Dentre os grandes
cientistas que se notabilizaram na investigação e análise dos fenômenos
espíritas, nos últimos anos do século passado, destaca-se a figura respeitável
de Alexander N. Aksakof, membro de tradicional família da nobreza russa, doutor
em filosofia e conselheiro íntimo de Alexandre III, Tzar de todas as Rússias.
No desenrolar de sua
mocidade, demonstrou acentuada tendência para uma vida de seriedade,
palmilhando caminho diferente e revelando notáveis qualidades de investigador,
preocupado com as coisas da alma e do mundo espiritual. Devido a essa sua
inclinação, teve que enfrentar prolongados anos de vicissitudes espirituais e
sociais.
Conquistando o
pergaminho de doutor, enveredou pelos árduos caminhos que conduzem ao êxito no
campo do conhecimento, tornando-se lente da Academia de Leipzig, na Alemanha.
Integrando-se
resolutamente no campo da investigação psíquica, tornou-se diretor do jornal
"Psychische Studien", órgão publicado na Alemanha. Não satisfeito com
o seu trabalho na direção desse órgão, lançou em Moscou, no ano de 1891, a
revista de estudos psíquicos "Rebus", a primeira do gênero que
apareceu na Rússia.
O seu nome já era
bastante conhecido, como notável doutor em filosofia, quando polemizou com o
filósofo alemão, Dr. Von Hartmann, no decurso da qual refutou, com sobeja
superioridade científica e demonstrações irretorquíveis, as explicações do
sábio alemão sobre os fenômenos espíritas, aos quais atribuía um fundo
biológico.
Aksakof realizou
numerosas experiências e observações no campo científico, tendo realizado
trabalhos tão profundos, tão interessantes, que até hoje jamais foram excedidos
em matéria de Espiritismo experimental. Para a consecução dessa finalidade,
valeu-se do valioso concurso da célebre médium italiana Eusápia Paladino. Com
fundamento nesses trabalhos publicou na Alemanha o seu famoso livro
"Animismo e Espiritismo", em dois volumes, obra de fôlego
impressionante e insuperável em todo o mundo.
Participou ainda de
elevado número de experimentação, valendo-se do concurso de médiuns famosos, do
que resultou a divulgação do seu notável relatório da "Comissão de
Professores", que se reuniu em Milão (Itália), no ano de 1892, a fim de
dar parecer sobre os fenômenos observados na obscuridade, baseado nas considerações
expressas pelo grande criminalista italiano, Cesare Lombroso, que a essa
comissão se confessou envergonhado e condoído, em carta do próprio punho,
escrita ao professor Ernesto Giolfi.
Dessa famosa comissão
de professores fizeram parte os seguintes doutores: Alexander
Aksakof, lente da Academia de Leipzig, diretor do jornal "Psychische
Studien" e conselheiro de S.M. o Imperador da Rússia; Giovanni
Schiaparèlli — Diretor do Observatório Astronômico de Milão; Dr. Carl Du Prel —
Doutor em Filosofia de Munique; Ângelo Brofferio — Professor de Filosofia;
Giuseppe Gerosa — Professor de Física da Escola Real Superior de Agricultura de
Porcini; G. M. Ermacora — Professor de Física; Giorgio Finzi — Professor de
Física; Professor Chiaia; Charles Richet — Professor da Faculdade de Medicina
de Paris e diretor da "Revista Científica"; e Cesare Lombroso,
notável criminalista italiano.
Mais tarde com o
valioso concurso dos médiuns Elisabeth d'Esperance e Politi, além da já
mencionada Eusápia Paladino, Cesare Lombroso expõe, de forma definitiva, o
resultado de suas experiências realizadas quinze anos depois. Esse trabalho de
Lombroso corroborou de forma decisiva tudo aquilo que Aksakof havia descrito em
sua obra.
O livro de Aksakof
"Animismo e Espiritismo" foi uma réplica à brochura que o célebre
filósofo alemão Eduardo Von Hartmann — continuador de Schopenhauer — fez editar
em 1885, abordando aspectos do Espiritismo. A primeira edição alemã,
subordinada ao título "Animismus und Spiritismus" foi publicada em
Leipzig, no ano de 1890, provocando da parte do doutor Von Hartmann uma
resposta à qual deu o título: "A Hipótese dos Espíritos e seus
Fantasmas".
No ano de 1891, ele
voltou novamente, com bastante insistência, procurando reafirmar os argumentos
que já havia exposto. Nessa época Alexander Aksakof já estava com a saúde
bastante combalida, entretanto, o sábio Carl Du Prel se encarregou de continuar
a polêmica com aquele adversário tão temível.
No prefácio de sua
monumental obra, retrocitada, escreveu Aksakof: "Não pude fazer outra
coisa mais do que afirmar publicamente o que vi, ouvi e senti; e quando
centenas, milhares de pessoas afirmam a mesma coisa, quanto ao gênero do
fenômeno, apesar da variedade infinita das particularidades a fé no tipo de
fenômeno se impõe".
Escreveu ainda
Aksakof, em fevereiro de 1890: “Interessei- me pelo movimento espírita desde
1855 e, desde então, não deixei de estudá-lo em todas as suas particularidades
e através de todas as literaturas”.
Durante muito tempo
aceitei os fatos apoiado no testemunho alheio; foi só em 1870 que assisti à
primeira sessão, em um círculo íntimo que eu tinha organizado.
Não fiquei
surpreendido de verificar que os fatos eram realmente tais quais me tinham sido
referidos por outros; adquiri a convicção profunda de que eles nos ofereciam —
como tudo o que existe na Natureza — uma base verdadeiramente sólida, um
terreno firme para a fundação de uma ciência nova que seria talvez capaz, em um
futuro remoto, de fornecer ao homem a solução do problema da sua existência.
“Fiz tudo o que estava
ao meu alcance para tornar os fatos conhecidos e atrair sobre o seu estudo a
atenção dos pensadores isentos de preconceitos.”
Autor Desconhecido.
Fonte do texto e imagem: Internet Google.
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