1888 – 1951
Nasceu a 29
de abril de 1888, em Augustura, Distrito de São José, Além-Paraíba, Estado de
Minas Gerais, e desencarnou em Três Rios, Estado do Rio de Janeiro, a 6 de
abril de 1951.
Desempenhou
uma multiplicidade de cargos e encargos, como diretora do “Lar Manoel Pessoa de
Campos”, e do “Grupo Espírita Fé e Esperança”, na qualidade de diretora de
assistência aos necessitados.
Foi também
orientadora da “Mocidade Espírita Bezerra de Menezes”, arregimentando os moços
para o trabalho de caridade, incentivando-os para o conhecimento
doutrinário-evangélico.
Era
procurada diariamente por uma multidão de aflitos cujos problemas procurava
solucionar satisfatoriamente, através de suas palavras evangelizadas e
persuasivas.
Ao seu
espírito perseverante e realizador devem-se grandes empreendimentos na cidade
de Três Rios, em vários setores de atividade.
Era
descendente do Almirante Saldanha Marinho, que foi advogado de renome, deputado
estadual por várias legislaturas, grande político do século passado, escritor e
grão-mestre da Maçonaria, desencarnado em 1895. Ficou órfã de pai aos nove anos
de idade, passando a viver sob a tutela de sua avó materna, D. Raquel Saldanha
Marinho, grande educadora, austera e boa, que exercia o magistério em Além
Paraíba.
Sua avó
desenvolveu na menina Ritinha sentimentos elevados, o amor aos semelhantes e a
fé inabalável em Deus.
Bem menina
ainda, conheceu o jovem Francisco Ferreira de Cerqueira, com ele contraindo
matrimônio aos 18 anos de idade.
Em 1910,
transferiram-se para a cidade de Três Rios, radicando-se ali, jamais pensando
em residir em outra parte.
Seu esposo,
alma pura e simples, amava-a de coração e uniram-se no trabalho dignificante,
ajudando-se mutuamente, nas tarefas do bem. Foi exemplar servidor da Central do
Brasil, estimado e considerado por seus chefes e colegas. Verdadeiro chefe de
família, como esposo e pai, soube cumprir os deveres do verdadeiro espírita,
integrado nos postulados cristãos.
Tiveram sete
filhos, dos quais um desencarnou com um ano de idade, criando-se os restantes,
todos dentro dos princípios da Doutrina Espírita.
D. Rita
Cerqueira enviuvou em 1928, ficando com todos os seus filhos menores de idade.
José
Ferreira de Cerqueira, o mais velho, já um rapazinho, foi o esteio da família.
A fé inabalável de D. Ritinha e o comportamento e união dos filhos fizeram com
que fossem vencidas todas as dificuldades e em pouco tempo tudo se tornasse paz
e tranquilidade naquele abençoado lar cristão.
Sua vida
como espírita não foi menos grandiosa: Por volta de 1918, foi acometida de uma
enfermidade para qual a medicina não encontrou solução, chegando a ser
desenganada por junta médica. Toda a sua família ficou desesperada e
inconsolável, somente ela não perdia a esperança, recomendando fé em Deus,
porque em breve haveria de sarar.
Nessa
altura, teve conhecimento da existência de um médium espírita em Porto Novo da
Cunha. Cheia de fé e animada da certeza que Deus haveria de curá-la, pediu ao
esposo fosse consultá-lo, naturalmente inspirada pelos amigos espirituais,
Francisco Cerqueira, com o coração partido de dor, já desesperado pelos
resultados médicos, foi buscar a receita.
De volta,
trouxe consigo remédios homeopáticos, ervas e recomendação para eu lhe fossem
ministrados passes, pois a sua doença, segundo o guia espiritual do médium, era
de origem espiritual.
Confiantes,
seguiram à risca todas as instruções recebidas e as melhoras não se fizeram
esperar, ficando boa em poucos dias.
Dessa data
em diante ocorreram os primeiros fenômenos mediúnicos, com aquela que seria
mais tarde grande médium, consagrando toda sua vida aos menos afortunados, não
só no exercício da mediunidade, como em outros meios facultados pela Doutrina.
Certo dia
sente-se inopinadamente fora do corpo físico; vê, conversa com todos, porém não
se apercebe de seu próprio corpo. Após momentos de ansiedade, compreendeu que
seu espírito se exteriorizara e era preciso regressar ao envoltório carnal. Nesse
momento rogou a Deus com todas as forças de que dispunha que a fizesse
regressar ao corpo, porque tinha uma missão a cumprir, além daquela de esposa e
mãe, e no mesmo instante voltou ao normal.
No dia
seguinte, procurou o Centro Espírita, presidido pelo professor Alexandre José
Lacerda, desenvolvendo-se de forma bastante rápida o Dom da mediunidade,
comunicando-se por seu intermédio um amigo espiritual de grande elevação, que
cientificou a todos da grande tarefa que ela tinha pela frente.
Rita
Cerqueira, exuberante de alegria, regressou ao lar, certa de que dali por
diante poderia ser muito mais útil aos seus semelhantes.
Nessa mesma
noite, foi provada a sua fé.
Foi chamada
para socorrer uma enferma em grande sofrimento e aflição. Não se recusou, confiante
em Jesus e, à beira da cabeceira do doente, impôs suas mãos e o seu pensamento
em prece, recebeu a ajuda do Alto. Quando dali saiu, deixou em paz aquele lar
onde até então reinava desespero e apreensão.
Daí por
diante, sua mediunidade desabrochou ostensivamente no campo da cura sendo
intermediária entre a Terra e o Céu. Muito estudiosa, tomou conhecimento das
obras doutrinárias, principalmente de Kardec, em companhia dos companheiros do
Centro, como professor Alexandre J. Lacerda, Marcelina Chaves, Eliezer Fonseca,
Manoel Gonçalves e Manoel Pessoa de Campos, incansáveis trabalhadores que
deixaram seus nomes registrados de modo indelével naquela cidade.
Com seu
esposo foi o amparo de multidões de aflitos e deserdados da sorte, que tiveram
em seu coração, o remédio, o amparo e a consolação.
Fez parte
das diretorias de duas instituições: C.E. “João Baptista” e C.E. ”Fé e
Esperança”, em cuja diretoria ficou integrada até o final de sua romagem
terrena.
Em 1930,
funda-se o “Lar Manoel Pessoa de Campos”, instituição de amparo a crianças do
sexo feminino, cuja primeira diretora foi Helena Chaves Arneiro.
Em 1940,
motivado por um período de licença da referida diretora, Dona Ritinha a
substituiu no cargo, ocupando-o com grande eficiência, dedicação e carinho.
Em 1927, o
Dr. Walter Gomes Franklin, médico parteiro residente naquela cidade, solicitou
à diretora do C.E. “Fé e Esperança”, autorização para instalar dois leitos para
parturientes, em uma de suas salas. Obtida a autorização, ficou ali
funcionando, de forma precária, até o ano de 1935, quando foi oficialmente
fundada uma Maternidade, com instalações mais adequadas.
Com a
desencarnação do Dr. Walter Franklin, em 7 de novembro de 1953, o seu nome foi
dado àquele estabelecimento.
A palavra de
Rita Cerqueira era eloquente e esclarecedora, pois ela possuía notável poder
persuasivo, sendo por isso muito apreciada por todos os espíritas.
A sua
predileção pendia para temas evangélicos, conseguindo dar interpretações claras
às parábolas de Jesus Cristo.
Em sua
oratória fazia salientar a necessidade da prática ao amor ao próximo, dando
também muita ênfase a temas que versassem sobre a fé, a esperança, a bondade e,
sobretudo, a caridade.
O seu
exemplo maravilhoso levou muita gente para o Espiritismo. Os seus conselhos
eram acatados por todos, pois era dotada de elevado senso de responsabilidade e
sabia, com raro tirocínio, fazer restabelecer a paz nos lares, serenar os
ânimos e reatar a amizade entre pessoas que se consideravam desafetas.
Quando de
sua desencarnação, por decreto municipal, foi declarado luto oficial por três
dias “por motivo do falecimento da ilustre dama trirriense e grande benfeitora
da infância desamparada, ocorrido no dia 6 de abril de 1951, nesta cidade”.
O seu nome
foi dado a uma das ruas centrais de Três Rios.
Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem:
Internet Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário