1864 - 1934
É impossível
falar do movimento espírita espanhol sem dedicar um capítulo a Don Quintín
López Gómez: um dos nossos mais fecundos escritores e filósofos mais profundos
e, com toda a segurança, um dos homens que mais trabalharam em língua espanhola
para a propaganda de nosso ideal.
Nasceu em
Calvarrasa de Arriba, província de Salamanca, em 22 de maio de 1864 e passou
sua infância mudando, a cada momento, de domicílio, ao acaso de postos a que
era destinado seu pai, militar sem graduação; com a circunstância especial de
haver tido durantes esses anos mais de quarenta professores diferentes, o que
não podia favorecer de modo algum a solidez de sua instrução.
Porém, a
vontade vence todos os obstáculos e a do pequeno Quintín era muita e, assim,
vemos como aos catorze anos fez suas primeiras armas, no templo das letras, em
uma pequena publicação de Huesca, intitulada La Abeja Del Pirineo.
Aos
dezessete anos, passou para outra imprensa na qualidade oficial e ali conheceu
o visconde Torres Solanot. Sua iniciação espírita data, precisamente, daquela
época, sendo seu iniciador Don Alberto Atalaya que lhe deu para ler os
Preliminares al Estudio del Espiritismo do Visconde ou um número da Luz del
Porvenir. Interessou-se pelo que lia e decidiu assiná-la.
Ingressou na
"Sociedad Sertoriana de Estúdios Psicológicos", orgulhoso de sua
convicção espiritista e quando essa entidade quis publicar uma revista e
nenhuma oficina de Huesca dignou-se a imprimi-la, alguns entusiastas tomaram,
por sua conta, e compraram tipos e prensa para isso, ficando o jovem caixista
encarregado de todo o trabalho. Compunha, imprimia, dobrava e enviava. Assim
nasceu o Íris de Paz, cuja publicação foi interrompida pela epidemia colérica,
durante a qual os membros da "Sociedad Sertoriana" se transformaram
em enfermeiros benévolos, o que motivou fossem propostos para a cruz de
beneficência, que recusaram.
Trabalhou,
depois, na Revista de Estúdios Psicológicos de Barcelona, La Revelación de
Alicante, El Buen Sentido de Lérida e El Critério Espiritista de Madrid; até
que, casado com dona Rosa Coll y Coll, a cujos delicados cuidados deve muito
Don Quintín haver saído bem da grave enfermidade que o reteve na cama durante
vários meses, começou, em 1883, a publicar Lúmen que, depois, se fundiu com a
Revista de Estúdios Psicológicos, até que o proprietário desta decidiu
suspendê-la, continuando, então, a publicação de Lúmen por longos anos, até que
a enfermidade o obrigou a suspender o que havia sido, sem dúvida alguma, uma
das melhores revistas espíritas de língua espanhola.
Quintín
López Gómez publicou mais de cinqüenta obras, destacando-se entre elas: El
Catolicismo Romano y el Espiritismo, Hágase la Luz, Ante Todo la Verdad, A. B.
C. del Espiritismo, Filosofía, La Mediumnidad y sus Misterios, Los Fenómenos
Psicométricos, Metafísica Transcendente, Conócete a ti Mismo, Rasgando el Velo,
Interesante Para Todos, El Arte de Curar por el Magnetismo, Ciência Magnética,
Hipnotismo Filosófico, Prometeo Victorioso, Diccionário de Metapsíquica y
Espiritismo, etc.etc.
Em todas
essas obras sobressai, além de um profundo conhecimento da Filosofia Espírita e
de tudo quanto com nosso ideal se refere, um sentido filosófico tão grande, que
bem podemos afirmar que Quintín López com Gonzalo Soriano são duas das mais
fortes colunas que teve o Espiritismo.
Septuagenário
já, depois de uma longa enfermidade e da cruel intervenção cirúrgica, nosso
venerado amigo reinicia seus trabalhos e o "Centro de Estudios
Psicológicos de Sabadell" dedicou-lhe uma homenagem à qual se uniu todo o
Espiritismo espanhol em uma prova grandiosa de carinho e respeito.
Opinamos,
conhecendo-o como o conhecemos, que Quintín López nunca deu por terminado seu
trabalho, e nos felicitamos, sinceramente, por ele.
Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem:
Internet Google.
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