1851 - 1900
O Doutor
Paul Gibier, um dos sábios pesquisadores da fenomenologia espírita no século
XIX, membro da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, foi médico, diretor
do Laboratório de Patologia Experimental e Comparada do Museu de História
Natural de Paris, aluno predileto de Louis Pasteur, ex-interno dos Hospitais de
Paris, condecorado pela Faculdade de Medicina de Paris pela apresentação de
tese sobre a raiva, incumbido pelo governo francês de estudar na França e no
Exterior várias epidemias de "cólera-morbo" e de febre amarela,
diretor do Instituto Bacteriológico (Instituto Pasteur) de Nova Iorque, membro
da Academia de Ciências de Nova Iorque, Cavaleiro da Legião de Honra.
Nos
primeiros dias do mês de junho de 1900, os jornais de Nova Iorque anunciaram
que o Doutor Gibier acabara de falecer, num acidente a cavalo. Esta notícia não
deixou indiferente nenhum daqueles, hoje muito numerosos, na França e no
estrangeiro, que seguem, com certa atenção, o progresso dos estudos
psicológicos.
Grandes
jornais não se limitaram a reproduzir a notícia; eles evocaram testemunhos de
estima pela vida e trabalhos do sábio, não mais discutindo a realidade dos
fatos observados, mas emitindo somente a opinião de que ele tinha ido muito
longe. Nós não vimos, entretanto, nenhuma tentativa de contestação de suas
opiniões. Vê-se que já estávamos, naquela época, muito longe do tempo em que
tomavam por argumentos, sem réplica, alguns gracejos banais e irrefletidos que,
em todos os tempos, acolheram as ideias novas e as grandes descobertas!
Sabemos bem
pouca coisa acerca do Doutor Gibier. Ele mesmo nos informa que, antes de se
entregar ao estudo da medicina, consagrou cinco anos a estudar a técnica
mecânica. Formado em Medicina, começou a trabalhar num dos laboratórios do
Museu de História Natural de Paris, entregando-se com paixão a pesquisas sobre
os infinitamente pequenos que ocupam um lugar importante na preocupação de
todos. Ele realizava, ao mesmo tempo, experiências sobre os fenômenos
psicológicos e, em pouco tempo, foi obrigado a deixar o Museu, por causa destas
últimas pesquisas, na opinião dele e de seus amigos, e por outros motivos,
segundo os sábios do Museu.
Sabemos que
Pasteur depositou nele toda a sua confiança, muita estima e o encarregou de
várias missões na América Central, com a finalidade de estudar, em campo, os
agentes microscópicos das doenças epidêmicas e da febre amarela, em particular.
Foi, em seguida, nomeado diretor do Instituto Pasteur da cidade de Nova Iorque,
cidade onde acabou de sucumbir bruscamente.
Este sábio,
incluído frequentemente entre os homens corajosos que não temem arriscar sua
reputação e seu futuro, ao publicar suas opiniões apoiadas em fatos, nos deixou
duas obras bem conhecidas, que merecem ser lidas e mais divulgadas. A primeira,
"O Espiritismo (Faquirismo Ocidental)", apareceu em 1886, e a
segunda, "Análise das Coisas", em 1890.
A partir
desta data, ele não deixou de observar e experimentar. Sabe-se que ele se
propunha a resumir, numa última obra, seus trabalhos precedentes e nos fazer
revelações que considerava ainda prematuras naquela época. Porém, a morte o
surpreendeu e a Humanidade não pôde tomar conhecimento do restante de sua obra,
certamente a parte mais importante!
Na
Introdução de seu primeiro livro escreveu: "Declaramos, à viva voz, que ao
começar estas pesquisas, tínhamos a íntima convicção de que nos encontrávamos
em face de uma colossal mistificação, que precisava ser descoberta, e levamos
muito tempo para nos desfazermos desta ideia". Portanto, este sábio, como
tantos outros de sua época, partiu com a ideia de desmascarar as mistificações,
com uma convicção e, pouco a pouco, se fez defensor da nova ciência psíquica,
com uma certeza que aumentava no decorrer do número e da variedade de
experiências.
Naquilo que
deixou escrito, ficou bem claro seu propósito de não divulgar, no seu entender,
prematuramente, com detalhes, tudo o que havia descoberto, em virtude da
opinião contrária do "meio científico". Mas, mesmo assim, ficou
comprovado que muito avançou, para a sua época, em suas pesquisas: teorias das
mais ousadas sobre a matéria, o papel da força, a evolução dos mundos, a
constituição do homem, os fenômenos que acompanham e seguem a morte etc.
Ajudado pelo
médium Slade, estudou de uma maneira toda especial, o curioso fenômeno da
escrita direta na ardósia, ao qual consagrou 33 sessões. Numerosas mensagens,
em diversas línguas, foram obtidas no interior de ardósias duplas, fornecidas
pelo experimentador e seladas uma contra a outra.
Em 1900,
enviou ao Congresso Internacional Oficial de Psicologia, reunido em Paris, um
relatório de várias materializações de espíritos, observadas em seu laboratório
em Nova Iorque, na presença de várias testemunhas, notadamente dos funcionários
que o assistiam em seus estudos de biologia.
Autor
Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.
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