1869 – 1936
Éramos nove
irmãos. Viemos da Espanha para o Brasil em 1879 e eu estava com dez anos de
idade. Imigramos no nordeste da Bahia.
Como o mais
velho da família, tive que ajudar nas despesas da casa, trabalhando com vendas
de verduras e frutas, e nas horas vagas engraxava sapatos em uma pracinha que
lá existia. O meu pai trabalhava como caixeiro em um armazém, cujo dono, Senhor
Bartolomeu, ajudou-me bastante, pois custeou os meus estudos.
Mais
adiante, quando terminava o primário, fui matriculado no Liceu, onde concluí o
colegial (ginasial). Nesta época, eu já estava em Salvador. Com muito esforço,
dei continuidade aos meus estudos. No Curso de Direito conheci um amigo com o
nome de Joel, ele me estendeu as mãos quando mais precisava naquele momento,
convidando-me a morar nos fundos de sua casa, para que eu pudesse me ver livre
do aluguel e custear melhor meus estudos.
Conhecendo
melhor a família de Joel, descobri que eram espíritas. Fiquei feliz e me sentia
em casa, participava do culto no lar, o qual eu achava maravilhoso, começando a
interessar bastante pela Doutrina. O referido irmão me sugeriu ler o Evangelho
Segundo o Espiritismo, que o devorei noite adentro; comecei a frequentar a
Instituição Espírita A Caminho da Luz, a qual não existe mais, ficava perto de
onde morávamos; participava do grupo de jovens com toda a alegria e lá me
apelidaram de João Cigano.
Depois de
uma participação na Casa Espírita com todo o meu empenho, deram-me a
incumbência da presidência. Fiquei assustado com a responsabilidade pois o
Presidente da Casa Espírita na época estava com a idade avançada, e eu disse a
mim mesmo e também aqueles que ali trabalhavam "posso levar, mas peço
apoio de todos da Casa e quando errar podem me alertar", e aí trabalhei
durante seis anos sem interrupção até que a Assembleia da Casa decidiu indicar
outro.
Neste
processo conheci uma pessoa com a qual me casei, em 1905. Ela se chamava Maria
Augusta Damasceno Felício. Tivemos três filhos: Jorge Luís Damasceno Felício,
Antônio José Damasceno Felício e Luísa Damasceno Felício.
Tive a
vontade enorme de fazer o Curso de Medicina, mas a esposa achou fora de época.
Eu disse a ela: "se você me der forças, eu vou conseguir" e concluí o
Curso. Mas a minha aptidão maior era para o Direito e a Medicina era para
atender os mais carentes.
Vivemos
muito felizes, graças à Deus e a luta continuou. Fui contraído por uma
enfermidade na área cardíaca, cardiopatia crônica, pela qual vim desencarnar em
03/02/1936.
Passei pelo
processo de "hierarquia no plano espiritual" para chegar na equipe de
Dr. Bezerra. Trabalho onde for necessário (na Instituição Abrigo da Luz Bezerra
de Menezes, Cantinho de Jesus e outras atividades).
Obs: João
Felício o qual estudamos neste momento não é o mesmo espírito que coordena a
Mocidade do Grupo de Fraternidade Espírita Albino Teixeira.
Fonte do texto: Biografias Espíritas –
Imagem: Internet Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário