1925 – 1977
Nascida em
Ubá, Estado de Minas Gerais, no dia 21 de agosto de 1925, e desencarnada na
mesma cidade aos 15 de julho de 1977.
Era filha de
Virgílio Ferreira de Andrade e Maria do Carmo Lisboa de Andrade. Seu pai era
conhecido tipógrafo daquela localidade, fundador de vários jornais, muito
querido e acatado pelos seus conterrâneos.
Irthes
Terezinha cursou as primeiras letras no Grupo Escolar Cel. Camilo Soares e fez
o curso normal no “Sacre Coeur de Marie”, onde se diplomou professora primária.
Logo após a sua formatura foi nomeada para lecionar no Ginásio Municipal Raul
Soares, de cujo estabelecimento se tornou secretária até 1976, quando se
afastou por motivo de grave enfermidade.
Na mais
tenra idade começou a sentir uma série de anomalias, o que foi motivo de
grandes preocupações para seus pais. Apesar dos constantes cuidados médicos, a
Medicina não conseguiu diagnosticar a causa de seus males, que se manifestava
por visões atormentadoras, suores noturnos e outras manifestações que lhe
infundiam grande terror. Quando esgotados todos os recursos médicos, seu pai,
que já era convicto das verdades contidas no Espiritismo, apesar dos protestos
de sua mãe, que era de formação católica, levou-a a um médium, através do qual
o benfeitor espiritual afirmou que ela era uma criança destinada a uma grande
tarefa na Terra. Nessa época, com sete anos de idade, ela experimentou sensível
melhora.
Por
influência de sua mãe, Irthes Terezinha criou-se muito apegada às tradições católicas,
entretanto, não se conformava com alguns dogmas e ensinamentos dessa religião.
No início de 1945, pediu ao seu confessor alguns esclarecimentos sobre a
existência do inferno e dos demônios. Foram tão absurdas as respostas e
explicações do sacerdote, que ela deliberou se afastar definitivamente do seio
da Igreja.
Sua mãe
também foi acometida de violenta perturbação espiritual, o que fez com que seu
pai apelasse para o Espiritismo, através do qual ela teve cura total, pois a enfermidade
regrediu imediatamente.
À vista
desse fenômeno, quando a paz voltou ao seu lar, Irthes Terezinha interessou-se
sobremaneira pela leitura de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, ali encontrando
resposta para a sua perene indagação interior sobre as vidas sucessivas. Nesse
repositório de ensinamentos consoladores ela encontrou explicação para suas
dúvidas e conseguiu varrer da sua mente a sombra da dúvida que ali existia
sobre a bondade incomensurável do Criador.
A partir de
junho de 1945 integrou-se no Centro Espírita Ismael, da cidade de Ubá. Ali se
desenvolveram as suas faculdades mediúnicas, principalmente da psicografia e
psicofonia. Desde então dedicou-se de corpo e alma à tarefa de evangelização
das crianças, o que fez durante 32 anos consecutivos.
Teve notável
vocação para a música e poesia, entretanto, não conseguiu condições para o
cultivo dessas artes. Após o desenvolvimento de suas faculdades mediúnicas,
começou a psicografar versos muito imperfeitos, sem identificação dos autores
espirituais. Em 1950, numa reunião particular na cidade de Leopoldina (MG), com
a presença do médium Francisco Cândido Xavier, ela recebeu o primeiro soneto
assinado. Após a reunião, o Chico Xavier informou que uma plêiade de poetas da
espiritualidade desejava trabalhar por seu intermédio. Dessa data em diante começou
a receber verdadeiro Parnaso do Além, assinado por grandes poetas, antigos e
modernos, tais como Júlio Diniz, Antero de Quental, Auta de Souza, Valado
Rosas, Azevedo Cruz, Casemiro Cunha, Maria Dolores, João de Deus e tantos
outros, paralelamente com mensagens de incomparável beleza, recebidas do
Espírito Bezerra de Menezes e muitos outros luminares da Espiritualidade.
Muitas dessas mensagens foram publicadas em órgãos da imprensa espírita,
inclusive na revista “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira.
Graciosa, de
palavra meiga e evangelizada, foi oradora de numerosas solenidades espíritas no
Interior do Estado de Minas Gerais e nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
e outras.
Foi oradora
da primeira Semana Espírita de Bicas (MG), recebendo ali grande homenagem. No
momento de deixar a cidade, foi cumprimentada por um grupo de espíritas de
renome, dentre eles o prof. Leopoldo Machado, Amadeu Santos, Jacques Aboab,
Sebastião Lasneau e Germano dos Anjos.
Em sua
biografia, escrita no dia 2 de abril de 1977, escreveu: “Terei eu cumprido o
programa traçado pelo Alto? Terei eu correspondido às esperanças de Jesus?
Senti o meu renascimento vero na data em que me tornei espírita! Aí está a
minha vida. Uma vida sem notas singulares, igualzinha a todas as demais que não
passaram da craveira comum...” acrescentando ainda: “O Espiritismo é o meu Céu
na Terra, meu farol, minha luz, meu refrigério e tudo de bom que desejei na
vida.”
Fonte do texto: Biografias Espíritas –
Imagem: Internet Google.
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