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sábado, 1 de março de 2025

Francisco de Menezes Dias da Cruz

Francisco de Menezes Dias da Cruz, natural da cidade do Rio de Janeiro, filho de antecedente de igual nome (chefe do Partido Liberal no Rio e professor da Faculdade de Medicina) e de D. Rosa de Lima Dias da Cruz, nasceu a 27 de fevereiro de 1853. Foi professor de Matemática no Colégio Pinheiro, no qual concluíra o curso de humanidades. Era, nessa época, aluno da Escola de Medicina, durante a qual contraiu núpcias com a Exma. Sra. D. Adelaide Pinheiro Dias da Cruz. Ao formar-se em Medicina, perdeu o pai, que havia sido ferido à baioneta na Igreja do Sacramento. Foi bibliotecário durante dez anos da Câmara Municipal, sendo demitido ao ser proclamada a República, sob a falsa imputação de monarquista. Presidiu o Curso Hahnemaniano e o Instituto Hahnemaniano do Brasil.

Possuidor de enorme clínica, o Dr. Dias da Cruz não fugia aos deveres da caridade, dando, assim expansão aos seus sentimentos humanitários. Homem de grande e invulgar cultura, deixou riquíssima biblioteca. Estudioso desde a infância, preocupou-se com a ciência homeopática e, mais tarde, diante de provas irrefutáveis tornou-se espírita dos mais caridosos e evangélicos. É interessante relatar, ainda que superficialmente, a maneira por que se verificou sua conversão. Tendo chegado ao seu conhecimento que o espírito de seu genitor desenvolvia largo programa de caridade, através de médiuns receitistas, decidiu ele, homem austero e cultor da verdade, ir à Federação Espírita Brasileira para observar e apurar quanto de real pudesse haver em torno da informação recebida.

Iniciada a reunião com a prece habitual, passou-se ao estudo doutrinário. Até então nada ocorrera suscetível de lhe permitir aceitar a sessão das manifestações atribuídas ao espírito de seu pai. Já estava propenso a acreditar em mistificação, quando, à mesa que dirigia os trabalhos, um médium demonstrou haver caído em transe. Era, afinal, a tão desejada manifestação que inesperadamente se realizava. Através do médium, o Espírito do primeiro Dr. Dias da Cruz pediu que chamassem seu filho, que ali se encontrava no meio dos assistentes. Surpreso, este se aproximou, incrédulo. A um dado momento, porém, seu genitor disse-lhe: Você se lembra daquele fato que ocorreu conosco, na praça tal?

E, a seguir, revelou uma ocorrência só de ambos conhecidos, Diante disso, o Doutor Dias da Cruz (filho) sentiu chegada a hora de se render à inelutável evidência. Ninguém o conhecia naquela assembleia e o fato referido pelo espírito era absolutamente desconhecido de toda a sua família, pois somente os dois dele haviam tido o conhecimento.

Percebeu, então, que ao seu caráter íntegro e probo só havia um caminho: aceitar a veracidade da manifestação espirítica de seu genitor. E fê-lo sem constrangimento, com a simpleza natural das almas puras. Pôs-se a estudar o Espiritismo, enfronhou-se na interpretação dos textos doutrinários e passou a ser, daí por diante, um novo e valoroso servidor do Cristo nas fileiras dos seguidores de Kardec.

Em 1885, pronuncia na Federação Espírita Brasileira a sua primeira conferência, e desde então participou de várias comissões importantes de defesa do Espiritismo (1890, 1892 e 1893).

Em 1890, em substituição ao Dr. Bezerra de Menezes, foi, então, o Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, que anteriormente ocupava a vice-presidência, eleito presidente da Federação Espírita Brasileira, cargo que exerceu com devotamento até os primeiros dias de 1895, quando foi substituído, temporariamente, por Júlio César Leal e, definitivamente, pelo Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, o "Kardec brasileiro", seu colega de profissão e amigo.

Sob a sua presidência foram iniciados os trabalhos de socorro material e espiritual da Assistência aos Necessitados, que até hoje constituem o cerne dos serviços cristãos prestados pela Federação Espírita Brasileira. Muitos foram os delicados companheiros que o ajudaram nessa obra grandiosa, mantida e desenvolvida com o maior carinho pela Casa de Ismael, sendo justo salientarmos, de passagem, o nome do confrade Bernardino Cardoso, o qual lhe entregava mensalmente a quantia de um conto de réis. Elevada importância para aqueles tempos (mais de 300 dólares), a fim de que fosse distribuída com os pobres de sua clinica, sob a condição de lhe não revelar o nome.

Em 1896, por proposta de Bezerra de Menezes, e em atenção aos abnegados serviços prestados à Federação Espírita Brasileira, foi Dias da Cruz aclamado presidente honorário da mesma.

Dirigiu o Reformador durante o período da sua presidência e escreveu inúmeros artigos doutrinários e de polêmica com assinatura modesta de “Um espírita”. É também autor do livro “O Professor Lombroso e o Espiritismo”.

Foi quem primeiro tentou, em 1891, adquirir um prédio próprio para a FEB e montar oficina tipográfica para a impressão do “Reformador” e de obras espíritas em geral.

Este segundo Dias da Cruz foi, portanto, vice-presidente e presidente da Federação durante muitos anos, desencarnando na cidade do Rio de Janeiro, em 30 de setembro de 1937, na avançada idade de 84 anos. Gloriosa ancianidade essa, atingido após proveitoso dispêndio de energias em favor do próximo.

Em 1900, o Dr. Dias da Cruz reorganiza, ressuscita o “Instituto Hahnemaniano do Brasil”, que havia sido criado em 1878 pelo mais afamado médico homeopata do Império, o Dr. Saturnino Soares de Meireles, seu primeiro presidente. Dias da Cruz alugou no centro da cidade, à Rua da Quitanda nº 59, uma casa para seu consultório, e neste reinstalou o Instituto Hahnemaniano do Brasil. Por alguns anos os membros do Instituto ali se reuniram, datando dessa época um novo ciclo de grandes atividades e realizações.

Após a morte do Dr. Joaquim Murtinho, subiu à presidência do Instituto, por um ano, o Dr. Teodoro Gomes. Substituiu-o, o Dr. Licínio Cardoso, sob a vice-presidência do Dr. Dias da Cruz. Esse foi o período áureo da Homeopatia no Brasil, e frisa um historiador que ao Dr. Dias da Cruz cabe grande parcela das glórias que o Instituto conquistou durante a presidência do Dr. Licínio Cardoso.

Os “Anais de Medicina Homeopática”, cuja publicação fora interrompida em 1884, reapareceram em janeiro de 1901, devido aos esforços do “mais puro dos homeopatas brasileiros”, o Dr. Dias da Cruz, que arrancou a revista do Instituto do túmulo onde jazia, dando-lhe lugar honroso entre as publicações periódicas sobre Medicina. Dela foi ele redator de 1901 a 1902, e de 1906 a 1910.

Ficou célebre a polêmica (1900-1901) entre o doutor Dias da Cruz e o Dr. Nuno de Andrade, Diretor Geral de Saúde Pública, médico alopata e acirrado inimigo da Homeopatia, o qual acabou por ser exonerado do cargo que ocupava.

Fundada em 1912, a Faculdade Hahnemaniana (posteriormente denominada Escola de Medicina e Cirurgia, com sede atual à Rua Frei Caneca), Dias da Cruz colaborou na organização dos programas de ensino do novel estabelecimento, no qual lecionou a cadeira da Farmacologia e, mais tarde, a 1ª cadeira de Matéria Médica, constituindo-se em verdadeiro mestre de toda uma nova geração.

Dias da Cruz foi por muitos anos o orador oficial do Instituto. Sua eloquência e seu saber impressionavam a todos. Quando da inauguração do Hospital Hahnemaniano, em 1916, discursou brilhantemente em nome do Instituto, ante numerosa e ilustrada assistência, presentes Licínio Cardoso, Carlos Maximiliano, Ministro da Justiça, o Barão de Brasílio Machado, Presidente do Conselho Superior do Ensino, o Dr. Paulo de Frontin, Diretor da Escola Politécnica, e representantes do Presidente da República e de Ministérios em geral.

Em 1926, o Dr. Licínio Cardoso pede demissão da presidência do Instituto, sendo eleito, para substituí-lo, o Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz. Este exerceu o cargo de Presidente efetivo até 29 de Janeiro de 1930. Nesse dia, reunido o Instituto em sessão extraordinária, foi aclamado presidente-perpétuo o Dr. Dias da Cruz, após este haver renunciado, por motivo de saúde, ao cargo de Presidente para o qual acabava de ser reeleito. “Sua aclamação” - escreveu um historiador - “foi um direito conquistado por seu valor moral, sua capacidade intelectual e, sobretudo, por firmeza de suas convicções homeopáticas”.

De 25 a 30 de setembro de 1926 foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de Homeopatia, sob a presidência do Dr. Dias da Cruz. Propagandista dos mais convictos e autorizados, possuidor de excelente cultura médica, mestre reconhecido pela sua proficiência, com vasta clínica em que abundaram notabilíssimas curas, constituiu ele, por mais um século, “um dos grandes marcos no progresso da Homeopatia no Brasil”. “Não erramos afirmando“- escreveu o Dr. José Emígdio Rodrigues Galhardo - “ser o Dr. Dias da Cruz, entre os homeopatas brasileiros, aquele que maiores e mais perfeitos conhecimentos tem da doutrina hahnemaniana”.

Dizem os seus contemporâneos que o cumprimento do dever era quase que sagrado para o Dr. Dias da Cruz. Como professor, jamais deixou de comparecer à hora certa em suas aulas. Como clínico no Hospital Hahnemaniano, não se fazia esperar pelos doentes. Eis em síntese, a brilhante personalidade daquele que dignificou o Espiritismo e a Homeopatia no Brasil.

Fonte: Wantuil, Zêus. Grandes Espíritas do Brasil. – FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Kahlil Gibran

Seu nome completo é Gibran Kahlil Gibran. Assim assinava em árabe. Em inglês, preferiu a forma reduzida e ligeiramente modificada de Khalil Gibran. É mais comumente conhecido sob o simples nome de Gibran.

1883 - Nasceu em 6 de janeiro, em Bsharri, nas montanhas do Líbano, a uma pequena distância dos cedros milenares. Tinha oito anos quando, um dia, um temporal se abate sobre sua cidade. Gibran olha, fascinado, para a natureza em fúria e, estando sua mãe ocupada, abre a porta e sai a correr com os ventos.

Quando a mãe, apavorada, o alcança e repreende, ele lhe responde com todo o ardor de suas paixões nascentes: "Mas, mamãe, eu gosto das tempestades. Gosto delas. Gosto!" (Um de seus livros em árabe será intitulado Temporais).

1894 - Emigra para os Estados Unidos, com a mãe, o irmão Pedro e as duas irmãs Mariana e Sultane. Vão morar em Boston. O pai permanece em Bsharri.

1898-1902 - Vota ao Líbano para completar seus estudos árabes. Matricula-se no Colégio da Sabedoria, em Beirute. Ao diretor, que procura acalmar sua ambição impaciente, dizendo-lhe que uma escada deve ser galgada degrau por degrau, Gibran responde: "Mas as águias não usam escadas!".

1902-1908 - De novo em Boston. Sua mãe e seu irmão morrem em 1903. Gibran escreve poemas e meditações para Al-Muhajer (O Emigrante), jornal árabe publicado em Boston. Seu estilo novo, cheio de música, imagens e símbolos, atrai-lhe a atenção do Mundo Árabe. Desenha e pinta numa arte mística que lhe é própria. Uma exposição de seus primeiros quadros desperta o interesse de uma diretora de escola americana, Mary Haskell, que lhe oferece custear seus estudos artísticos em Paris.

1908-1910 - Em Paris, estuda na Académie Julien. Trabalha freneticamente. Frequenta museus, exposições, bibliotecas. Conhece Auguste Rodin. Uma de suas telas é escolhida para a Exposição das Belas-Artes de 1910. Nesse ínterim, morrem seu pai e sua irmã Sultane. 1910 - Volta a Boston e, no mesmo ano, muda-se para Nova York, onde permanecerá até o fim da vida. Mora só, num apartamento sóbrio que ele e seus amigos chamam As-Saumaa (O Eremitério). Mariana, sua irmã, permanece em Boston. Em Nova York, Gibran reúne em volta de si uma plêiade de escritores libaneses e sírios que, embora estabelecidos nos Estados Unidos, escrevem em árabe com idênticos anseios de renovação. O grupo forma uma academia literária que se intitula Ar-Rabita Al-Kalamia (A Liga Literária), e que muito contribuiu para o renascimento das letras árabes. Seus porta-vozes foram, sucessivamente, duas revistas árabes editadas em Nova York: Al-Funun (As Artes) e As-Saieh (O Errante).

1905-1920 - Gibran escreve quase que exclusivamente em árabe e publica sete livros nessa língua: 1905, A Música; 1906, As Ninfas do Vale; 1908, Espíritos Rebeldes; 1912, Asas Partidas; 1914, Uma Lágrima e um Sorriso; 1919, A Procissão; 1920, Temporais. (Após sua morte, será publicado um oitavo livro, sob o título de Curiosidades e Belezas, composto de artigos e histórias já aparecidas em outros livros e de algumas páginas inéditas).

1918-1931 - Gibran deixa, pouco a pouco, de escrever em árabe e dedica-se ao inglês, no qual produz também oito livros: 1918, O Louco; 1920, O Precursor; 1923, O Profeta; 1927, Areia e Espuma; 1928, Jesus, o Filho do Homem; 1931, Os Deuses da Terra. (Após sua morte serão publicados mais dois: 1932, O Errante; 1933, O Jardim do Profeta.) Todos os livros em inglês de Gibran foram lançados por Alfred A. Knopf, dinâmico editor norte-americano com inclinação para descobrir e lançar novos talentos. Ao mesmo tempo em que escreve, Gibran se dedica a desenhar e pintar. Sua arte, inspirada pelo mesmo idealismo que lhe inspirou os livros, distingue-se pela beleza e a pureza das formas. Todos os seus livros em inglês foram por ele ilustrados com desenhos evocativos e místicos, de interpretação às vezes difícil, mas de profunda inspiração. Seus quadros foram expostos várias vezes com êxito em Boston e Nova York. Seus desenhos de personalidades históricas são também célebres.

1931 - Gibran morre em 10 de abril, no Hospital São Vicente, em Nova York, no decorrer de uma crise pulmonar que o deixara inconsciente.

Fonte: FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Katie King

Entidade espiritual, que, em fins de 1871, começou a se manifestar com o concurso mediúnico da médium Miss Florence Elisa Cook, uma menina de 15 anos de idade, em presença do célebre físico e químico inglês "Sir" William Crookes, uma das mais eminentes figuras do mundo científico.

Katie King se revelou como tendo vivido na Terra sob o nome de Annie Owen Morgan, durante o fim do reinado de Charles I (1600-1649), da Inglaterra, sob Cronwell e sob Charles II (1630-1685), e que era filha do pirata Henry Owen Morgan (John King).

Dizia ter desencarnado aos 24 anos.

Mas, o grande interesse que ela apresentava, consistia no fato de que ela serviu às experiências mais precisas de "Sir" William Crookes, cientista, químico e psiquista do século XIX-XX.

Fonte: Feparana – FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

domingo, 1 de dezembro de 2024

H Dennis Bradley

1846 - 1934

Ele nasceu no dia 30 de janeiro 1846 em Clapham na Inglaterra.

Ele era o filho de Charles Bradley, um evangélico pregador, e Emma Linton.

Ele foi educado no Cheltenham College e Marlborough College e, Em 1865 ele entrou no University College, Oxford.

Durante sua vida, Bradley foi um dos mais respeitados filósofos sobre as ilhas britânicas e foram concedidos honorários graus muitas vezes. Ele foi o primeiro filósofo britânico que recebeu o Diploma da Ordem do Mérito.

Ele era famoso pela sua não-pluralista abordagem à filosofia. Em suas perspectivas viu um monístico de unidade, transcendendo divisões entre lógica, metafísica e ética. Consistentemente, a sua própria opinião sobre o monismo combinado com absoluto idealismo. Embora, Bradley não pensa de si mesmo como um hegeliano filósofo, a sua própria marca de filosofia foi inspirada porque continha elementos de Hegel no método dialético.

No campo do Espiritismo:
Mr. H. Dennis Bradley fez um minucioso relato da mediunidade de voz direta de George Valiantine, o conhecido médium americano. Mr. Bradley conseguiu vozes no seu próprio Grupo Doméstico, sem mé-diuns profissionais. É impossível exagerar os serviços que o trabalho dedicado e de auto sacrifício de Mr. Bradley prestou à ciência psíquica.

Mr. Valiantine é de profissão, um fabricante numa pequena cidade na Pensilvânia. É calmo, delicado e bondoso e como se acha na flor da idade, uma carreira muito útil se abre à sua frente.

George Valiantine foi examinado pela Comissão do Scientific American e pôs por terra a alegação de que um dispositivo elétrico mostrara que ele tinha saído de sua cadeira quando a voz se fez ouvir. O exemplo já oferecido pelo autor, no qual a corneta circulava fora do alcance do médium, é prova positiva de que os resultados certamente não dependem de sua saída da cadeira e que os efeitos não só dependem de como a voz é produzida, mas, principalmente, do que diz a voz. Aqueles que leram “Rumo às Estrelas”, de Dennis Bradley, e o seu livro subsequente, narrando a longa série de sessões em Kingston Vale, podem fazer uma ideia de que nenhuma outra explicação abarca a mediunidade de Valiantine, a não ser que possui, realmente, excepcionais poderes psíquicos. Estes variam muito com as condições, que em geral permanecem bem altas. Como Mrs. Wriedt, ele não cai em transe, mas mesmo assim, suas condições não podem ser chamadas normais. Há condições de semitranse que esperam a investigação dos estudiosos no futuro.

Bradley morreu 20 de novembro de 1934.

Ele está enterrado no Cemitério Holywell em Oxford.

Proclamava dos Púlpitos da Universidade Oxford:
Eu não creio, eu sei!

Fonte: FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Daniel Dunglas Home

"O Senhor Daniel Dunglas Home nasceu em 15 de março de 1833, perto de Edimbourg (Escócia). Tem, pois, hoje, 24 anos (artigo escrito por Allan Kardec em fevereiro de 1858). Descende da antiga e nobre família dos Douglas da Escócia, outrora soberana. É um jovem de talhe mediano, louro, cuja fisionomia melancólica nada tem de excêntrico; é de compleição muito delicada, de costumes simples e suaves, de um caráter afável e benevolente sobre o qual o contato das grandezas não lançou nem arrogância e nem ostentação.

Dotado de uma excessiva modéstia, jamais exibiu a sua maravilhosa faculdade, jamais falou de si mesmo, e se, na expansão da intimidade, conta coisas que lhe são pessoais, é com simplicidade, e jamais com a ênfase própria das pessoas com as quais a malevolência procura compará-lo. Vários fatos íntimos, que são do nosso conhecimento pessoal, provam nele nobres sentimentos e uma grande elevação de alma; nós o constatamos com tanto maior prazer quanto se conhece a influência das disposições morais sobre a natureza das manifestações.

O Senhor Home é um médium do gênero daqueles que produzem manifestações ostensivas, sem excluir, por isso, as comunicações inteligentes; mas as suas predisposições naturais lhe dão, para as primeiras, uma aptidão mais especial. Sob a sua influência, os mais estranhos ruídos se fazem ouvir, o ar se agita, os corpos sólidos se movem, se erguem, se transportam de um lugar a outro através do espaço, instrumentos de música fazem ouvir sons melodiosos, seres do mundo extracorpóreo aparecem, falam, escrevem e, frequentemente, vos abraçam até causar dor. Ele mesmo foi visto, várias vezes, em presença de testemunhas oculares, elevado sem sustentação a vários metros de altura.

Do que nos foi ensinado sobre a classe dos Espíritos que produzem, em geral, essas espécies de manifestações, não seria preciso disso concluir que o Sr. Home não está em relação senão com a classe íntima do mundo espírita. Seu caráter e as qualidades morais que o distinguem, devem, ao contrário, granjear-lhe a simpatia dos Espíritos Superiores; ele não é, para esses últimos, senão um instrumento destinado a abrir os olhos dos cegos por meios enérgicos, sem estar, por isso, privado de comunicações de uma ordem mais elevada. É uma missão que aceitou; missão que não está isenta nem de tribulações e nem de perigos, mas que cumpre com resignação e perseverança, sob a égide do Espírito de sua mãe, seu verdadeiro anjo guardião.

A causa das manifestações do senhor Home é inata nele; sua alma, que parece não prender-se ao corpo senão por fracos laços, tem mais afinidade pelo mundo espírita do que pelo mundo corpóreo; por isso ela se prepara sem esforços, e entra, mais facilmente que em outros, em comunicação com os seres invisíveis. Essa faculdade se revelou nele desde a mais tenra infância. Com a idade de seis meses, seu berço se balançava inteiramente sozinho, na ausência de sua babá, e mudava de ligar. Nos seus primeiros anos, era tão débil que tinha dificuldade para se sustentar, sentado sobre um tapete, os brinquedos que não podia alcançar, vinham, eles mesmos, colocar-se ao seu alcance.

Com três anos teve as suas primeiras visões, mas não lhes conservou a lembrança.

Tinha nove anos quando sua família foi se fixar nos Estados Unidos; aí os mesmos fenômenos continuaram com uma intensidade crescente, à medida que avançava em idade, mas a sua reputação, como médium, não se estabeleceu senão em 1850, por volta da época em que as manifestações espíritas começaram a se tornar populares nesse país.

Em 1854, veio para a Itália, nós o dissemos, por sua saúde; espanta Florença e Roma com verdadeiros prodígios. Convertido à fé católica, nessa última cidade, tomou a obrigação de romper as suas relações com o mundo dos Espíritos. Durante um ano, com efeito, seu poder oculto parece tê-lo abandonado; mas como esse poder estava acima de sua vontade, a cabo desse tempo, assim como lhe havia anunciado o Espírito de sua mãe, as manifestações se produziram com uma nova energia. Sua missão estava traçada; deveria distinguir-se entre aqueles que a Providência escolheu para nos revelar, por sinais patentes, a força que domina todas as grandezas humanas.

Para o senhor Home, os fenômenos se manifestam, algumas vezes, espontaneamente, no momento em que menos são esperados. O fato seguinte, tomado entre mil, disso é uma prova. Desde há mais de quinze dias, o senhor Home não tinha podido obter nenhuma manifestação, quando, estando a almoçar na casa de um dos seus amigos, com duas ou três pessoas do seu conhecimento, os golpes se fazem súbito ouvir nas paredes, nos móveis e no teto. Parece, disse, que voltaram. O senhor Home, nesse momento, estava sentado no sofá com um amigo. Um doméstico trás a bandeja de chá e se apressa em colocá-la sobre a mesa, situada no meio do salão; esta, embora fosse pesava, se eleva subitamente e se destaca do solo em 20 a 30 centímetros de altura, como se tivesse sido atraída pela bandeja; apavorado, o criado deixa-a escapar, e a mesa, de pulo, se atira em direção do sofá e vem cair diante do senhor Home e seu amigo, sem que nada do que estava em cima tivesse se desarrumado. Esse fato, sem contradita, não é o mais curioso daqueles que teríamos a relatar, mas apresenta essa particularidade, digna de nota, de ter se produzido espontaneamente, sem provocação, num círculo íntimo, onde nenhum dos assistentes, cem vezes testemunhas de fatos semelhantes, tinha necessidade de novos testemunhos; seguramente, não era o caso para o Senhor Home de mostrar as suas habilidades, se habilidades havia." (1)

Outras manifestações:

O que distingue Daniel Douglas Home é sua mediunidade excepcional. Enquanto outros médiuns obtém golpes leves, ou o deslocamento insignificante de uma mesa, sob a influência do senhor Home os ruídos, os mais retumbantes, se fazem ouvir, e todo o mobiliário de um quarto pode ser revirado, os móveis montando uns sobre os outros.

Igualmente os objetos inertes, ele próprio é elevado até o teto (levitação), depois desce do mesmo modo, muitas vezes sem que disso se aperceba.

De todas as manifestações produzidas pelo Sr. Home, a mais extraordinária é a das aparições, segundo análise de Allan Kardec. Do mesmo modo sons se produzem no ar ou instrumentos de música tocam sozinhos.

"Seguramente, se alguém fosse capaz de vencer a incredulidade por efeitos materiais, este seria o senhor Home. Nenhum médium produziu um conjunto de fenômenos mais surpreendentes, nem em melhores condições de honestidade." (2)

O senhor Home realizou várias experiências perante o Imperador Napoleão II. Durante essas experiências, obteve-se uma prova concreta da assinatura de Napoleão Bonaparte, com a presença da Imperatriz Eugênia, cujo fato aumentou grandemente sua fama.

Jamais esse excepcional médium mercadejou seus preciosos dons mediúnicos. Teve inúmeras oportunidades, mas sempre se recusou. Dizia ele: “Fui mandado em missão”.

“Essa missão é demonstrar a imortalidade. Nunca recebi dinheiro por isso e jamais receberei”.

Como todo o médium, o senhor Home foi caluniado e ferido em sua dignidade, mas nunca lhe faltou, nas horas mais difíceis, o amparo de seus mentores espirituais.

(1) Narração de Allan Kardec - Revista Espírita de 1858, mês de fevereiro.
(2) Narração de Allan Kardec - Revista Espírita de 1863, mês de setembro.
Fonte: Feparana – FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Afonso Cahagnet

Anos antes de surgirem os fenômenos tipológicos e as mesas falantes, girantes, através da mediunidade das irmãs Fox, no Estado de Nova York, os quais iniciaram celeremente uma verdadeira revolução nos conhecimentos do porquê de nossa existência, já Louis Alphonse Cahagnet, conceituado magnetizador, nascido em Caen (França), em 1809, mantinha relações com os entes do além-túmulo por intermédio de vários pacientes em estado sonambúlico, ou de êxtase, estados provocados pela ação magnética. Desse intercâmbio surgiu, em 1847, o primeiro tomo de — Arcanes de La vie future Dévoilés, mais ou menos ao mesmo tempo que aparecia nos Estados Unidos a volumosa obra mediúnica intitulada The principies of nature, her divine Révélations and a voice to mankind ditada pelos Espíritos ao reverendo William Fisbough, através da mediunidade de André Jackson Davis.

Do primeiro volume dos Arcanos fez-se uma tradução portuguesa, que sabemos ser muito antiga, mas não podemos precisar (o nome do tradutor e o ano de sua publicação, por falta absoluta de referências nesse sentido).

Na cidade de Argenteuil (arredores de Versalhes), Cahagnet fundava, também em 1847, a sociedade dos Estudantes Swedenborgia, no, que mais tarde se aproximou do Espiritismo kardecista.

Não obstante todo o cuidado que se deve tomar na aceitação das narrativas dos sonâmbulos, Gabriel Delanne é o primeiro a afirmar que com Cahagnet o caso é diferente, sustentando que o célebre magnetista realmente conversou com os Espíritos, identificando muitos deles. "Não são simples reprodução de diferença de vontade e seu dinamismo extraordinário e sua honestidade, adquirir posição de destaque, respeitado e admirado por todos quantos com ele privavam, mesmo os inimigos.

No primeiro tomo dos Arcanos da Vida futura desvendados, o Autor, numa dedicatória aos ilustres magnetizadores Barão du Potet e Hébert de Garnay, este último, gerente do Journal du Magnétisme, declara desassombradamente num certo ponto: "Outros têm temor em revelar verdades que poderiam ofender o espírito das seitas. Se estas últimas sustentam com denodo e boa fé os erros, quanto não devemos nos dar a conhecer a 'fim de esclarecê-las? Acaso devemos temer qualquer coisa quando nos é dado substituir a fé pela experiência, e quando demonstramos a todos a inefável bondade do Criador? Não, senhores, vós o sabeis após haver adquirido, como eu, provas irrefutáveis de um mundo melhor; são estas provas que se torna necessário que todos as obtenham, e a ciência, que propagais com tão' corajosa perseverança, deve fornecê-las a todas as pessoas".

"Se eu não houvesse sido auxiliado pela luz divina, teria sucumbido sob tão penosa tarefa" — declara mais adiante Cahagnet dos seres desaparecidos. Afonso Cahagnet se dissipa nos ares". Vós, O Barão du Potet, homem que na época era um tanto céptico com respeito a essas revelações do Além, mas que mais tarde foi constrangido a acreditar nelas e no mundo dos Espíritos, "por efeito de sério exame dos fatos", no próprio dizer dele, escreve então a Cahagnet longa carta de agradecimento, com alguma ironia, e são individualidades que conversam, se movem, vivem e afirmam categoricamente que a morte não as atingiu" — fala Delanne, confirmando o intercâmbio entre o Além e Cahagnet.

Em 1850 Cahagnet publicou Santuaire du Spiritualisme, ou o Estudo da alma humana e de suas relações com o Universo, segundo o sonanbulismo e o êxtase; em 1851 aparecia Lumière des morts ou Études Magnétiques, Philosophiques et spirétualistes, e Traitement des Maldies,” obra esta que engloba um estudo das propriedades medicinais de 150 plantas que a extática Adèle Maginot transmitira a Cahagnet, além de urna exposição de diversos métodos de magnetização; em 1353, traduzidas do alemão, dava à luz em Paris Lettres odiques-magnétiques du chevalier de Reichenbach.

Embora descendente de uma família pobre, e tendo trabalhado sucessivamente, para poder viver, como relojoeiro, torneiro de cadeiras, caixeiro de comércio, fotógrafo.

De fato, assim fez Cahagnet e, "interrogando os túmulos, falando com os seres falecidos" e anotando as palestras desse maravilhoso intercâmbio, edificou a portentosa obra com cerca de mil páginas, que formaram o tomo I dos Arcanos, descortinando para a Humanidade desorientada uma nova pátria; cheia de vida, de atividade, onde moram os nossos mortos. Na bela introdução a esse monumental trabalho adverte o Autor: "Sede prudentes, não admitais nem rejeiteis nada sem um exame maduro; aquilo que não puderdes compreender, jamais digais que não é" E mais adiante informa: "Esta obra vos oferecerá a prova de um mundo melhor que o nosso, onde vivereis após deixardes aqui o vosso corpo, e onde um Deus infinitamente bom vos recompensará em cêntuplo as aflições que vos eram proveitosas nesta terra de dor. Vou demonstrar que vossos pais e amigos ali vos esperam com impaciência, e que podeis, embora ainda sobre este globo, entrar em comunicação com eles, falar-lhes e deles obter as informações que julgardes necessárias".

Concluindo sua introdução, disse que se sentiria muito feliz se "conseguisse firmar com outros homens essa crença que adquirira sobre a existência desse mundo de consolação, e fizesse penetrar pelo menos em algumas almas toda a felicidade que sentia, de esperanças tão doces".

Ao tomo I dos Arcanos, seguiram-se os tomos II e III. "Tudo o que a ignorância, o fanatismo, tal tolice reeditaram posteriormente contra a nossa doutrina foi então despejado sobre o pobre magnetizador" — diz Gabriel Delanne. Cahagnet, porém, não esmorece. Nessa época, eles, juntamente com outros companheiros, fundam, sob os auspícios da Sociedade dos Magnetizadores Espiritualistas, o jornal Le Magnétiseur Spiritualiste, no qual são consignados todos os fatos maravilhosos das relações com o Além, obtidos por ele e pelos magnetistas de todo o mundo que o quisessem fazer.

Os dois primeiros volumes dos Arcanos contêm as descrições de experiências realizadas com oito extáticos que possuíam a faculdade de ver e conversar com os Espíritos. Adélia Maginot foi uma das mais notáveis, sendo ela a intermediária de extensa série de evocações. Mais de 150 atas foram ratificadas por testemunhas que afirmaram reconhecer os Espíritos que a sonâmbula descreveu. O abade Almignana, doutor em Direito Canónico, teólogo, assistiu com entusiasmo a várias sessões de Cahagnet, tornando-se, adepto do magnetismo e desenvolvendo mesmo, suas possibilidades mediúnicas.

Somente no tomo III dos Arcanos refere-se o Autor aos fenômenos espíritas que se produziam nos Estados Unidos da América, e que foram também registados no nº 162 do Journal du Magnétisme. Neste volume, Cahagnet, em diálogos e refutações, responde vigorosa e inteligentemente aos seus contraditores: padres, homens de ciência, materialistas, etc., pondo por terra os diversos argumentos desfavoráveis ao conteúdo de sua obra. Cita ainda testemunhas merecedoras de crédito que relatam fenômenos de aparição, além de inúmeras respostas do Espírito de Swedenborg à questões formuladas.

Pouco depois de ter saído o primeiro tomo dos Arcanos, o Autor foi premiado por seus denodados esforços: ele recebe várias cartas, onde os signatários expandem sua satisfação, o seu júbilo emocionado por tão gratas revelações.

Outros, entretanto, como o Barão du Potet, acharam que o assunto era cedo ainda para ser tratado. Procederam tal, e qual, até hoje, procedem os nossos irmãos sacerdotes católicos, mesmo os desencarnados sempre a dizerem que o homem ainda não deve conhecer essas profundas questões do ser, sendo-lhe necessária a disciplina dogmática. Mas assim não pensava Cahagnet, e, hoje, nós com ele. Potet, por exemplo, escrevera: "Tratais destas questões com o avanço de 20 anos; o homem ainda não está preparado para compreendê-las", ao que Cahagnet replicou, no vol. III, dizendo: "Ah!
Respondemos então, porque o vemos banhar com suas lágrimas as cinzas daqueles que julga haver perdido para sempre? Em que momento da existência podemos chegar mais a propósito para dizer a esse homem: Consola-te, irmão, aquele que presumes separado de ti, para sempre, acha-se ao teu lado, a te asseverar, por meu intermédio, que ele vive, que é mais feliz do que na Terra, e que te aguarda nas esferas próximas para continuar o convívio contigo." 

Qual ocorreu com as obras de Kardec, as de Cahagnet também foram batizadas pelo fogo. A leitura dos Arcanos foi proibida em todos os países católicos, por decisão do Tribunal Supremo e Sagrado, chamado a "Sagrada Congregação", tribunal cristícola e não cristão, diz Cahagnet, tribunal que — informa ainda o Autor "julgou sem nos ouvir e condenou sem outro motivo que o de prazerosamente arremessar três de nossas obras, num só dia, no fogo... Em 1856, um ano antes de aparecer O Livro dos Espíritos, Cahagnet fazia surgir as Révélations d'outre-tombe, pelos Espíritos de Galileu, Hipócrates, Franklin, e outros, obra que estuda Deus, a preexistência das almas, a criação da Terra, vários problemas da Física, da Botânica, da Metafísica, da Medicina, a análise da existência do Cristo e do mundo espiritual, passando em revista as aparições e manifestações dos Espíritos, no século XIX, etc.

Magie magnétique, outra publicação da autoria dele, surgida em 1857 ou 1858, trata dos fenômenos de transporte, de suspensão, das possessões, das convulsões, etc.

O nome de Cahagnet atravessa as fronteiras francesas. Em 1861, ele recebe a honrosa visita do sábio Aksakof que buscava dilatar seus conhecimentos e seus estudos sobre o magnetismo e o psiquismo.

O número de produções aumenta. Aparecem: Encyclopédie magnétique spiritualiste (1854-1861); Étude sur le Matérialisme et sur le Spiritualisme (1869); Étude sur Jâme et le libre arbitre (1880) e várias outras, parecendo-nos que a última obra de Cahagnet tenha sido Thérapeutique du magnétisme et du somnombulisme, impressa em 1883.

Realmente, Cahagnet foi um grande trabalhador, digno, sob todos os aspectos, da nossa admiração e reverência pela muita luz que, a par das críticas que sobre ele choviam, distribuiu entre muitos necessitados do espírito. "Um lutador soberbo", "que teve a glória de fazer-se o que foi: um dos pioneiros da verdade" manifesta-se G. Delanne, com ênfase.

Interrogando os mortos, Cahagnet obteve respostas interessantes e reveladoras sobre diversos assuntos: noções de magnetismo, as propriedades da alma, a oração como meio de evitar os maus pensamentos, o modo por que deve ela ser proferida, as punições reservadas no mundo espiritual aos criminosos, as ocupações dos Espíritos, as sociedades formadas pelos Espíritos, as obsessões, descrição da separação que se faz entre a alma e o corpo no momento da morte, descrição dos Espíritos luminosos, sensações experimentadas no momento da morte, formas diversas que os Espíritos podem tomar, o inferno dos católicos (o que é), o fenômeno dos transportes, reunião dos familiares e afins no espaço, noções sobre a loucura, suas causas, suas consequências no mundo espiritual, alucinações causadas pelos maus Espíritos, O livre arbítrio, a cura pela prece, a linguagem do pensamento entre os Espíritos, a vestimenta dos Espíritos, as consequências do suicídio no além-túmulo, os lugares de reparação do mal, etc. etc. Dezenas de Espíritos, conhecidos e desconhecidos, se comunicaram com Cahagnet.

Embora muitas respostas sejam imperfeitas e incompletas, pois O Espiritismo apenas alvorecia, e embora a obra do magnetista de Caen não se iguale à inimitável exposição feita nos livros de Kardec, todos os espíritas devemos reverenciar a memória, desse homem de fé e de coragem que foi — Cahagnet.

Atualmente o Espírito de André Luiz nos vem dando revelações mais claras sobre a vida no além-túmulo, revelações que resumidamente já estavam explanadas em 1847, nos Arcanos e em algumas outras obras ditadas por sonâmbulos.

Registaremos algumas das perguntas e respostas constantes no livro mencionado:

P. Que fazem os irmãos (da sonâmbula), no céu?

R. — Eles recreiam e passeiam.

— Não se pode recrear e passear durante uma eternidade, sem um fim.

R. — Oh! Eles fazem música, estudam ciências; ocupam-se melhor e com mais prazer que nós.

— Que faz ela (o Espírito da mãe da sonâmbula) no céu?

R. — Ela está com meu pai, meus irmãos, minha irmã, enfim, toda a família; ela se inquieta muito por mim, mas está muito feliz; ela lê e se sente satisfeita em ouvir meus irmãos tocar música. — Há então livros no céu?

R. — Eu te rogo crê-lo, e não são eles romances como na Terra.

— De que falam eles?

R. — Dos mistérios de Deus, das ciências; mas não são escritos da maneira por que o são sobre a Terra, diz-me a minha mãe.

Noutra página, diz o Espírito da mãe da sonâmbula que, para o conhecimento de altos problemas, há instrutores, "que são mais amigos que mestres”.

Eis agora como o Espírito de um sacerdote católico responde a algumas questões:

— A forma da alma que tendes é perfeitamente semelhante à do corpo em que ela habitava? R. — Sim.

— Vós dormis e comeis?

R. Dorme e come quem quer; isto não é uma necessidade como no Planeta; é mais uma satisfação para aqueles que o fazem.

Morais numa casa como na Terra?

R. — Eu estou numa casa; há casas nesta vida, do mesmo modo que sobre a Terra.

— Há também cidades e aldeias?

R. — Eu não sei como se nomeiam as cidades no céu; basta dizer-vos que há casas. Não me ocupo do resto.

Quais são as vossas ocupações ordinárias?

R. — Leio, escrevo e passo parte do meu tempo a aconselhar o bem aos indivíduos inclinados ao mal.

— Podeis então comunicar com eles?

R. — Sim, com os espíritos deles.

O espiritista italiano Ernesto Volpi, tendo publicado, em determinado ano, um artigo em que narrava os primeiros albores do Espiritismo no mundo, foi contraditado por alguns espíritas americanos, que disseram não ter sido Kardec o fundador do Espiritismo, porque antes dele já haviam aparecido Davis e Cahagnet.

Eis como Volpi, em junho de 1890, a isso respondia, com clareza e exatidão: "Os fundadores do Espiritismo são os Espíritos que sempre e em todos os tempos se têm manifestado. Doutro lado, é bom observar que não falei de Kardec somente, mas da Doutrina que ele compendiou. Neste ponto ele é mais completo que os precedentes, precisamente por que sua sábia capacidade coordenadora pôde servir-se também dessas últimas fontes. A Davis e a Cahagnet coube a glória de terem sido os primeiros a recolher os materiais para formar a base do Espiritismo moderno, e a Allan Kardec, a glória de havê-la solidamente estabelecida. “Dessa forma, fica definida a posição de Cahagnet na história do Espiritismo, lugar de pioneiro que sempre será lembrado pelo nosso coração agradecido”.

A 10 de Abril de 1885, com 76 anos, desencarnava, em Argenteuil, o velho batalhador — Cahagnet, a cujo enterro compareceram inúmeros amigos e espiritistas. A esposa, meses depois, o acompanhava.

O jornal Phare, dos departamentos do Seine-et-Oise e do Sena, publicou um artigo necrológico que a Revue Spirite de 1 de maio de 1885 transcreveu e do qual registaremos um trecho:
"Cahagnet é um exemplo raro do que pode uma firme vontade aliada a uma vasta inteligência. Ele se tornara, à força de trabalho e perseverança, um poder do livro”.

O bom livro é o farol que o pensador acende nas trevas do mundo para guiar os homens em sua eterna viagem no espaço infinito. Sem a materialização do pensamento, por meio dos símbolos da linguagem escrita; sem o veículo que a imprensa e o livro representam; sem esse processo de comunicação entre os homens, a Humanidade jamais poderia criar, edificar, iluminar e engrandecer civilizações.

Todos os povos basearam sempre o seu desenvolvimento, a sua grandeza, o seu fastígio, nos escritos transmitidos através de gerações sucessivas. As glórias e os penares, as alegrias e as dores, os triunfos e os reveses, em seus múltiplos aspectos registrados nos livros, serviram de roteiro na contínua sucessão dos dias e dos fatos.

As filosofias, as religiões, as doutrinas, as artes, as ciências, não teriam a história de sua evolução sem o concurso do livro. Sem ele os homens estariam ainda na lendária fase verbal, imersos na obscuridade da noite e impedidos de usufruir os benefícios das grandes conquistas do gênero humano.

É incontestável, pois, o poder do Livro, principalmente do bom livro. E se o livro de caráter edificante, nas especialidades criadoras e históricas, é bom, o Livro Espírita é ótimo porque elucida o espírito sobre o seu Destino Eterno, sobre a Vida Eterna no espaço infinito, quer esteja jungido ao corpo carnal, perecível, na superfície de planetas como a Terra, quer viva nas esferas ou regiões celestes, densas ou rarefeitas, obscuras ou luminosas ou sublimes, de acordo com o mérito de cada um, conquistado através de lutas, esforços e sacrifícios indescritíveis.

Sobre o Livro Espírita é que temos de edificar o templo da verdadeira Sabedoria. É nesse templo que a Humanidade futura terá de fruir a tranquilidade de que necessita para alcançar a felicidade com que sonha.

Difundamos, portanto, o Livro Espírita de modo contínuo, ininterrupto, por toda a parte e em todas as línguas, a fim de que seja estabelecido, na Terra, o reino da fraternidade espiritual que almejamos.

Lins de Vasconcellos, erudito, um profundo metafísico, e adquirira, no mundo que se ocupa do Magnetismo e do Espiritismo, distinguido lugar como publicista. Suas diversas obras e o número é grande traduzidas para o inglês e o alemão, valeram-lhe numerosos testemunhos de estima e simpatia. “Nada mais curioso e mais interessante a esse respeito que sua volumosa correspondência com sumidades científicas e literárias de todos os países”.

A Cahagnet, pois, rendamos as homenagens do espírito, e ele as merece plenamente.

Fonte: FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

domingo, 1 de setembro de 2024

Arístides de Souza Spínola

A 9 de julho de 1975, transcorre o cinquentenário de desencarnação de Aristides de Souza Spínola, valoroso trabalhador da seara espírita.

Foi em 1905 que Aristides Spínola ingressou na Federação Espírita Brasileira, convidado pelo então Diretor da Assistência aos Necessitados, Pedro Richard.

Eleito para o cargo de vice-presidente, na vaga do Dr. Geminiano Brasil de Oliveira Góis, outro espírita ilustre e fiel, Aristides Spínola desenvolveu nesta Casa toda uma atividade polimorfa e intensa, a ela se dedicando durante vinte e um anos seguidos, amado por todos os companheiros que com ele privaram.

Na vice-presidência da FEB permaneceu de 1905 a 1913. Presidente em 1914 e em 1916 e 1917, voltando a exercer o cargo de vice-presidente em 1920 e 1921. Ocupou, de novo, de 1922 a 1924, a direção da Casa, sendo eleito, em 1925, para a vice-presidência, cargo que desempenhou até à data de sua desencarnação, ocorrida aos 9 de julho do mesmo ano.

Foi, assim, presidente da Federação Espírita Brasileira durante seis anos e vice-presidente onze anos e meio.

Desde o primeiro dia em que se incorporou à caravana dos que na Federação laboravam, relevantes e ininterruptos serviços lhe prestou, seja como membro da sua administração, seja fora de qualquer cargo administrativo.

O que ele queria era trabalhar. E trabalhou sempre, e muito, e trabalhou bem.

Dentre esses serviços merecem destacados os que teve ensejo de dispensar-lhe como advogado, de todas as vezes em que o Espiritismo se viu alvejado pela ciência oficial, sob a forma de perseguições aos médiuns, por exercício ilegal da medicina.

Em mais de um prélio memorável, a começar pelo processo de Domingos Filgueiras, em 1905, revelou-se o discípulo incondicional do Evangelho, o crente fervoroso que, para desagravar o Espiritismo, não media sacrifícios de idade, de saúde, de vida.

O último caso dessa natureza verificou-se em 1923, com a vitória de Spínola na ação que intentaram contra o médium receitista e curador Inácio Bittencourt.

Em todos esses episódios jurídicos, Aristides Spínola, a quem o amor que consagrava à Doutrina dos Espíritos levara a especializar-se inigualavelmente nesse gênero de lides judiciais, encontrou oportunidade para produzir trabalhos que, tendo sempre conduzido ao triunfo as causas por ele pleiteadas, ficaram e permanecerão quais padrões indestrutíveis da sua vastíssima cultura jurídica e do profundo conhecimento que tinha, não somente do conjunto da Doutrina Espírita, mas também do espírito de cada um dos princípios que a alicerçam, do altíssimo objetivo de seus ensinos e da sua mais ampla finalidade.

Todos esses arrazoados que a sua pena de jurista notável e de crente fervoroso traçou, como advogado da verdade e do bem contra prejuízos e preconceitos, foram impressos em folhetos.

Sólida erudição espírita, teológica e jurídica projetaram-lhe o nome dentro e fora do campo espírita, sendo-lhe admirados o critério e a ponderação com que resolvia os problemas administrativos, bem como o espírito evangélico e conciliador nos mais delicados e controvertidos assuntos.

Aureolado da simplicidade e da modéstia dos bons, figura exemplar de retidão e austeridade, assim no trato da vida comum, como no das coisas do Espiritismo cristão, o Dr. Aristides de Souza Spínola libertou-se da prisão carnal com a serenidade e a fé de um verdadeiro discípulo de Jesus.

(Fonte: Reformador, 1975.) FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

JOSÉ ALBERTO LIMA MEDRADO

 JOSÉ ALBERTO LIMA MEDRADO

1961 –

José Alberto Lima Medrado, é baiano de Salvador mesmo. Nasceu de família pobre e desde menino tem a sua mediunidade já chamando a atenção e, como sempre, não aceita pelos pais.

Fundou o Centro Espírita Cavaleiros da Luz, na cidade baixa de Salvador, no bairro pobre do Uruguai, atendendo, sempre, as pessoas carentes, inclusive usando a sua mediunidade na área de cura, servindo a ação de vários médicos espirituais, entre eles o querido Bezerra de Menezes que trabalha intensamente com Medrado.

Possui todas as faculdades mediúnicas conhecidas, inclusive na área da materialização, conforme pode relatar com maiores detalhes o grande escritor espírita brasileiro Carlos Bernardo Loureiro.

Mas a faculdade mediúnica que mais chamou a atenção foi a pictografia.

Medrado nunca foi de desenhar nada e até hoje tem dificuldades até mesmo de traçar uma linha reta, característica comum em qualquer pessoa que não tem afinidade com desenho. Mas recebe os espíritos Renoir, Modiglianni, Picasso, Portinari, Monet, Manet, Van Gogh e inúmeros outros, para pintar quadros belíssimos e disputados aqui e em vários países da Europa e das Américas.

A sua mediunidade já foi submetida a testes por cientistas na Europa, em laboratórios altamente equipados, sem qualquer compromisso com a doutrina espírita, e já definiram que os traços e os estilos dos quadros pintados realmente estão afins com o que existe nas obras deixadas pelos respectivos artistas.

Medrado é sempre convidado a se apresentar, colocando-se a disposição da espiritualidade para pintura, para psicografia e também para proferir conferências em vários países.

Depois do crescimento do Centro Espírita Cavaleiros da Luz, ele fundou, com sua grande e valiosa equipe, o Lar Manoel de Nóbrega, em Salvador, para atender centenas de crianças órfãs. O trabalho é muito bonito.

Talvez pelo interesse pela pintura, a chamada alta classe aproximou-se muito de Medrado, que também é uma simpatia de pessoa, pela sua meiguice, o seu carinho e forma de se relacionar com as pessoas.

Certo dia, ele recebeu uma orientação de um espírito, que o deixou com a pulga atrás da orelha: Providencia alugar uma mansão, no bairro mais chique de Salvador, e funde lá um grande Centro Espírita para os ricos. E o espírito ainda sugeriu o nome do Bairro, considerado um exagero para Medrado e sua equipe.

Mas Medrado, acostumado a trabalhar com os pobres, questionou o espírito sobre a orientação, e recebeu a resposta: Se nós conseguirmos levar o Espiritismo para os ricos, conseguiremos evangeliza-los, sensibiliza-los e, aí, teremos mais recursos e mais força para ajudar aos mais necessitados.

E não deu outra coisa. Medrado os colocou de encontro a parede: Já que vocês mandaram, deem o seu jeito para me ajudar pagar esse aluguel tão elevado. Vou fazer a minha parte, mas deem o jeito de vocês aí do outro lado.

Alugou uma bela casa, e o centro já enchia com pouco mais de um mês de inaugurado. Com 6 meses a casa teve que ser entregue porque não dava mais para tanta gente. O trabalho passou a ser realizado no grande auditório do prédio novo da Federação Espírita do Estado da Bahia, com mais de mil pessoas frequentando.

Medrado conseguiu dinheiro e comprou um grande e valiosíssimo terreno em frente a praia, em local nobre, com uma área de mais de 5000 metros quadrados, e está lá construindo um dos maiores espaços espíritas do Brasil. Já tem construído um auditório para 700 pessoas e está construindo um novo para 3.000 pessoas.

O Engenheiro e Filosofo Adenauer Marcos Novaes, uma das grandes expressões do Movimento espírita da Bahia, escreveu o livro Novos Amigos, que é uma coletânea de várias mensagens recebidas por Medrado, de pessoas desencarnadas, e fez uma grande pesquisa e avaliação juntamente com os seus parentes, amigos, vizinhos e conhecidos, comprovando unanimemente a autenticidade de comunicação. Este livro vende muito e vale a pena ser lido.

Medrado é funcionário público federal, de destaque, no Tribunal Regional do Trabalho do Estado da Bahia e é professor universitário.

As suas conferências são feitas, no estilo parecido com o nosso Divaldo Franco, com conteúdo sempre de alto nível, devido a sua cultura, sensibilidade e capacidade de comunicação. Destaca-se o humor das suas palestras. Por falar em Divaldo, o nosso tribuno maior, para homenagear Medrado, colocou um quadro muito bonito, pintado mediunicamente pelo médium, no novo auditório construído na Mansão do Caminho, em Salvador.

Medrado hoje já é um nome conhecido em vários países e vale a pena ser conhecido por quem ainda não o conhecem neste Brasil.

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

JORGE SARAIVA

1897 – 1968



Desencarnado em Santos (SP) em 27 de setembro de 1968, nasceu também em SP, aos 13 de dezembro 1897.



Dedicou-se à profissão editorial.



Espírita convicto, suportou com resignação a enfermidade que minava sua saúde.



Sua Editora publicou obras como: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Afinal quem Somos, de Pedro Granja, Trinta anos com Chico Xavier, Anuário Espírita de 1964 a 1971.



Na edição 1970 do Anuário Espírita, foi-lhe prestada uma homenagem de gratidão, como anuarista da primeira hora, pelos elevados serviços prestado pelo Instituto de Difusão Espírita.



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sábado, 1 de junho de 2024

Jorge Hessen

O escritor espírita combativo

Jorge Luiz Hessen nasceu no antigo Estado da Guanabara, atual Rio Janeiro, no dia 18 de agosto de 1951. Vive a vida inerente àqueles que vieram ao mundo a fim de despertar para um projeto mais alto, acima dos prazeres da Terra. Teve uma infância pobre, de pais separados, com mais dois irmãos. Na juventude teve seu primeiro contato com fatos da mediunidade através de uma incorporação de seu irmão mais novo. Ficou impressionado, pois sabia que o irmão seria incapaz de dissimular um fenômeno de tal magnitude. Aquele episódio o levaria, mais tarde, a chegar às portas dos princípios codificados por Allan Kardec.

Aos 20 anos de idade ingressou, por concurso, no serviço público, onde até hoje permanece. Foi durante 5 anos diretor do INMETRO no Estado de Mato Grosso. Executou serviços profissionais junto à Universidade de Brasília, durante 4 anos, na condição de coordenador de provas práticas de concursos públicos realizados pelo CESP.
Consorciou-se com Maria Eleusa aos 26 anos de idade. É pai de quatro filhos, sendo uma das filhas (a mais velha) portadora de lesão cerebral. Na maturidade da vida teve oportunidade de fazer cursos superiores. Possui a Licenciatura de História e Geografia pelo UniCEUB (Centro Universitário de Brasília).

Sua vida espírita nesses mais de 30 anos de Doutrina perfez conteúdos de muitas faculdades. Participou da fundação de alguns centros espíritas em Brasília e Cuiabá-MT, onde teve publicado, em 1991, o livro "Praeiro - Peregrino da Terra do Pantanal". Começou seu trabalho de divulgação ainda jovem em todo DF. Engajou como articulista espírita, tornando-se sólido esse fato em Cuiabá, quando publicava "Luz na Mente", um periódico que veio satisfazer o seu ideal na Divulgação Espírita.

Foi redator e diretor do Jornal "União da Federação Espírita" do DF. Vinculado a vários órgãos divulgadores da Doutrina Espírita, a exemplo de "Reformador" da FEB, "O Espírita" do DF, "O Médium" de Juiz de Fora/MG e palestrante nos mais diferentes lugares de DF, tem a oportunidade de levar a mensagem espírita às cidades próximas de Brasília, como Anápolis, Cidade Ocidental e outras.

Sua diretriz inabalável continua sendo o compromisso de fidelidade a Jesus e a Kardec.

Maria Eleusa de Castro (esposa de Jorge Hessen)

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quarta-feira, 1 de maio de 2024

JOHN WORTH EDMONDS

1816 – 1874

O GRANDE JUIZ ESPÍRITA

John W. Edmonds foi um dos mais influentes espíritas americanos. Depois de uma grande carreira pública, como um membro de ambos os ramos da Assembleia Legislativa do Estado de Nova York e, durante algum tempo, presidente do Senado e juiz da Corte Suprema de Nova York, que renunciou a última posição por conta do clamor popular levantado contra sua crença espírita e, especialmente, ao seu apoio pelas irmãs Fox.

Seu interesse no fenômeno “batidas de Rochester” foi despertado em 1851 e o primeiro relato de suas experiências foi publicado em 01 de agosto de 1853, no New York Courier, em um artigo "para o público". Neste artigo, a fim de atender os constantes ataques contra ele pela imprensa, ele confessou a sua completa conversão ao Espiritismo e relatou suas experiências. Este passo ousado despertou uma sensação tremenda, e uma polêmica surgiu furiosa.

Em uma carta publicada no New York Herald, em 06 de agosto de 1853, ele escreveu:
- "Fui para a investigação inicialmente pensando ser um engano, e que pretendia fazer a minha exposição pública da mesma. Tendo em minhas pesquisas chegadas a uma conclusão diferente, eu sinto que a obrigação de dar a conhecer o resultado é tão forte. Por isso, é, principalmente, que eu dou o resultado para o mundo. Digo principalmente porque não há outra consideração que me influência, e que ao desejo de estender aos outros o conhecimento que eu estou consciente que não pode deixar de torná-los mais felizes e melhores".

Suas investigações sobre a mediunidade era lógico, rígido, e indicativos de um homem da lei. Ele foi muito sagaz, e, constantemente, suas conclusões eram as mesmas: a comunicabilidade do espírito desencarnado.

Em 08 de maio de 1852, publicou-se, em Nova York, o primeiro periódico espírita: o “Spiritual Telegraph”. Em 1853, já existiam nos Estados Unidos centenas de publicações de diferentes orientações, algumas com edições de mais de dez mil exemplares.

Foi também em Nova York que se constituiu a primeira sociedade espírita, em 10 de junho de 1854, da qual faziam parte, entre outros personagens, o juiz da Suprema Corte daquele estado, John W. Edmonds, e o Governador Tallmadge, de Wisconsin. Essa sociedade foi a responsável pela edição do jornal “The Cristian Spiritualist”.

Como o tempo passou, o Juiz Edmonds desenvolveu a mediunidade em si mesmo. Entre os anos de 1853 e 1854, dentro de um pequeno círculo formado com alguns amigos próximos, ele recebeu muitas mensagens de espíritos e comunicações. Os comunicadores principais eram supostamente Swedenborg e Bacon.

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segunda-feira, 1 de abril de 2024

PADRE JOAQUIM CACIQUE DE BARROS

1831 - 1907

Nascido na Bahia, mas rio-grandense de coração, o Padre Cacique foi das mais destacadas figuras gaúchas no campo da Assistência Social. Joaquim Cacique de Barros, nasceu a 18 de agosto de 1831, e faleceu nesta Capital, a 13 de maio de 1907. Ordenado no ano de 1853, pelo Arcebispo Marquês de Santa Cruz, dedicou-se, logo, no magistério, como professor de História, Geografia e Cosmografia, no conhecido educandário, Ginásio Baiano. Mais tarde, transferindo-se para a cidade do Rio de Janeiro, lecionou no Curso de preparatórios do Mosteiro de São Bento e no Colégio Pedro II.

Chegando a Porto Alegre no ano de 1862, o Padre Cacique passou a integrar o corpo docente do Seminário, estendendo, porém sua atuação, participando da fundação da nossa Escola Normal, da qual foi o professor, e regeu o Seminário Episcopal.

Mestre dos mais destacados, culto e interessado, contribuiu para a formação cultural da mocidade rio-grandense, dando o melhor de sua atenção para a causa do ensino.

O Padre Cacique, no entanto, deveria projetar e imortalizar o seu nome em outro setor de atividade. Foi como filantropo que ele construiu obras imperecíveis em Porto Alegre, e que até hoje exaltam lhe o nome.

Profundamente bom, compreensivo e absorvido pelos problemas sociais, fundou, na capital gaúcha, os asilos de Santa Teresa e da Mendicidade, que são grandes casas assistenciais da cidade.

De uma caridade sem limites, simples e humano, o Padre Cacique trabalhou incessantemente para manter suas casas de assistência perambulando pelas ruas da Capital, pedindo óbolos para seus asilos, já velho e cansado pelos trabalhos e adversidades, o Padre Cacique foi um verdadeiro apóstolo, tudo fazendo para minorar o sofrimento dos pobres e dar-lhes agasalho.

Suas fundações, ainda hoje a perpetuar-lhe o nome, são modelos de casas de assistência, contribuindo, dessa forma, para o erguimento do nível social da população.

Esmolando pelas artérias da cidade, geralmente andava sem batina para melhor locomover-se. Foi um precursor, e um homem de grande esclarecimento.

O Asilo de Mendicidade “Padre Cacique” foi fundado em 1892, graças à iniciativa do Padre Cacique, e com o auxílio popular.

Trecho da mensagem psicofônica recebida em junho de 1957:

Liberdade de Servir.

Se unidos fortalecemos o grupo, no grupo unido cada um será mais forte.

Cacique de Barros

Hoje, o Padre Cacique é patrono de várias Sociedades Espíritas.

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sexta-feira, 1 de março de 2024

JOSÉ ALVES DE OLIVEIRA

1912 – 1992

Desencarnou em 10 de agosto de 1992 na cidade de Valença, RJ, e nasceu em Portugal, em 05 de setembro de 1912.

Trabalhou no jornal Mundo Espírita, a convite de seu fundador, Henrique Andrade, enquanto era editado no Rio de Janeiro. Colaborou com vários outros noticiosos espíritas.

Algumas casas espíritas tiveram a sua colaboração, como: Centro Espírita 18 de Abril, com Deolindo Amorim, Grupo da Fraternidade Irmã Scheila com Ruth Santana; ABRAJEE e Liga Espírita do Brasil.

Foi efetivo participante de vários Congressos e deixou algumas obras de sua autoria.

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

JOHN WILMOT ROCHESTER

1647 – 1680

O Espírito que conhecemos sob o nome de conde de Rochester, está intimamente ligado - no que se refere à produção de suas obras - ao da médium Wera Krijanowski.

Pouca coisa pode-se dizer a respeito de John Wilmont, conde de Rochester, no que concerne a sua existência física. Almirante célebre no reinado de Carlos II, da Inglaterra, foi autor de poesias satíricas, bastante apreciadas em sua época, e possuía vasta cultura.

Nasceu em 1647 e morreu em 1680, aos 33 anos de idade.

No estado de Espírito, Rochester recebeu a missão de trabalhar pela propagação do Espiritismo. Para poder cumprir a tarefa, escolheu e preparou desde a infância a médium Wera Ivanova Krijanowskaia, jovem filha de distinta família russa.

Não obstante haver recebido sólida instrução no Instituto Imperial de S. Petersburgo, Wera não se aprofundou em nenhum ramo de conhecimento. Sua mediunidade consistia, principalmente, na escrita mecânica. O automatismo que a caracterizava fazia sua mão traçar as palavras com rapidez vertiginosa e completa inconsciência de ideias.

As narrações que lhe eram ditadas denotam amplo conhecimento da vida e dos costumes antigos e trazem em suas minúcias tal cunho de feição local e de verdade histórica, que é difícil ao leitor não lhes reconhecer a autenticidade. Afigurasse-nos impossível que um historiador, por mais erudito que seja, possa estudar, simultaneamente e a fundo, épocas e meios tão diferentes como as civilizações assíria, egípcia, grega e romana; bem como costumes tão dessemelhantes quanto os da França de Luís XI e os da Renascença.

No período compreendido entre 1882 e 1920, foram escritos 51 romances, quinze dos quais têm tradução para o português: O chanceler de ferro, O faraó Mernephtah, Romance de uma rainha (2 volumes), Episódio da vida de Tibério, Herculanum, O sinal da vitória, A abadia dos beneditinos, Naema, A bruxa, A lenda do Castelo de Montinhoso, A vingança do judeu, A feira dos casamentos, Na fronteira, O elixir da longa vida, A Noite de São Bartolomeu, Narrativas ocultas.

A temática da obra de Rochester começa no Egito faraônico, passa pela antiguidade greco-romana e pela Idade Média e chega até o século XIX. Nos seus romances, a realidade navega num caudal fantástico, em que o imaginário ultrapassa os limites da verossimilhança, tornando naturais fenômenos que a tradição oral cuidou de perpetuar como sobrenaturais. O referencial de Rochester é pleno de conteúdo sobre costumes, leis, antigos mistérios e fatos insondáveis da História, sob um revestimento romanesco, onde os aspectos sociais e psicológicos passam pelo filtro sensível de sua grande imaginação.

A classificação do gênero, em Rochester, é dificultada por sua expansão em várias categorias: terror gótico com romance, sagas de família, aventuras e incursões pelo fantástico.

É tão grande o número de edições das obras de Rochester, espalhadas por inúmeros países, que não é possível fazer ideia de sua magnitude, principalmente ao se considerar que, segundo os pesquisadores, muitas dessas obras são desconhecidas do grande público.

Diversos cultores dos romances de Rochester efetuaram (e, quiçá, efetuam) pesquisas em bibliotecas de vários países, notadamente na Rússia, para localizar obras ainda desconhecidas. É o que se depreende dos prefácios transcritos em diversas obras.

Nesta sucinta descrição da vida e obra de Rochester, tendo em vista o grande número de obras publicadas, abstivemo-nos de relacionar todas elas. O leitor interessado, todavia, encontrará a relação completa no livro Narrativas ocultas.

A Sociedade Científica de Espiritismo de Paris publicou uma mensagem mediúnica de Rochester, que figura no prefácio da obra Episódio da vida de Tibério, em francês, na qual ele afirma que muitas narrativas completariam sua obra mediúnica, e que a última a aparecer seria Memória de um Espírito errante, com a descrição da última encarnação dos autores do drama secular de suas obras, e que estariam encarnados na Terra neste período.

Segundo afirmativa dos membros do grupo espírita no qual Rochester se manifestava, a obra referida seria seu trabalho capital e uma espécie de enciclopédia do Espiritismo.

Narrando as existências de diversos Espíritos, que a cada vez voltam a sofrer uma nova prova terrestre, essas obras estabelecem o princípio da reencarnação progressiva, tal como foi ensinado por Allan Kardec, em contraste com o dogma do inferno eterno, desmentido formal às desesperadas palavras de Dante: Lasciate ogni speranza voi ch'entrate! (Percai as esperanças, vós que aqui entrais).

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem meramente ilustrativa(não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.