1864 - 1938
O Dr.
Sebastião Paraná nasceu em Curitiba, a 19 de novembro de 1864 e aí desencarnou
a 8 de março de 1938, na residência de seu genro, Dr. Lauro Schleder. Era filho
do Capitão Inácio de Sá Sottomaior e neto do Coronel de milícias do mesmo nome.
Casou-se com
Elvira da Costa Faria Paraná, em 19 de dezembro de 1905. Não teve filhos.
Cursou as
primeiras letras na Escola regida pelo Professor Miguel Schleder e o curso
primário no Colégio Curitibano, sob a direção do Professor Nivaldo Braga.
Em 1883
matriculou-se no Instituto Paranaense. Fez os preparativos em Curitiba e se
diplomou em Direito e em Ciências Políticas e Sociais, no Rio de Janeiro.
Viveu
dilatados anos, sempre batalhador insone nas nobres lides do espírito. Geógrafo
notável; publicou obras que representam o melhor que se possui na matéria. De
sua lavra relacionamos: Esboço geográfico do Paraná (1889), Corografia do
Paraná (1899), O Brasil e o Paraná (1925), Guia do comerciante (1909), Os Estados
da República (1911), Exultação (1913), O alcoolismo e o jogo (1913), Galeria
Paranaense (1922), Países da América (1922), Países da Europa (1926),
Efemérides da Revolução de outubro de 1930 no Estado do Paraná (1931).
Sua obra O
Brasil e o Paraná alcançou um número expressivo de edições, nunca antes
registrado na bibliografia local. Em 1941, apareceu a 22ª edição.
Como
professor, foi mestre querido e venerado por muitas gerações paranaenses que
lhe aproveitaram a competência e talentos.
A 18 de abril
de 1900, foi nomeado professor catedrático de Geografia e Corografia do Brasil,
no Ginásio Paranaense e Escola Normal de Curitiba.
Em 1906,
regeu, interinamente, a Cadeira de História Universal no Ginásio Paranaense. Em
1916, exerceu, interinamente, a Superintendência Geral do ensino. Desse ano,
até 1920, foi Diretor do Ginásio Paranaense.
Foi
Professor da Universidade Federal do Paraná.
Como homem
público, cruzou altos cargos com descortínio e austeridade. Cidadão, não sabia
fazer inimigos. Não deu guarida aos sentimentos mesquinhos da desafeição.
Pelo decreto
29 de 22 de fevereiro de 1928, foi nomeado Diretor da Secretaria do Interior e
Justiça do Paraná, tendo se exonerado, então, da cátedra que luminosamente
prelecionara quase 30 anos.
Por motivo
de saúde, em 1930, a pedido, foi transferido para a direção do Museu Paranaense
e Biblioteca Pública do Paraná, onde foi aposentado pelo Decreto 774, de 2 de
abril de 1931.
Alcançou a
patente de Capitão da Reserva do Exército Nacional, tendo servido como praça,
de 6 de setembro de 1893 a 13 de março de 1894, no Batalhão Patriótico Benjamin
Constant.
Foi Deputado
no Congresso Legislativo do Paraná, na legislatura 1902/1903. Pertenceu à
Comissão de Instrução Pública, revelando-se incansável em zelos e iniciativas,
em prol dos interesses da educação popular.
Fez parte do
Conselho Superior do Ensino Público no Paraná. Em 1905, foi nomeado, por
indicação do Governo do Estado, agente auxiliar do Arquivo Nacional, no Paraná.
Integrou a
Comissão encarregada de receber trabalhos para o Congresso Internacional de
História da América, sendo nomeado para, ao lado de Rocha Pombo, Dario Vellozo,
Nestor Victor e Romário Martins, representar o Paraná no magno certame.
Pertenceu
ainda ao Centro de Letras do Paraná e Academia de Letras do Paraná. Sócio
correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto
Geográfico Argentino, da Sociedade de Geografia de Lisboa.
Como
jornalista foi Diretor do Jornal A Tribuna, Redator de A República e de O
Município.
Foi fundador
da Federação Espírita do Paraná, em 24 de agosto de 1902, junto a outros homens
valorosos e foi seu primeiro Presidente eleito, após a aprovação do Estatuto
Social, em 4 de outubro de 1903. Permaneceu no cargo, por reeleição, até 13 de
janeiro de 1907.
Também foi
na Federação Espírita do Paraná - FEP, Membro da Comissão Central de 2 de
agosto de 1908 a 18 de julho de 1909 e de 13 de janeiro de 1918 a 1919.
Ocupou ainda
o cargo de Diretor do Núcleo Central, Diretor da Caixa Escolar e de Estudos
Doutrinários.
Escreveu o
livro Vade-mecum (Preces e ensinos espíritas), editado pela FEP, em 1929-1930.
Modesto e
amável, foi dos que muito trabalharam pelo engrandecimento do torrão nativo.
Honesto e
sincero, só amizades conquistou.
Dois anos
antes de sua morte, as alunas da Escola Normal deliberaram manifestar
publicamente sua gratidão àquele que escrevera Os Estados da República e Países
da América.
Nos jardins
do modelar educandário foi, a 19 de novembro de 1936, inaugurado o baixo-relevo
do perfil do Professor Sebastião Paraná, um magnífico bronze de J. Turim,
encravado na pedra, e que se encontra à entrada do edifício, como símbolo
singular proclamando a gratidão da mocidade.
Retido ao
leito, nos últimos anos de sua vida, Sebastião Paraná, ainda assim arrostou
sereno os amargores da moléstia que cruelmente o imobilizava.
Morreu a 8
de março de 1938. Seu sepultamento se deu no Cemitério Municipal de Curitiba.
Discursaram à beira do túmulo: Porto Vellozo, pelo Instituto Neo-Pitagórico;
Veríssimo de Souza, pela Loja Maçônica Fraternidade Paranaense; Raul Gomes,
pela Imprensa Curitiba; Heitor Stockler, pela Academia Paranaense de Letras e
Centro de Letras do Paraná; Lourenço de Araújo, em nome de diversas associações
operárias.
Curitiba
prestou sua homenagem, dedicando-lhe uma rua com o nome de Professor Sebastião
Paraná e, em edição do Jornal Gazeta do Povo (Curitiba), em 19 de março de
1967, em coluna denominada "Vultos", junto com sua biografia, consta
uma série de considerações sobre sua personalidade, dizendo ter sido ele sempre
elogiado, não só pelo exemplar comportamento, como pela aplicação, e que ele,
sendo modesto e amável, muito contribuiu pelo engrandecimento do torrão natal.
Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem:
Internet Google.
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