Hugo
Gonçalves, o "Paizinho". Assim é conhecido e chamado, carinhosamente,
em todo o norte do Paraná, o Missionário Hugo Gonçalves, discípulo de Cairbar
Schutel e sustentáculo da Doutrina Espírita nesse Estado da Federação.
Continua o
que começou desde criança, sob a sábia orientação do saudoso Bandeirante do
Espiritismo. Não apenas prega o amor e a caridade, mas principalmente os
pratica. Por isso, por irradiar tanta simpatia, todos os que o conhecem de há
muito ou o vem a conhecer, o consideram uma verdadeira graça de Deus.
Em 1880
chegava ao Brasil uma família de imigrantes portugueses liderada por Francisco
Ferreira e Conceição dos Santos. Dentre os filhos que constituíam a prole,
chamava à atenção a caçulinha, de nome Cândida, com pouco mais de 1 ano. A
família se instalou no povoado de Boa Esperança, nas proximidades de Rio Claro,
no Estado de São Paulo. Alguns anos depois, em 1888, já com 20 anos e sozinho,
chega ao Brasil e se instala no mesmo lugar, outro imigrante português com o
imponente nome de José Maria Gonçalves. José Maria chegou sozinho, mas bem
acompanhado por entidades espirituais que o conduziram até Boa Esperança, pois
ali já estava sua prometida consorte e companheira de toda a vida − Cândida −
ambos com um sério compromisso de gerarem o nosso abençoado Hugo Gonçalves.
José Maria e Cândida se casaram em 1893 e mudaram-se para Matão por volta de
1897. Já, em seguida, fizeram amizade com o bondoso farmacêutico local, o Sr.
Cairbar de Souza Schutel.
Hugo Gonçalves
retornou ao mundo físico no dia 6 de outubro de 1913. O parteiro foi Cairbar
Schutel, o qual sugeriu que o rebento se chamasse Vitor Hugo, seu autor
literário preferido. Dona Cândida gostou de Hugo, mas não de Vitor.
Aos 12 anos
de idade, revelou boa tendência literária, passando a escrever para o Jornal O
Clarim, fundado e dirigido por seu mestre Cairbar Schutel, em Matão-SP.
A partir dos
13 anos, passou a trabalhar com os demais irmãos, executando duras tarefas na
pedreira de propriedade do pai, tendo por companheira e instrumento, uma sisuda
marreta. Ainda em plena adolescência, no âmbito escolar, todos os dias
fulminava com o olhar uma bonita descendente de italianos, que descobriu
chamar-se Dulce Ângela Caleffi ("A Mãezinha de Cambé"). Ela, só com o
passar do tempo, veio a notar aquele olhar interesseiro. Não tardou a sentir
umas fisgadas no coração. Por alguns anos o futuro romance ficou apenas na
paquera.
O efetivo
namoro somente se deu após a morte de Arturo, pai de Dulce, em 1930. Casaram-se
no dia 21 de setembro, de 1935. Por volta de 1940, já com o filho Cairbar,
mudou-se para a região de Campinas, onde permaneceu alguns anos, também
quebrando pedras. Retornou a Matão, agora com segundo filho, Emanuel, para
continuar seu trabalho na pedreira da família. Logo depois, foi convidado a
trabalhar na administração de uma grande fazenda, situada nas proximidades de
Matão.
Em 1947,
mudou-se para o Paraná, fixando-se na região de Londrina. Continuou a trabalhar
em administração de fazendas, até 1953. Nesse ano, instalou-se em Cambé
(Paraná), passando a dirigir o Lar Infantil Marília Barbosa.
Hugo
Gonçalves teve treze irmãos, dos quais três desencarnaram ainda crianças. É o
único sobrevivente da família. Diz ele porque sempre foi o mais teimoso. Tem
dois filhos, treze netos, dezoito bisnetos e trinta e seis sobrinhos. É
detentor de vários títulos honoríficos, pelo seu trabalho incessante e
direcionado ao bem do próximo, notadamente das crianças e idosos desvalidos.
Após uma semana de internamento em UTI, dona Dulce, sua adorada companheira de
quase 68 anos, acometida de problemas cardiorrespiratórios, veio a desencarnar
no dia 19 de maio de 2003, prestes a completar 87 anos de profícua e abençoada
existência.
Em março de
2003, deu-se o lançamento do livro Hugo Gonçalves e o homem que se lembra do
Sermão da Montanha. Trata-se de uma obra biográfica. A par da homenagem, é
também um esforço no sentido de relegar eventual e injusto olvido de uma vida
exemplar inteiramente dedicada ao amor preconizado pelo Cristo, nas décadas
futuras, quando seus parentes, amigos e companheiros de hoje, já não mais
estiverem no plano físico.
Fonte do texto: Biografias Espíritas –
Imagem: Internet Google.
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