(1596-1650)
Filósofo e
matemático francês. Fundador da geometria analítica e um dos iniciadores da
filosofia moderna. Autor do "Discurso do Método (1637)" e de
"Meditações Metafísicas (1641)", entre outras obras.
Revelando-se
desde logo um tipo meditativo, impressionou seus mestres pela profundidade e
independência de caráter e pela insistência em não aceitar sem reflexão os
ensinamentos e opiniões recebidos.
Deve-se a
Descartes, por seu Racionalismo, boa parte das raízes da Revolução Francesa
(1789-1799) e, de algum modo, algumas divisas para a compreensão da Doutrina
Espírita. Em seu processo indutivo de conhecimento, dizia que a fé‚ diferente
do dogmatismo fideísta (que antepõe a fé à razão) afirmava ser uma coisa que
pensa, espiritual, um ser imaterial que nada tem de corporal, sendo em suma,
uma substância espiritual. Neste caso assegurava restar algo indubitável que é
a própria dúvida e, com isto, a existência de um ser que duvidava.
Concluía que
esta dúvida era um pensamento que revelava sua própria existência - COGITO,
ERGO SUM (Penso, logo existo).
A chamada
Revolução Cartesiana foi precursora da Revolução Espírita. A ciência admirável
de Descartes é a mesma ciência espiritual de Kardec, ainda em desenvolvimento,
por muito tempo, em nosso planeta.
Descartes
admitia duas substâncias: a do corpo, cujo atributo era a extensão, e a da
alma, cujo atributo era o pensamento. Donde, dois princípios independentes: um
material e outro espiritual. A existência do corpo e da alma estava determinada
por uma terceira substância: Deus. Por conseguinte, opunha-se à filosofia da
Idade Média.
Plenamente
convencido do potencial da razão humana, propunha-se criar um método novo,
científico, do conhecimento do mundo e substituir a fé cega pela razão e pela
ciência, recorrendo para isto à "dúvida" como método de raciocínio,
com a ajuda da qual poderia livrar-se de todas as ideias preconcebidas ou
noções habituais e estabelecer verdades irrefutáveis. Sua filosofia esforça-se
para conciliar religião e ciência.
Forma-se um
movimento denominado Cartesianismo, conjunto de tradições filosóficas e
atitudes científicas derivadas de suas ideias.
Apesar do
combate dos teólogos e dos aristotélicos, o Cartesianismo difundiu-se
rapidamente nos meios europeus, a começar pela Holanda.
O padre
franciscano Marin Mersenne, um dos principais defensores do movimento
cartesiano, usou-o para combater o ateísmo. Alguns jansenistas, entre outros
Antoine Arnauld e Pierre Nicole, também foram cartesianos, da mesma forma que
vários filósofos franceses.
Os jesuítas
se opunham às ideias de Descartes, levando o Santo Ofício a condená-las em 1663
e a pedido de Sorbonne, o Conselho do rei proibiu o ensino do cartesianismo na
França em 1671.
A
diversidade de interpretações do sistema de Descartes ainda se faz sentir no
séc. XX.
Autor
Desconhecido. Fonte da biografia e imagem: Internet Google.
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