Crianças" e "Do Calvário ao Apocalipse".


No livro mediúnico "Voltei", o Irmão Jacob, através do médium Francisco Cândido Xavier, revela que Bittencourt Sampaio colabora nos planos superiores da Espiritualidade, na supervisão do Espiritismo evangélico no Brasil.

sábado, 2 de abril de 2011

Cornélio Pires


Cornélio Pires nasceu na cidade de Tietê, Estado de São Paulo, no dia 13 de julho de 1884, e a sua desencarnação aconteceu na cidade de S. Paulo, no dia 17 de fevereiro de 1958.


Homem de personalidade inconfundível, tornou-se figura popular e de bastante destaque em todo o Brasil, graças ao trabalho, por ele encetado, de viajar pelas cidades do Interior do Estado de S. Paulo e outros Estados, estreando na condição de caipira humorista.


Em sua juventude aspirava participar de um concurso de admissão numa Faculdade de Farmácia. Animado desse propósito viajou de Tietê para S. Paulo, a fim de se inscrever como candidato a um desses concursos, porém, apesar do seu desempenho não logrou êxito nesse seu intento.


Tomou então a deliberação de dedicar-se ao jornalismo, passando a trabalhar na redação do jornal O Comércio de São Paulo, em cujo cargo desenvolveu um aprendizado bastante estafante. Posteriormente passou a exercer atividades nos jornais O São Paulo e O Estado de São Paulo, tradicional órgão da imprensa paulista, onde desempenhou a função de revisor e, finalmente, no ano de 1914, passou a dar a sua contribuição ao órgão O Pirralho.


Numerosos escritores teceram comentários sobre a personalidade de Cornélio Pires e, para ilustração, passemos a citar Joffre Martins Veiga, que em seu trabalho A Vida Pitoresca de Cornélio Pires, escreveu “Ninguém amou tanto a sua gente como Cornélio Pires; ninguém se preocupou tanto com seus semelhantes como esse homem, que foi, antes de tudo, um Bom”. O famoso poeta Martins Fontes, por sua vez, escrevendo sobre ele, afirmou: “é um bandeirante puro, um artista incansável, enobrecedor da Pátria e enriquecedor da língua”.


Admirado também pelo grande jornalista Amadeu Amaral, este deu-lhe a sugestão de tornasse um dos maiores divulgadores do folclore brasileiro.


Pelos idos de 1910, Cornélio Pires lançou o livro Musa Caipira, obra que foi largamente saudada pela crítica, graças ao seu conteúdo tipicamente brasileiro. Sílvio Romero tornou-se um dos seus mais salientes críticos, comentando da seguinte forma o lançamento dessa obra: “Apreciei imensamente o chiste, a cor local, a graça, a espontaneidade de suas produções que, além do seu valor intrínseco, são um ótimo documento para o estudo dos brasileirismos da nossa linguagem”.


No início do presente século, Cornélio Pires começou a freqüentar a Igreja Presbiteriana, entretanto não conseguiu conciliar os ensinamentos dessa religião com o seu modo de pensar. Ele não admitia a existência das penas eternas e de um Deus que desse preferência aos seguidores de determinadas religiões. O demasiado apego aos formalismos da letra, na interpretação dos textos evangélicos fez com que ele quase descambasse para o materialismo.


Nessa época ele desconhecia o que era Espiritismo, entretanto, durante as suas viagens ao Interior, aconteceram com ele vários fenômenos mediúnicos, inclusive algumas comunicações do Espírito Emilio de Menezes, as quais muito o impressionaram. Como conseqüência ele passou a estudar obras espíritas principalmente as de Allan Kardec, Leon Denis, Albert de Rochas e alguns livros psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier.


Dali por diante integrou-se decididamente no Espiritismo, interessando-se muito pelos fenômenos de efeitos físicos. Nos anos de 1944 a 1947 ele escreveu os livros Coisas do Outro Mundo e Onde estás, ó morte?; tendo desencarnado quando escrevia “Coletânea Espírita”.


De sua vasta bibliografia destacamos: Musa Caipira, Versos Velhos, Cenas e Paisagens de minha Terra, Monturo, Quem conta um conto, Conversas ao Pé do Fogo, Estrambóticas Aventuras de Joaquim Bentinho - O Queima Campo, Tragédia Cabocla, Patacoadas, Seleta Caipira, Almanaque do Saci, Mixórdias, Meu Samburá, Sambas e Cateretês, Tarrafas, Chorando e Rindo, De Roupa Nova, Só Rindo, Ta no Bocó, Quem conta um Conto e outros Contos..., Enciclopédia de anedotas e Curiosidades, além dos dois livros espíritas acima citados.


Num de dos seus escritos sobre o Espiritismo, dizia ele: “O Espiritismo, mais cedo ou mais tarde, fará aos católicos romanos, aos protestantes e aos adeptos de outros credos, a caridade de robustecer-lhes a Fé, com os fatos que provam a imortalidade da Alma, que se transforma em Espírito ao deixar o invólucro material” e mais adiante “O Espiritismo nos proporciona a FÉ RACIOCINADA, nos arrebata ao jugo do dogma e nos ensina a compreender DEUS como Ele é”.


Pouco antes da sua desencarnação, Cornélio Pires, demonstrando que havia assimilado o preceito de Jesus Cristo: “Amai ao próximo como a ti mesmo”, voltou para a cidade do Tietê e ali comprou uma chácara, onde fundou a “Granja de Jesus”, lar destinado a crianças desamparadas. Infelizmente ele não chegou a ver a conclusão da obra.


Cornélio Pires chegou a organizar o “Teatro Ambulante Cornélio Pires” perambulando de cidade em cidade, sendo aplaudido por toda a população brasileira por onde passava. Esse intento foi concretizado após ter abandonado a carreira jornalística.


O presente trabalho representa uma apagada biografia desse batalhador infatigável, que desenvolveu na Terra uma tarefa altamente meritória.




Autor desta biografia: Desconhecido.

sábado, 5 de março de 2011


LAMENNAIS



Felicite Robert de Lamennais, nascido em uma família burguesa, em 19 de junho de 1782, em Saint-Malo, na França, foi brilhante escritor, tornando-se uma figura influente e controversa na história da Igreja francesa.
Com seu irmão Jean, concebeu a idéia de reviver o Catolicismo Romano como uma chave para a regeneração social. Chegaram a esboçar um programa de reforma em sua obra: Reflexão do estado da Igreja no ano de 1808.

Cinco anos mais tarde, no auge do conflito entre Napoleão e o Papado, os irmãos produziram uma defesa do Ultramontanismo (Doutrina e política dos católicos franceses que buscavam inspiração na Cúria Romana, defendendo a autoridade absoluta do Papa em matéria de fé e disciplina). Este livro valeu a Lamennais um conflito com o Imperador, ocasionando sua fuga para a Inglaterra, rapidamente, no ano de 1815.

Um ano depois, com seus 34 anos de idade, Lamennais retorna a Paris e é ordenado padre. Escritor fluente, político e filósofo, ele se esforçava para combinar a política liberal com o Catolicismo Romano, depois da Revolução Francesa. Por isso, já em 1817 publicou "Ensaios sobre a indiferença em matéria de religião considerada em suas relações com a ordem política e civil", além de uma tradução da "Imitação de Jesus Cristo". O ensaio lhe valeu fama imediata.

Nele, Lamennais argumentava a respeito da necessidade da religião, baseando seus apelos na autoridade da tradição e a razão geral da Humanidade, em vez do individualismo do julgamento privado. Embora advogasse o Ultramontanismo na esfera religiosa, em suas crenças políticas era um liberal que advogava a separação do Estado da Igreja, a liberdade de consciência, educação e imprensa.

Depois da revolução de julho, em 1830, Lamennais, junto com Henri Lacordaire (Os expoentes da Codificação XVIII) e Charles de Montalembert, além de um grupo entusiástico de escritores do Catolicismo Romano Liberal, fundou o jornal "L`Avenir". Neste jornal diário, defendia Lamennais os princípios democráticos, a separação da Igreja do Estado, criando embaraços para si tanto com a hierarquia eclesiástica francesa quanto com o governo do rei Luís Felipe.

O Papa Gregório XVI desautorizou as opiniões de Lamennais na Encíclica Mirari vos, em agosto de 1831. A partir de então, Lamennais passa a atacar o Papado e as monarquias européias, escrevendo o famoso poema "Palavras de um crente", condenado na Encíclica papal Singulari vos, em julho de 1834. O resultado foi a expulsão de Lamennais da Igreja.

Incansável, ele se devotou à causa do povo, colocando sua caneta a serviço do republicanismo e do socialismo. Escreveu trabalhos como "O Livro do Povo" (1838), "Os afazeres de Roma" e "Esboço de uma Filosofia". Chegou a ser condenado à prisão mas já em 1848 foi eleito para a Assembléia Nacional, aposentando-se em 1851.

Por ocasião de sua morte, em Paris, em 27 de fevereiro de 1854, não desejando se reconciliar com a Igreja, foi sepultado em uma cova de indigente.

No Mundo Espiritual, não permaneceu ocioso, eis que em O Livro dos Espíritos, na pergunta de número 1009, se encontra uma mensagem de sua lavra, ilustrando a resposta. Nela, revela os traços da sua fé, concitando as criaturas a aproximar-se do bom pastor e do Pai Criador, combatendo com vigor a crença das penas eternas.

Na mensagem que assina em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, item 15, ele se revela o ser compassivo, que conclama as criaturas a obedecer a voz do coração, oferecendo, se for necessário, a própria pela vida de um malfeitor.



sábado, 5 de fevereiro de 2011


Erasto


Erasto, o companheiro de Paulo, assim chamado pelo povo em razão de sua proximidade com o Apóstolo dos Gentios, foi um dos primeiros seguidores e divulgador convicto da mensagem de Jesus Cristo, numa época inicial em que os caminhos da fé cristã precisavam ser abertos e os primeiros pergaminhos da Boa Nova ainda deveriam ser escritos para divulgação do Cristianismo nos vários cantos da Terra.

Erasto fora descendente da tribo de Benjamim. Nascera no ano 13 da Era Cristã. Sua família e a de Saulo de Tarso, mais velho que ele alguns anos, eram conhecidas e mantinham laços de amizade. Na infância, em anos distintos, ambos receberam formação religiosa da mesma escola judaica, a dos fariseus, cujo mestre maior naquele tempo era Gamaliel, o Velho.

Durante a juventude, compromissos familiares o levaram para Éfeso, movimentada cidade portuária da Ásia Menor (oeste da atual Turquia), centro próspero de comércio e de cultura grega, com milhares de habitantes, onde a dominação romana oferecia melhores perspectivas de vida.

Em seguida, no ano 32, sequioso de trabalho e falando perfeitamente o grego, Erasto deslocou-se para Corinto, importante colônia romana no coração da Grécia, cidade mais requintada depois de Atenas, centro cosmopolita onde traços da exuberante cultura helênica ainda despontavam. Ali conheceu e manteve amizade com a família da moça que seria em breve o grande amor de Paulo. Trabalhou na administração pública da cidade até o ano 58 e, no seguinte, foi Edil da colônia por um ano.

Quando o procônsul Marcus Annaeus Novarus, irmão mais velho de Sêneca (preceptor de Nero) assumiu o governo da Acaia no verão do ano 51, tomando o nome de Gálio por ter sido adotado por Lucius Junius Galion, Erasto foi nomeado administrador do erário de Corinto, vinculado ao questor romano da província. No exercício do seu trabalho, Erasto deliberou a realização e efetuou o pagamento de inúmeras obras destinadas ao povo.

Nos meandros da influência política, Erasto colocou o ilustre Gálio a par da religiosidade cristã de Paulo, que naquela época habitava Corinto exercendo a profissão de tecelão e fundava na cidade uma controvertida igreja. Quando na primavera do ano 52, em juízo, diante de Galo, o rabino Sóstenes acusou Paulo de persuadir os homens a servir a Deus contra as Leis de Moisés, a autoridade constituída, devidamente assessorada, providenciou a defesa do apóstolo, que, sem proferir palavra alguma, foi absolvido por Gálio, que sentenciou: "Visto que a questão é de palavras, de nomes e da vossa lei, disso cuidai vós mesmos. Eu não serei o juiz dessas coisas", disse Gálio, dispensando os litigantes do tribunal.

Anteriormente, no início da idade juvenil, Erasto tomara conhecimento das pregações do Cristo. Depois, na maturidade, ao passar por Jerusalém no curso do ano de 49, Erasto reviu Paulo, seu conhecido de anos passados, que estava na cidade para participar do concílio apostólico. Voltou a encontrar-se com ele em Corinto, durante a segunda viagem missionária do Convertido de Damasco. O cargo público que Erasto ocupava na administração da cidade não lhe permitia maior exposição para realizações apostólicas. Por essa razão, abraçou publicamente o Cristianismo no ano 54, em outra cidade, Éfeso, quando hospedou o Apóstolo dos Gentios em sua casa.

Dos primeiros cristãos da Antigüidade, Erasto foi o mais abastado em bens materiais e o que ocupou função pública de relevada importância sob ordens romanas. Foi discípulo de Paulo enquanto viveu o apóstolo, e membro fundador da Escola de Tirannus, em Éfeso.

Nessa cidade, a família bem sucedida de Erasto houvera adquirido muitas propriedades. Entre elas, no centro cultural da metrópole, estava o edifício de uma antiga associação, cujo terreno possuía grandes jardins que defrontavam o movimentado passeio público. Tal ginásio foi transformado numa verdadeira academia de ensino cristão. Ali, Paulo reunia os discípulos, ensinava a palavra do Cristo e fazia prodígios. A expulsão de espíritos inferiores e a cura de doenças fizeram de Paulo a figura religiosa mais discutida de Éfeso. Distante do clima contrário das sinagogas, a Escola fora seu recanto de reflexão, de caridade e de profundo recolhimento na fé em Jesus Cristo.

Conforme dissera o Espírito Yehoshua (7): "Erasto foi um judeu da dispersão, contemporâneo do Apóstolo Paulo. De início, foi seu aristocrático anfitrião na cidade helenística de Éfeso, onde Paulo ensinou a Boa-Nova por dois anos e abalou a hegemonia do prestigioso templo de Diana, existente na cidade, ensejando aos contrários pedir seu sangue como pena. Posteriormente, Erasto tornou-se um dos grandes iniciadores do Cristianismo primitivo. Foi encarregado por Paulo de obter os recursos necessários para fundar as primeiras igrejas. De Éfeso, foi mandado para Tessalônica, na Macedônia, para ali organizar a igreja. Habitou em Corinto, onde foi encarregado de combater a imoralidade, a idolatria e a magia que influenciavam negativamente o povo da região. Terminou seus dias como bispo da igreja da cidade de Felipos, a primeira do Cristianismo primitivo fundada na Europa. É mencionado de passagem na Bíblia em At 19:22; Rm 16:23; 2Tm 4:20. Comparece na Revista Espírita de outubro de 1861, comunicando a Epístola de Erasto aos Espíritas Lionenses, onde se apresenta como discípulo consagrado pelo apóstolo Paulo".

A passagem de Erasto pela antiga cidade de Corinto, foi confirmada por arqueólogos da Escola Americana de Estudos Clássicos de Atenas, em 1929 e 1947, quando, ao ser escavado um caminho datado do primeiro século da Era Cristã, foram encontrados nele uma praça e um bloco de pedra calcária contendo a seguinte inscrição: Erasto, Comissão de Obras Públicas...

Na condição de espírito desencarnado, como protetor do médium que lhe serviu de intérprete (Sr. D'ambel), Erasto recebeu instruções para participar das obras da codificação, registradas por Allan Kardec, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

Na atualidade, como apóstolo do Espírito Verdade, Erasto trabalha para unificar e expandir o movimento espírita. Nessa empreitada, conserva a mesma postura evangélica que marcou sua personalidade nas épocas iniciais do Cristianismo, ensinando que, nas batalhas da vida um soldado de Cristo, embora ferido e de coração sangrando, jamais perderá, sempre sairá vencedor.


Autor desta biografia: Luiz Sergio Gomes Vasconcellos

sábado, 1 de janeiro de 2011


PLATÃO


É pelos frutos que se conhece a árvore. Toda ação deve ser qualificada pelo que produz: qualificá-la de má, quando dela provenha mal; de boa, quando dê origem ao bem.

Estas palavras bem podem soar para quem já leu o Evangelho, como palavras textuais do Senhor Jesus.
Contudo, foram anotadas e dadas ao mundo séculos antes de Jesus, por Platão, filósofo grego, discípulo de Sócrates. Seu nascimento data do ano 428 ou 427 a C, na cidade de Atenas, na Grécia.

Pertencente à alta aristocracia, em torno dos seus 20 anos, conheceu e tornou-se amigo do filósofo Sócrates, a quem acompanhou até os seus últimos dias e de quem anotou os ensinos, graças ao que nos chegaram aos dias atuais.

Empreendeu viagem ao Egito e à Itália meridional. Na Sicília freqüentou a corte de um tirano de Siracusa de nome Dionísio.

Desejando influir na política da cidade, terminou por se incompatibilizar com Dionísio, que o mandou vender como escravo, na ilha de Egina, que se achava em guerra com Atenas.

Resgatado, retornou para sua cidade natal onde, em torno dos seus quarenta anos, fundou a Academia, na qual ensinou até o final dos seus dias terrenos.

Fácil de se entender porque ele e Sócrates são considerados precursores da idéia cristã e do Espiritismo, bastando se leiam alguns dos seus escritos. A obra kardequiana, O evangelho segundo o Espiritismo apresenta pequenos trechos que se referem ao conceito dos dois filósofos gregos a respeito da alma, seu progresso, a reencarnação, o mundo espiritual e seus habitantes, bem assim a respeito das mais excelsas virtudes, exatamente traçando um paralelo entre aquelas idéias, as do Cristo e, por conseqüência, os princípios fundamentais do Espiritismo.

Considerado um dos filósofos mais influentes de todos os tempos, pois que seu pensamento dominou a filosofia cristã antiga e medieval, seus escritos nos legaram o pensamento socrático, bem assim os relatos comoventes dos últimos dias de seu mestre. Criador pessoal ainda do diálogo filosófico, espécie de drama de idéias.

Sua obra “O Banquete” é considerada uma das maiores da literatura antiga. Como poeta, seu estilo é o ponto mais alto da prosa grega e o demonstra nos seus poemas em prosa do mito da Caverna, da Atlântida e de Eros.

Escreveu ele “O amor está por toda parte em a Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono à dor”.

As obras de Platão discorrem sobre a mentira, a natureza do homem, a piedade, o dever, o belo, a sabedoria, a justiça, a coragem, a amizade, a virtude. No livro VII da República, ele apresenta o célebre mito da caverna: acorrentados no interior de um cárcere subterrâneo, e de costas voltadas para a entrada por onde penetra a luz, os que estão ali presos somente podem ver dos homens, dos animais e de tudo o mais que se encontre no exterior da caverna, as sombras que se projetam no fundo dela.

Um homem que consegue se libertar, ofusca-se com a luz do sol no exterior e descobre que tudo o que vira até então era a irrealidade.

Ali estava o mundo real. No entanto, se retornar ao interior e desejar transmitir aos demais, ainda prisioneiros, o que viu, sente que corre o risco de ser maltratado e até morto. Esta, segundo Platão, é exatamente a missão do filósofo.

Tendo desencarnado, pleno de lucidez e força criadora, aos 80 anos de idade, da espiritualidade, unindo-se a tantos outros espíritos de envergadura intelecto-moral, Platão continua na sua missão, revelando as nuances do mundo espiritual, o mundo do sol ofuscante, o mundo real, verdadeiro.

Seu nome é citado em Prolegômenos de O Livro dos Espíritos, bem assim assina um dos trechos da resposta à questão 1009 da mesma obra, onde falando a respeito da inexistência das penas eternas bem recorda as exortações de Sócrates, quando ao seu tempo, apresentou a alma migrando através de múltiplas existências, em seguida a mais ou menos longos períodos de erraticidade.

E conclui: "Humanidade! Não mergulhes mais os teus tristes olhares nas profundezas da Terra, procurando aí os castigos. Chora, espera, expia e refugia-te na idéia de um Deus intrinsecamente bom, absolutamente poderoso, essencialmente justo".


Autor desta biografia desconhecido.
Fonte do texto e imagem: Internet