1827 – 1901
Nascido em
Tulle, França, em 02 de maio de 1827, Pierre-Gaëtan Leymarie foi um dos mais
destacados continuadores da obra de Allan Kardec. Foi um homem notável, que
sempre se interessou pelos ideais nobres.
Integrado às
fileiras espíritas, empolgou-se com seus nobilitantes ideais e, quando Allan
Kardec iniciou a publicação da Revue Spirite e das obras fundamentais do
espiritismo, dando início às sessões de estudos e experimentações, contou com o
incondicional apoio de Leymarie, o qual se tornou um dos seus mais assíduos
assessores.
Pouco antes
da sua desencarnação, Allan Kardec lançou as bases de uma Sociedade Anônima, à
qual legaria os seus bens, com objetivo de assegurar a difusão do Espiritismo.
Leymarie foi um dos primeiros a integrar-se na Sociedade, da qual se tornou
administrador. Também passou a exercer os cargos de redator-chefe e diretor da
Revue Spirite.
Durante
trinta anos, no atribulado período que se seguiu ao decesso de Kardec, quando o
Espiritismo era encarado com reservas, sendo alvo de zombarias e inconcebíveis
ataques, Leymarie manteve-se em luta constante, proclamando bem alto os nobres
ideais da Terceira Revelação, através das páginas da Revue Spirite e da palavra
falada.
A Revue
Spirite se tornou órgão de divulgação de todos os ideais nobres de cunho
humanitário, moral e espiritualista. Os trabalhos encetados na Inglaterra por
William Crookes tiveram na revista a melhor acolhida e o próprio Leymarie fez
experiências com um médium fotógrafo, obtendo uma série de fotos que foi
publicada em suas páginas.
Nessa época
foi vítima de detratores do Espiritismo, quando o fotógrafo Buguet, fazendo uso
dos meios fraudulentos na obtenção de fotografias de Espíritos, é processado
pelo Ministério Público. Em 16 de junho de 1875, Leymarie e Firman (médium
americano), foram também envolvidos no processo, em vista dos laços de amizade
que mantinham com Buguet, e desta forma, julgados convenientes na fraude.
Devido a depoimentos inverídicos de Buguet, os três foram condenados. Buguet e
Firman conseguiram a liberdade. Leymarie não. Elaborou notável Memória à Corte
Suprema, atestando, perante sua consciência e de seus filhos, a sua inocência,
mostrando-se confiante na decisão final daquele tribunal. Com sentimento de
remorso, Buguet escreve ao Ministro da Justiça dando testemunho sobre a
inocência de Leymarie, acrescentando que, embora muitas das fotos fossem
verdadeiras, devido ao desconhecimento que tinha da Doutrina Espírita,
praticava a fraude, quando não as conseguia com sua mediunidade. Em sua carta
ele afirmou: “Lastimo, pois, haver dito, na minha fraqueza, o contrário da pura
verdade, renunciando eu à minha mediunidade e pedindo perdão a Deus por esse
ato que deploro, pois, que ele serviu para incriminar um homem probo, cuja boa
fé se tornou suspeita em face das minhas afirmações.”
Amèlie
Boudet, viúva de Allan Kardec, apesar de sua avançada idade, atuou no processo
como testemunha. Cartas de solidariedade de todo o mundo foram enviadas a
Leymarie. A “Sociedade para Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec”
recebeu manifestações de simpatia de vários países, inclusive do Brasil,
partindo elas tanto dos encarnados como dos desencarnados.
Apesar de
todo o empenho e de tantas declarações e testemunhos abonadores, Leymarie foi
condenado a um ano de prisão celular. Um pouco mais tarde, anulada a sentença
condenatória, o infatigável discípulo de Kardec voltou às atividades, retomando
a direção da Sociedade e da Revue Spirite.
Graças à
ação de Leymarie as obras de Allan Kardec foram traduzidas para vários idiomas.
Também realizou várias viagens à Bélgica, Espanha e Itália, difundindo os
consoladores ensinamentos da Doutrina dos Espíritos.
Participou
como delegado do I Congresso de Bruxelas. Em 1888 foi eleito a ocupar uma das
presidências do Congresso Espírita de Barcelona. Nessa ocasião, foi lida a
comovente moção de gratidão enviada da prisão de Tarragona, por um grupo de
condenados a trabalhos forçados, convertidos à fé espírita.
Em 1889
Leymarie organizou o I Congresso Espírita da França.
Leymarie foi
assim, fervoroso propagandista da Doutrina. Orador e escritor e conseguiu, pela
firmeza de seus ideais, atrair a simpatia e a admiração de muitos pensadores da
época. Foi homem sensível e profundamente honesto.
Sua esposa,
Marina, deu-lhe sempre a máxima cooperação. Quando Leymarie foi processado, ela
escreveu a admirável memória “Procés des Spirites”, que se tornou precioso
documento para a história do Espiritismo.
Leymarie
desencarnou no dia 10 de abril de 1901, na cidade de Paris.
Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem:
Internet Google.
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