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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

JOÃO AUGUSTO DE OLIVEIRA

(TIO JOÃO)

1919 – 1997

Desencarnou em 06 de agosto de 1997, em Ribeirão Preto, SP, tendo nascido em São Paulo, aos 27 de março de 1919.

Devido aos seus elevados dotes de amor ao próximo, era carinhosamente chamado de Tio João, e sua esposa, Sra. Dulce F. de Oliveira, Tia Dulce.

Sempre sorridente e pronto a servir, envolvia a quantos se acercavam dele, de um otimismo contagiante.

Foi um dos fundadores das Casas de Betânia, Instituto Espírita Paulo de Tarso, Sociedade Espírita 5 de Setembro - Casa do Vovô, e outras.

Jamais deixou de atender a qualquer pedido da sua presença, nas Instituições que lhe pediam a sua colaboração.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

JOÃO ANDREOTTI

1884 – 1971

Desencarnou no dia 27 de outubro de 1971 no Rio de Janeiro, tendo nascido na Itália, em 11 de novembro de 1884.

Chegou ao Brasil em 1916, radicando-se no Rio de Janeiro com mais dois irmãos.

Em 1919, em face de doença de um dos irmãos, desenganado pela medicina da Terra, foi aconselhado por amigos a procurar o Espiritismo. 

Apesar de contrariado, em face de sua descrença, mas penalizado com a doença do irmão aceitou a orientação, iniciando o tratamento no Centro Espírita, resultando a cura de seu irmão.

Participou da fundação do Centro Espírita Sebastião e Tenda Espírita Jorge, e Centro Espírita Filhos de Deus.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.
 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

JOANINO SABATELLA

1881 – 1970

 

Joanino Sabatella nasceu em 30 de março de 1881, na cidade de São João do Triunfo, no estado do Paraná.

 

Em 1898, fixou residência em Ponta Grossa, conhecendo o Dr. João Gama Esteves, dentista de nacionalidade espanhola, que se propôs a ensinar-lhe a prática da Odontologia.

 

Nas suas andanças, em 1902, travou conhecimento com a Doutrina Espírita, quando seu amigo Olímpio Alves Lisboa lhe emprestou O Evangelho Segundo o Espiritismo, que com a leitura, convenceu-se da verdade espírita e passou a ler com muito interesse toda a obra de Kardec, Delanne, Denis e outros clássicos do Espiritismo.

 

A partir daí, teve atuação destacada na Doutrina, integrou-se na Sociedade Espírita Francisco de Assis, desde a sua fundação em 1912, participando ativamente para a construção de sua sede própria.

 

Colaborou intensamente na difusão doutrinária pela tribuna falada e escrita.

 

Joanino Sabatella participou intensamente da vida comunitária de Ponta Grossa, no comércio, na política, na música, no jornalismo, na poesia, porém onde mais se destacou, foi nas atividades assistenciais e doutrinárias, muito contribuindo para alicerçar a presença do Consolador Prometido em terras pontagrossenses.

 

Joanino retornou ao plano espiritual em 07 de outubro de 1970.

 

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

JOANA TEREZA VIEIRA DE LIMA


(ABGAIL LIMA)

1883 – 1969

Desencarnou no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de julho de 1969, tendo nascido, também no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1883.

Mais conhecida por Abigail Lima, nome adotado quando foi crismada.

Educada na religião católica foi sempre muito rebelde aos dogmas e rituais da igreja, sendo por isso muito repreendida.

Tomou conhecimento dos fenômenos mediúnicos através de sua própria mãe, que sem nada conhecer de Espiritismo, por ela manifestava-se um espírito que modificava completamente o seu comportamento.

Fundou e dirigiu inúmeras instituições espíritas, sendo a fundadora da instituição Pátria do Evangelho.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

sábado, 1 de agosto de 2020

JOÃO FELÍCIO


1869 – 1936

Éramos nove irmãos. Viemos da Espanha para o Brasil em 1879 e eu estava com dez anos de idade. Imigramos no nordeste da Bahia.

Como o mais velho da família, tive que ajudar nas despesas da casa, trabalhando com vendas de verduras e frutas, e nas horas vagas engraxava sapatos em uma pracinha que lá existia. O meu pai trabalhava como caixeiro em um armazém, cujo dono, Senhor Bartolomeu, ajudou-me bastante, pois custeou os meus estudos.

Mais adiante, quando terminava o primário, fui matriculado no Liceu, onde concluí o colegial (ginasial). Nesta época, eu já estava em Salvador. Com muito esforço, dei continuidade aos meus estudos. No Curso de Direito conheci um amigo com o nome de Joel, ele me estendeu as mãos quando mais precisava naquele momento, convidando-me a morar nos fundos de sua casa, para que eu pudesse me ver livre do aluguel e custear melhor meus estudos.

Conhecendo melhor a família de Joel, descobri que eram espíritas. Fiquei feliz e me sentia em casa, participava do culto no lar, o qual eu achava maravilhoso, começando a interessar bastante pela Doutrina. O referido irmão me sugeriu ler o Evangelho Segundo o Espiritismo, que o devorei noite adentro; comecei a frequentar a Instituição Espírita A Caminho da Luz, a qual não existe mais, ficava perto de onde morávamos; participava do grupo de jovens com toda a alegria e lá me apelidaram de João Cigano.

Depois de uma participação na Casa Espírita com todo o meu empenho, deram-me a incumbência da presidência. Fiquei assustado com a responsabilidade pois o Presidente da Casa Espírita na época estava com a idade avançada, e eu disse a mim mesmo e também aqueles que ali trabalhavam "posso levar, mas peço apoio de todos da Casa e quando errar podem me alertar", e aí trabalhei durante seis anos sem interrupção até que a Assembleia da Casa decidiu indicar outro.

Neste processo conheci uma pessoa com a qual me casei, em 1905. Ela se chamava Maria Augusta Damasceno Felício. Tivemos três filhos: Jorge Luís Damasceno Felício, Antônio José Damasceno Felício e Luísa Damasceno Felício.

Tive a vontade enorme de fazer o Curso de Medicina, mas a esposa achou fora de época. Eu disse a ela: "se você me der forças, eu vou conseguir" e concluí o Curso. Mas a minha aptidão maior era para o Direito e a Medicina era para atender os mais carentes.

Vivemos muito felizes, graças à Deus e a luta continuou. Fui contraído por uma enfermidade na área cardíaca, cardiopatia crônica, pela qual vim desencarnar em 03/02/1936.

Passei pelo processo de "hierarquia no plano espiritual" para chegar na equipe de Dr. Bezerra. Trabalho onde for necessário (na Instituição Abrigo da Luz Bezerra de Menezes, Cantinho de Jesus e outras atividades).

Obs: João Felício o qual estudamos neste momento não é o mesmo espírito que coordena a Mocidade do Grupo de Fraternidade Espírita Albino Teixeira.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Joana Francisca Soares da Costa


Nascida na cidade de Santos, Estado de S. Paulo, no dia 12 de outubro de 1825 e desencarnada no Rio de Janeiro, no dia 27 de maio de 1927, com 101 anos de idade.

Militou no Espiritismo entre os trabalhadores da primeira hora, fazendo parte do quadro associativo do Centro Espírita Beneficente "Antônio de Pádua", uma das primeiras associações espíritas a ser fundada no Rio de Janeiro, frequentada pelos grandes pioneiros do Espiritismo. O seu neto, General Flamarion Pinto de Campos, possui um Diploma a ela conferido, em 27 de dezembro de 1888, pelos seus bons serviços prestados àquela instituição.

Médium receitista e curadora de excelentes qualidades, Joanna Francisca foi o refúgio para uma multidão de aflitos que a procuravam em busca de lenitivo para suas dores físicas e morais, atendendo a todos com a mesma solicitude e carinho, sem qualquer restrição. Fez de sua residência, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, um posto avançado da caridade cristã.

Joanna Francisca Soares da Costa, mais conhecida por "Vovó Joanna", nasceu em Santos, São Paulo, na Fortaleza da Barra — Bertioga — onde o seu pai servia como militar. Era filha do Major Leonardo Luciano de Campos e de Maria Luíza de Campos. Casou-se no dia 20 de agosto de 1846 com o Capitão João Antônio da Costa, Oficial da Arma de Infantaria, que se tornou posteriormente, veterano da Guerra do Paraguai, deixando-a viúva no dia 28 de outubro de 1880. Seu filho único, João Antônio da Costa Campos, também participou da Guerra do Paraguai.

Joana Francisca teve muitas amizades no seio da família espírita no início de suas atividades no Rio de Janeiro. Dotada de diversas faculdades mediúnicas, fez parte do Centro Espírita Beneficente "Antônio de Pádua", um dos primeiros a aderir à Federação Espírita Brasileira (FEB). Manteve também permanente contato com os fundadores da FEB, frequentando-a assiduamente e desfrutando da amizade de sua diretoria, como Elias da Silva, Major Ewerton Quadros, Bittencourt Sampaio e tantos outros, que naquela época praticavam o Espiritismo desassombradamente e sem reservas. Foi amiga e confidente do Dr. Dias da Cruz e do Dr. Bezerra de Menezes, que muito se serviram de sua mediunidade curadora.

Frequentou muito as Clínicas Homeopáticas desses inesquecíveis médicos, que deixaram nome no cenário político e espírita do Rio de Janeiro.

Como sua genitora, o filho João Antônio da Costa Campos, foi caloroso defensor da Doutrina Espírita, juntamente com a sua esposa Porciana Pinto de Campos, no mesmo ritmo de trabalho, praticando o Espiritismo com muito amor. Pai de dois filhos, que acompanharam a tradição da família. Allan Kardec Pinto de Campos, advogado, professor e jornalista, e Flamarion Pinto de Campos, que seguiu a carreira militar e é hoje General do Exército Brasileiro, já na reserva.

Ambos militantes do Espiritismo e eméritos conferencistas, difusores da Doutrina sob todos os aspectos, possuindo cada um, bela folha de serviços prestados. Allan Kardec Pinto de Campos desencarnou aos 29 anos de idade, na cidade de Alfenas, no Estado de Minas Gerais, como Presidente do Centro Espírita "Allan Kardec", fundado por ele naquela cidade. O General Flamarion Pinto de Campos permanecia, ainda em 1976, nas lides espíritas do Rio de Janeiro, sendo um dos fundadores da Cruzada dos Militares Espíritas e da Casa de Recuperação e Benefícios "Bezerra de Menezes". Qual verdadeira "Clã espírita", os netos, bisnetos e tetranetos da "Vovó Joanna" professam o Espiritismo.

Assim, a semente lançada pela nossa biografada caiu em terra fértil e dadivosa, pois medrou, floriu e deu bons frutos, desvendando para sua família os horizontes espirituais, graças à sua persistência no bem e à compreensão para com o próximo, cumprindo fielmente o mandamento maior — "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

Quando ficou impossibilitada de se deslocar de casa para a Federação Espírita Brasileira e para outras instituições espíritas da cidade, organizou em sua própria residência um grupo de estudo da Doutrina, no qual mercê de Deus atendia aos doentes do corpo e da alma, aconselhando a vivência evangélica como o melhor remédio para todos os sofredores.

Tudo nos leva a crer que Joana Francisca Soares da Costa foi um desses espíritos missionários da equipe de Ismael, que reencarnou no Brasil com a tarefa de semear em solo brasileiro as sementes do Evangelho de Jesus, à luz da Terceira Revelação.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

JERÔNIMO MENDONÇA RIBEIRO


1939 – 1989

Nasceu em Ituiutaba, MG, no dia primeiro de Novembro de 1939 e sua desencarnação ocorreu no dia 26 de novembro de 1989.

Filho de Altino Mendonça e Antônia Olímpia de Jesus, sendo nono filho de uma irmandade de dez filhos, teve uma infância pobre cheia de privações e seus pais eram muito pobres, analfabetos, lutavam arduamente pela sobrevivência: a mãe lavando roupa para fora e o pai fazendo “bicos” pelas fazendas; conta em uma de suas histórias com muito humor, que o único par de sapatos que teve em sua adolescência foi achado no lixo, quando tentava entrar no cinema.

Com treze anos foi levado a conhecer a igreja presbiteriana; foi protestante até os 15 anos, era um membro ativo, dava até palestras.

Após a desencarnação de sua avó, começou a se debater mentalmente no problema cruciante da morte e do destino da alma, tendo ele um espírito indagador, não se sujeitou aos horizontes estreitos da igreja no que tange a crença em Deus, o conceito de uma vida única e de uma salvação limitada.

A amizade com um espírita fê-lo converter-se à doutrina espírita. O amigo esclareceu-lhe as dúvidas da vida além-túmulo e conseguiu acalmá-lo.

Já na puberdade, Jerônimo começou a sentir dores nas articulações, especialmente nos joelhos e tornozelos. Esses pontos de seu corpo passaram a “inchar” e já aos dezoito anos andava com dificuldade.

Teve vários empregos, porém as dores agravaram, não lhe deram tréguas e o impediram de permanecer por muito tempo num mesmo trabalho e era sempre obrigado a se afastar. Foi ele balconista, entregador de jornal, redator-chefe de uma revista e professor. Seu passatempo preferido era o cinema, era fascinado pelo Tarzan, sendo este o seu apelido.

Enquanto sua saúde lhe permitiu, participou ativamente das excursões com os jovens de uma Mocidade Espírita. Estava ele com dezesseis anos. Desde jovem já mostrava interesse pelo espiritismo, frequentando o Centro Espírita que tinha na cidade. E isto foi de grande auxílio para ele, pois aos 18 anos de idade se defrontava com uma das primeiras grandes provações que tinha de vencer, passou a sofrer uma doença, não muito rara, a artrite reumatoide, que causava enormes dores e dificuldade de locomoção, quadro este que foi se agravando até que aos 20 anos de idade ficou definitivamente de cama.

Certo dia foi ao cinema assistir “... E o Vento Levou”, mas não havia nenhuma poltrona vazia. Jerônimo ficou quatro horas em pé no fundo da sala e ao terminar o filme estava petrificado, com grande vibração de dor nos membros inferiores. Foi aí que começou a jornada dolorosa e difícil da paralisia, como ele mesmo conta em sua autobiografia. Passou três meses deitado, plenamente impossibilitado de se locomover. Depois usou muletas por algum tempo enquanto ia lecionar. Porém, acabou mesmo tendo que ficar numa cama ortopédica, acometido de artrite reumatoide progressiva. O quadro enfermo de Jerônimo era tão desolador que mesmo sob efeito de medicamentos, seus amigos tiveram que fabricar uma cama especial e colocar sobre seu peito um saco de areia de 30 quilos para que ele pudesse suportar a dor.

Recebeu de um amigo a doação de uma Kombi para poder ser levado às palestras. Jerônimo tornou-se orador espírita. Podemos dizer que ele conseguiu transformar seu leito numa tribuna ambulante (deu palestras pelo Brasil todo) e por meio dela conseguiu realizar um grande e valioso trabalho.

Quem o conheceu afirma que ele estava sempre rindo, gostava de um bom papo e de cantar também. Certa vez, o Dr. Fritz disse-lhe que ele tinha a doença de três cês – cama, carma e calma. Os amigos sempre levavam Jerônimo ao cinema e também a outros lugares para se distrair.

Estando, certa ocasião, justamente num cinema, uma moça tropeçou em sua cama e “explodiu”: “Mas não é possível! Aonde eu vou, está o aleijado! Vou a uma festa, o aleijado lá! Esse aleijado me persegue! Aonde eu vou, ele está!” Jerônimo pensou consigo: “E agora?! A moça está revoltada, nervosa mesmo. Tenho que lhe dar uma resposta, mas não quero irritá-la mais ainda. O que dizer?” E saiu com essa: “Mas também, minha filha, você não para em casa, hein!” Ela olhou-o atônita e começou a rir. Riram juntos. Ficaram amigos.

Permaneceu assim cerca de trinta e dois anos preso ao leito, paralítico e com a agravante perda da visão. Quase não dormia, aproveitou para estudar bastante o Espiritismo. Quando ficou cego amigos liam para ele. Nunca lhe faltaram bons amigos. Mas certa vez, um repórter lhe perguntou o que é a felicidade. Ele respondeu assim: “A felicidade, para mim, deitado há tanto tempo nesta cama sem poder me mexer, seria poder virar de lado”. Em outra ocasião, ele disse: “Casei-me com a Doutrina Espírita no civil e com a dor no religioso”.

Eis alguns casos da vida desse vulto do espiritismo:

1- Por ocasião de um “enterro”, quando o cortejo seguia para o cemitério, sua Kombi estava logo atrás. Retirado o caixão, quando as pessoas se dirigiam para o local, um alcoolizado que passava, vendo os amigos lhe carregando a cama, exclamou: “Nossa! Dois defuntos! Esqueceram o caixão deste!” Ele aprendeu a não se revoltar com comentários infelizes. Gostava de citar uma frase de Cairbar Schutel: “Melindres é orgulho ferido”.

2- Numa palestra de Divaldo Pereira, a cama de Jerônimo estava em evidência, na frente, para não atrapalhar os que quisessem passar. Em certo momento, aproximou-se um homem alcoolizado, ou seja, bêbado, na linguagem comum. Disse-lhe: “- Paralítico, levanta-se e anda!” E Jerônimo lhe disse – “Depois, meu amigo, depois”. Temia Jerônimo que a cena fosse notada e atrapalha-se a palestra “paralítico, levanta-te e anda!”, insistiu o bêbado. “Bem que eu queria, mas não consigo”, falou baixo o Jerônimo, tentando chamar o homem à razão. O bêbado saiu desconsolado: “- Oh, homem de pouca fé!”.

3- Ele costumava ser requisitado para a prece de despedida por ocasião da desencarnação de conhecidos. Um dia, próximo ao túmulo, coube-lhe a palavra. Depois emocionadas, as pessoas foram saindo, conversando. Esqueceram-no no cemitério. Altas horas da noite, quando os amigos foram visitá-lo em casa e ele não estava, é que se lembraram do cemitério, indo buscá-lo. Em ocasiões como essa, exercitava a resignação. Tinha que esperar que se lembrassem dele, até para um cafezinho ou um copo de água.

4- Um certo dia um Senhor foi orientado pela irmã de Jerônimo, para que esse fosse fazer uma visita a seu irmão, e assim o fez. Quando chegou a casa ele foi convidado a entrar e, ouvindo o barulho do pessoal nos fundos da casa, para lá se dirigiu. As gargalhadas do Jerônimo sobressaíam à distância. O homem estava tão desesperado que ao ouvir os risos virou-se a D. Terezinha e disse, revoltado: - “É esse homem que irá me confortar?” Fez-se silêncio o senhor foi chamado e apresentado. – “Jerônimo, aqui está um senhor que veio de São Paulo só para conversar com você. Por certo, desejará fazê-lo sozinho”. Os jovens se retiraram, e o senhor tomou a palavra: - “Olha moço, eu era uma pessoa muito rica até uma semana atrás. Eu tinha uma fazenda com eletricidade, com todo conforto da vida moderna, até campo de aviação. Tinha tudo. Fui tão incauto, que ao fazer a venda da fazenda passei a escritura e recebi uma nota fria”. O Jerônimo estranhou o que era uma nota fria. – “Uma duplicata sem valor. Eu não tive nem condições de reclamar. O advogado falou que era perca de tempo. A minha família antes se tolerava, porque nós conversávamos por bilhetes, eu nos meus weekends, a minha esposa nos seus chás, e os filhos, iam onde queriam. Agora todos, vêm em cima de mim, me cobrando o conforto, me cobrando a fazenda; eu não resisto a essa situação. Estava na farmácia justamente comprando um remédio para dar fim à minha vida, quando apareceu um amigo, que perguntou: Para que você quer isso? Como ele sabia do negócio que eu fiz e do meu desespero, ele falou: Eu não admito que você compre esse remédio! Eu respondi: Como? Você não manda na minha vida! Aí ele me disse: Eu vou deixar, sim, você cuidar de sua vida, se você me prometer que vai conversar com o Jerônimo Mendonça, em Ituiutaba. Eu lhe dou a passagem. Ele me deu a passagem, aqui estou eu, mas acho que eu perdi tempo, porque você é uma pessoa feliz, que não sabe o que é o sofrimento alheio”.

O Jerônimo lhe respondeu:- “Meu amigo, você é uma pessoa que realmente está sofrendo. Você perdeu uma fazenda maravilhosa, mas vamos supor que essa criatura que lhe comprou a fazenda voltasse agora e lhe perguntasse: “Você quer trocar a fazenda por um olho seu?”

- “Ah! Jerônimo, que bobagem é essa, isso é conversa que se fale!”

- “Não, o olho não, o olho é muito precioso, então vamos supor... Um braço”.

- “Ah! Mas que bobagem! Que conversa! Onde já se viu isso?”

- “Oh meu amigo! E cheguei à conclusão que você não é pobre, você não é miserável. Você é arquimilionário das bênçãos de Deus.

O homem ao sair dali mudou seu modo de pensar, sempre que podia voltava para trocar ideias com Jerônimo, e acabou se tornando um trabalhador da seara espírita”.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

IVAN DUTRA


1934 – 2004

Na pequena cidade mineira de Ubá (MG), que foi berço do grande compositor Ary Barroso, numa família humilde, nasceu Ivan Dutra, no dia 10 de novembro de 1934, como um dos oito filhos do casal Lindolfo e Odete Dutra; um berço espírita para que, desde tenra idade, recebesse a devida orientação, porque seus pais se preocupavam com a formação espiritual dos seus filhos.

Desde os primeiros tempos na escola primária, o menino mostrou uma capacidade para aprender e gravar na memória os ensinamentos, as datas, os números, destacando-se entre os alunos mais estudiosos. Decorava fatos e datas com precisão.

Ainda muito jovem, aos 12 anos de idade, dava aula de matemática para os colegas e com o que ganhava podia comprar algumas coisas de que necessitava. Estudioso, já conhecido pelos professores, viu que não poderia continuar seus estudos e foi então que, aconselhado por amigos de seus pais, se apresentou no melhor colégio de Juiz de Fora – o Granbery, que também era escola particular, para fazer um teste e ter direito a uma bolsa gratuita de estudos. Ivan Dutra passou no teste e iniciou seus estudos naquela instituição, tendo de manter sempre a melhor avaliação no aproveitamento da escola.

Aos dezoito anos foi transferido no trabalho, de São Paulo para Bauru, onde começou a participar ativamente do movimento espírita jovem naquele Estado. Frequentava a mocidade espírita e lá colaborava com campanhas, trabalho de evangelização infantil e voluntariado no Albergue Noturno.

Na década de 60, sua atuação na Doutrina Espírita consistia de trabalhos no departamento de mocidades da USE de São Paulo, em cujas reuniões, segundo seu amigo paulista, Milton Felipele, servia como contraponto aos polemistas, contribuindo, com o senso de reconciliação, sem irritações ou ideias personalistas, e sempre com conversa afável, gestos leves, sorriso contagiante e, sobretudo, com muita calma. Como disse Felipele: Ele tinha a qualidade de um líder, possuía uma vasta cultura e demonstrava essa competência como professor; esse fato nele era natural. Reencarnou para ensinar, ou melhor, para ajudar os que queriam aprender e sabia transmitir conhecimento.

Formou-se em 1960 em Direito e, para exercer a profissão, transferiu-se para Santo Anastácio, no Estado de São Paulo. Já casado, iniciou seu trabalho na advocacia sem deixar de participar do movimento espírita, trabalhando nos dois centros espíritas da cidade e conquistando muitos amigos. Num Centro, ele se dedicava à evangelização de adolescentes de 12 e 13 anos e, na outra casa espírita, trabalhava com jovens, tendo fundado com companheiros uma creche, que atendia 70 crianças, ajudando, assim, as mães carentes.

Trabalhou dedicadamente num Lar de Meninos. Não era uma instituição espírita, mas era uma obra benemérita, e assim o jovem advogado se entregou de coração ao trabalho de ajudar. Foram dez anos vividos na cidade de Santo Anastácio, que lhe conferiram o título de Cidadão Anastaciano pelos trabalhos prestados à comunidade.

Por necessidade da profissão, transferiu-se para Tupã, onde prosseguiu seu trabalho de advogado e também a nova atividade de professor na Faculdade de Direito, Economia e Administração. A cidade, que já tinha um trabalho espírita consolidado pela dedicação de muitos companheiros espíritas, abriu suas portas e, assim, mais uma vez, Ivan se associou aos trabalhadores espíritas para participar dos trabalhos de estudo da Doutrina e de assistência social, acrescidos de evangelização com jovens.

Nesta época, ministrava aulas na Faculdade de Direito de Presidente Prudente, que agora eram dadas em Tupã, Marília e Lucélia. Por ser extremamente dedicado e eficiente, graduou-se ainda em Economia, Pedagogia e Administração, fazendo, nesta última, mestrado e doutorado na USP, buscando assim corresponder à confiança que lhe era depositada, o que retornou para ele com as homenagens que recebeu no transcorrer dos anos de seu trabalho, agradecimentos de alunos reconhecidos por sua capacidade na área e dedicação.

De Tupã foi para Rolândia, onde trabalhou no movimento espírita como colaborador do Centro Espírita Emmanuel e do Lar Espírita André Luiz, ajudando os meninos daquele lar e criando o hábito de realizar o Culto do Evangelho nos lares espíritas.

Pouco depois, por força do trabalho, mudou-se para Apucarana, onde retomou a atividade de orientador da mocidade espírita, colaborou nos trabalhos de estudos e de reuniões da casa espírita, no trabalho de atendimento a menores carentes que eram assistidos pela instituição conhecida como Recanto da Criança Allan Kardec. Ali, os menores engraxates, catadores de papel e outros recebiam refeição, orientação de saúde e moral.

Ainda em Rolândia foi um dos fundadores da AREC − Associação Rolandense de Ensino e Cultura, criada em 1974, que se tornou a mantenedora da Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Rolândia, a FACCAR, sendo ele presidente da AREC nesse ano.

Por motivo de doença, mudou-se para Londrina em busca de melhores recursos de saúde e continuou seu trabalho como professor na UEL e como “trabalhador” na casa espírita, ao mesmo tempo em que se tornou voluntário do Dispensário Irmã Scheilla, departamento da SEPS, da qual com o tempo veio a ser o presidente.

Fundou em Londrina, juntamente com outros sócios, o INBRAPE – Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas, em 1986, uma instituição voltada para a geração e disseminação do conhecimento, e sempre trabalhou ativamente no movimento espírita local, como palestrante, participante de grupos mediúnicos e de estudos. Fez parte do Conselho e foi vice-presidente do Centro Espírita Nosso Lar, entre tantas outras atividades que exercia.

Com outros companheiros desmembrou o Dispensário Irmã Scheilla da SEPS, que passou então a constituir-se numa entidade autônoma com o nome de Núcleo Espírita Irmã Scheilla. Esta entidade desenvolve, há mais de 15 anos, importantes tarefas na área de assistência, com programa de socialização e profissionalização de jovens de periferia e assistência às suas famílias.

Cativava a todos com seu sorriso, sua calma, sempre pronto a ouvir, a aproveitar uma ideia que muitas vezes não era a ideal, mas que podia ser sutilmente melhorada, e, humildemente, ele foi se tornando o amigo, o companheiro, tratando sempre bem, desde um simples necessitado até um grande empresário, com serenidade, paciência e uma palavra amiga.

Ivan era, antes de tudo, um professor, título que aceitava com alegria e humildade; mas seus ensinos não ficavam limitados às quatro paredes de uma sala de aula, ensinando também na convivência com a família, com os amigos e os companheiros de ideal espírita. Na família, ele dedicava profundo amor à esposa, aos três filhos e à filha, tudo fazendo para torná-los felizes e parte integrante de sua vida, de seu trabalho, de seus estudos. A família cresceu e ele ainda conheceu os 13 netos e as duas bisnetas.

A dedicação do professor sempre foi total, fazendo do projeto a razão de seu trabalho feito com amor e desprendimento. Nunca faltava o conselho amigo, o sorriso franco que abria as portas para a confiança e melhor convivência com os jovens pupilos do Núcleo. E, assim, muitos jovens foram integrados à sociedade através do trabalho digno, promovido pelo Núcleo.

Em sua vida profícua escreveu livros na área profissional, como: Economia Contemporânea e Elementos da Economia, adotados nas faculdades. Escreveu três livros voltados à educação dos jovens. Em fevereiro de 2000, lançou Sementes para um Mundo Melhor, que são relatos reais do trabalho com as famílias de periferia e os resultados obtidos e de como vale a pena semear princípios cristãos; em 2002, Contos da Juventude, um livro voltado aos jovens, suas preocupações e problemas; e, por fim, o último livro, que foi organizado por ele em 2003: Novos Contos da Juventude – histórias elaboradas pelos próprios voluntários do Núcleo Espírita Irmã Scheilla de Londrina, de leitura muito útil para os jovens e também para pais e mães que se preocupam em dar a seus filhos uma orientação segura e embasada nos ensinamentos de Jesus, sendo eles da periferia ou não.

Seus livros, palestras e, principalmente, seus atos foram voltados a ensinar e estimular a prática do bem. Educador em seu sentido mais amplo, sempre se dedicou aos jovens, muito especialmente aos da periferia de Londrina. Sua influência marcou a história da beneficência social da cidade, sempre conciliando sua influência benigna e competência, que pode ser sentida nos quatro cantos da cidade, em grupos de voluntários que atuam nos jardins São Jorge, João Turquino, Maracanã, Pacaembu, Campos e Leonor.

Desencarnou em 4 de janeiro de 2004, passando para a outra dimensão, ou seja, para a vida espiritual, deixando-nos grandes exemplos e maravilhosas lições de vida e profundas saudades.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

JAIR SOARES


1910 – 1992

Registramos, com muita saudade, o desencarne do irmão Jair Soares, ocorrido aos trinta minutos do dia três de agosto de 1992, no Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte, MG, onde se achava internado, para tratamento de afecção cardiovascular.

Foi o fundador do Informativo "Voltando às Origens" e do Grupo da Fraternidade Irmã Ló, aos quais emprestou o calor de sua dedicação, com o mais puro idealismo. Tornou-se, assim, merecedor de nossa imorredoura gratidão.

Nasceu na cidade de Teixeiras, no Estado de Minas Gerais, em 27/02/1910, sendo seus pais Manoel Luiz Soares Gomes e Laura Augusta Nogueira Soares. Aos 29 anos, veio para Belo Horizonte, então bucólica cidade, a qual passou a amar como a própria terra natal, traduzindo em obras beneméritas o seu afeto cristão.

Aqui se radicou, definitivamente, exercendo a profissão de Técnico de Contabilidade para várias casas comerciais, até a merecida aposentadoria. Dotado de ilibado caráter, profundo conhecedor da ciência contábil, conquistou invejável reputação no comércio atacadista local.

Casou-se em 22/09/1932, com a confreira Elvira de Barros Soares, a Dª Ló, como era conhecida na intimidade. Foi o seu anjo bom pela vida afora. Do consórcio nasceram os filhos Ed, Edgard, Elcy e Vilma, que lhe sobrevivem.

Nascido de família católica, converteu-se ao Espiritismo em 1934, trazido pela amorável esposa.

Desde quando se mudou para a Capital, passou a colaborar ativamente no Centro Espírita Oriente, emprestando o brilho de sua dedicação a várias diretorias.

Fez, ainda da própria residência, à Rua Paraisópolis, no Bairro de Santa Tereza, verdadeira Meca do Espiritismo, com a fundação do Grupo Sheila, destinado à materialização dos Espíritos Benévolos, para tratamento direto de enfermos do corpo e do espírito. Foi a primeira vez que soubemos dessas reuniões para aliviar a dor e não para provar a sobrevivência da alma.

Sessões memoráveis foram realizadas, com os médiuns Fábio Machado, Francisco Lins Peixoto, o “Peixotinho”, Levi Guerra e Ênio Wendling. Os livros Materializações Luminosas e Forças Libertadoras, do escritor R. A. Raniere, são repositórios de algumas dessas reuniões, que constituíram fase brilhante de materialização em nossa Pátria.

Na residência do incansável nasceram o Hospital Espírita André Luiz e o Movimento da Fraternidade, fundados, respectivamente, a 25/12/1949 e 04/11/1946; o primeiro, modelar instituição filantrópica, dirigido pela "Oscal - Organização Social Cristã Espírita André Luiz" e o seu departamento "Cidade da Fraternidade", em Alto Paraíso - GO. Através do Movimento da Fraternidade, que conta com dezenas de Grupos em vários Estados da Federação, consubstanciava-se o seu plano de ver o Brasil coberto pela Fraternidade.

Em 21/06/1952, fundou o Grupo da Fraternidade Irmã Scheila, à Rua Aquiles Lobo, que mantém três núcleos assistenciais: o "Centro Espírita Oriente", a "Casa do Caminho Irmão Jerry" e a "Casa Espírita André Luiz", que beneficiam a incontáveis pessoas carenciadas.

Após o desencarne de Dª Ló, ocorrido em 18/01/1971, adaptou a própria residência para o funcionamento de um Centro Espírita e, em 1983 nela instalou o Grupo da Fraternidade Irmã Ló. Passou a viver, então, inteiramente dedicado a intensa atividade espiritual e assistencial.

Em outras instituições que receberam também o esforço de sua dedicação, está o “Abrigo de Jesus”, a respeitável obra fundada pelo irmão Osório de Morais, que acolhe e educa crianças desprotegidas. Durante anos foi seu diretor-tesoureiro, donde se afastou para fundar o Hospital André Luiz.

Como queria Jair Soares, o seu velório foi assinalado por preces e suaves canções espíritas, entoadas pelos Corais “Irmã Ló” e “Irmã Sheila”, dentro do cenário de resignada saudade. Falaram a confreira Ruth Birman e os confrades Pedro Ziviane e Jarbas Franco de Paula. E, na tarde do dia 03/08/1992, da sede do Grupo da Fraternidade Irmã Ló, com grande acompanhamento, saiu o féretro em direção ao Cemitério da Saudade.

Esperamos que, após o almejado reencontro com os entes queridos que o precederam, recuperado das salutares provas de longa existência terrena, venha a sombra amiga de Jair Soares adejar em torno das atividades beneméritas que fundou. Um dia, certamente, estaremos todos reunidos, por imortal afinidade, no grande lar espiritual que nos aguarda. “Andai como filhos da luz” (da epístola de Paulo).

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

domingo, 1 de março de 2020

JERÔNIMO CÂNDIDO GOMIDE


(JERÔNIMO CANDINHO)

1888 – 1981

Nasceu em 20 de janeiro de 1888 e desencarnou em 20 de outubro de 1981.

Discípulo de Eurípedes Barsanulfo, que após o desencarne do médium, deixou Minas Gerais e partiu para Goiânia, ai se dedicando inteiramente às tarefas do bem, ajudando aos necessitados, juntamente com sua esposa D. Chiquinha.

Fundou o C.E. Luz da Verdade na Fazenda Palmella, Município de Palmelo, transformada na Primeira Cidade Espírita do Mundo.

Colaborou na fundação de muitas outras obras.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

JACQUES ABOAB


1889 – 1969

Nasceu em Constantinopla, atual Istambul, capital da Turquia, no dia 15 de abril de 1889.

Judeu de nascimento viveu sua infância na Argélia, ao norte da África. Na adolescência transferiu-se para a França, onde dedicou-se na faina de vendedor ambulante, percorrendo todo aquele país, desde a Bretanha ao Midi e do Atlântico à Lorena, ganhando duramente a vida nessa laboriosa tarefa.

Ainda como vendedor ambulante, percorreu vários países da Europa e do Oriente próximo, principalmente a Grécia e o Egito. Posteriormente viajou para a América do Sul, estando em vários países.

Finalmente fixou-se definitivamente no Brasil, que, com o seu espírito nômade, percorreu todo o pais, repetindo aqui a sua experiência da França, no constante labor pela sobrevivência.

Com seu baú de miudezas, ia de porta em porta. Nessas andanças conheceu a excelência da Doutrina Espírita, em Recife-PE. A convite de amigos visitou a "Casa dos Espíritas de Pernambuco", o seu primeiro contato com a Doutrina, fazendo-se adepto sincero e fervoroso. Não obstante fosse judeu, aceitou Jesus Cristo de todo o seu coração, reconhecendo n'Ele o Maior Profeta, a expressão máxima de toda a Humanidade.

Transferindo-se para o Rio de Janeiro - RJ, frequentou os Centros Espíritas, levando sua palavra e sua fé imorredoura nas promessas de Jesus, que amou com toda a sua alma. Alguns anos depois, fundou o Grupo Espírita André Luiz.

Logo começou a ser solicitado como orador de Semanas Espíritas, confraternizações e outros acontecimentos. Viajou por vários estados do Brasil levando a sua palavra evangelizada. Onde quer que se organizasse uma Semana Espírita, lá estava o Jacques, como ave canora, com sua ternura, seu amor e o desejo sincero de evangelizar massas.

Como espírita deixou uma folha enorme de serviços prestados. Fundou várias instituições, trabalhou e cooperou eficientemente, na certeza absoluta da imortalidade da alma, dando tudo de si. Muito se destacou na tarefa de pregador, pela sua maneira dócil e interpretativa dos textos e parábolas evangélicas, vivendo-as com sentimento sem igual, prendendo a atenção da assistência que acorria em massa para ouvi-lo.

O médium Peixotinho trabalhou por vários anos ao seu lado, no Grupo Espírita André Luiz, com a sua mediunidade de efeitos físicos, produzindo materializações e curas.

Foi diretor da Maternidade Casa da Mãe Pobre, respeitável instituição que mereceu todo o seu trabalho e dedicação.

Espírito liberal, seareiro da primeira hora, viveu inteiramente convencido de que só o amor constrói para a vida. Todos vibravam diante da mansidão e serenidade do seu verbo, emoldurado de expressões salutares.

Possuidor de liderança, seus atos condiziam com os ensinamentos pregados. Muitos o chamavam de papai Jacques, tal o respeito e a admiração que sua figura infundia na alma de seus correligionários, principalmente da mocidade pela qual era muito querido e estimado.

Desencarnou no Rio de Janeiro a 5 de fevereiro de 1969.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

IVON COSTA


1898 – 1934

Nascido na Cidade de São Manuel - MG, hoje Eugenópolis, no dia 15 de julho de 1898 e desencarnado em Porto Alegre - RS, no dia 9 de janeiro de 1934, com apenas 35 anos de idade, Ivon Costa foi um dos mais notáveis conferencistas espíritas do Brasil, contribuindo decisivamente com sua palavra abalizada e esclarecedora no sentido de dinamizar a difusão da Doutrina Espírita, o que fez com fibra inquebrantável e verdadeiro denodo.

Dotado de invejável dom de oratória e possuindo um magnetismo contagiante e uma voz privilegiada, arrebatava os auditórios com a força de sua argumentação.

Foi seminarista, entretanto, quando faltavam apenas dezenove dias para a sua ordenação sacerdotal, constatou-se que ele não possuía certidão de batismo. Em face da confusão estabelecida, Ivon desistiu de seguir a carreira eclesiástica.

Dirigiu-se, então, para o Rio de Janeiro onde estudou e se diplomou em Medicina. Era notável poliglota, falando perfeitamente o francês, o inglês, o alemão e o espanhol.

Atravessando, certa vez, uma fase difícil em sua vida, viu-se defronte de um centro espírita, onde se realizava uma reunião pública. Movido por estranho impulso adentrou a sede da instituição e ali ouviu os comentários sobre a Codificação Kardequiana. Ao retirar-se, estava transformado, pois havia encontrado a resposta a todas as suas indagações.

Tornou-se espírita e iniciou logo as tarefas de pregador. Possuindo sólida bagagem intelectual e médium que era, destacava-se com raro brilhantismo na tribuna, mantendo, além disso, diálogo com os assistentes, a fim de esclarecer melhor os argumentos empregados nas conferências.

Não existe cidade importante do Brasil - à época -, onde Ivon Costa não tenha efetuado palestras. Era um tribuno extraordinário, de largos recursos de lógica. Sabia abordar os temas com eloquência e brilho. Aceitava, frequentemente discussões públicas, tendo mantido algumas cuja palma não coube ao adversário.

Percorreu também países da Europa, dentre eles Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

Certa vez, ia falar em Maceió - AL, num teatro alugado, mas, pouco antes da conferência, o teatro foi fechado por ordem do bispo local. O público, inconformado com a atitude do clero, levou-o à praça, onde a palestra foi realizada. Em represália, os sinos da igreja repicaram e alguns fanáticos lhe atiraram pedras; porém, ele suportou tudo com estoicismo e verdadeiro espírito de renúncia.

Ivon Costa residiu dois anos na Alemanha. Em seguida mudou-se para Paris, onde exerceu a função de intérprete de cinema, na Paramount. Em todos os lugares por onde passava, deixava as sementes da Doutrina dos Espíritos. Também participou do Congresso Internacional de Espiritismo, em Haia, Holanda.

Em 1932 Ivon Costa retornou definitivamente para o Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde clinicava gratuitamente.

Podemos afirmar que Ivon Costa foi o espírita que mais excursionou no propósito de propagar os ideais reencarnacionistas, sendo a sua tarefa muito semelhante àquela desempenhada pelo grande tribuno Vianna de Carvalho.

Da bibliografia de Ivon Costa, consta o livro "O Novo Clero", e da sua obra missionária resultou a fundação de elevado número de sociedades espíritas em todo o Brasil.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.