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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

SEBASTIÃO PARANÁ DE SOTTOMAIOR

1864 - 1938

O Dr. Sebastião Paraná nasceu em Curitiba, a 19 de novembro de 1864 e aí desencarnou a 8 de março de 1938, na residência de seu genro, Dr. Lauro Schleder. Era filho do Capitão Inácio de Sá Sottomaior e neto do Coronel de milícias do mesmo nome.

Casou-se com Elvira da Costa Faria Paraná, em 19 de dezembro de 1905. Não teve filhos.

Cursou as primeiras letras na Escola regida pelo Professor Miguel Schleder e o curso primário no Colégio Curitibano, sob a direção do Professor Nivaldo Braga.

Em 1883 matriculou-se no Instituto Paranaense. Fez os preparativos em Curitiba e se diplomou em Direito e em Ciências Políticas e Sociais, no Rio de Janeiro.

Viveu dilatados anos, sempre batalhador insone nas nobres lides do espírito. Geógrafo notável; publicou obras que representam o melhor que se possui na matéria. De sua lavra relacionamos: Esboço geográfico do Paraná (1889), Corografia do Paraná (1899), O Brasil e o Paraná (1925), Guia do comerciante (1909), Os Estados da República (1911), Exultação (1913), O alcoolismo e o jogo (1913), Galeria Paranaense (1922), Países da América (1922), Países da Europa (1926), Efemérides da Revolução de outubro de 1930 no Estado do Paraná (1931).

Sua obra O Brasil e o Paraná alcançou um número expressivo de edições, nunca antes registrado na bibliografia local. Em 1941, apareceu a 22ª edição.

Como professor, foi mestre querido e venerado por muitas gerações paranaenses que lhe aproveitaram a competência e talentos.

A 18 de abril de 1900, foi nomeado professor catedrático de Geografia e Corografia do Brasil, no Ginásio Paranaense e Escola Normal de Curitiba.

Em 1906, regeu, interinamente, a Cadeira de História Universal no Ginásio Paranaense. Em 1916, exerceu, interinamente, a Superintendência Geral do ensino. Desse ano, até 1920, foi Diretor do Ginásio Paranaense.

Foi Professor da Universidade Federal do Paraná.

Como homem público, cruzou altos cargos com descortínio e austeridade. Cidadão, não sabia fazer inimigos. Não deu guarida aos sentimentos mesquinhos da desafeição.

Pelo decreto 29 de 22 de fevereiro de 1928, foi nomeado Diretor da Secretaria do Interior e Justiça do Paraná, tendo se exonerado, então, da cátedra que luminosamente prelecionara quase 30 anos.

Por motivo de saúde, em 1930, a pedido, foi transferido para a direção do Museu Paranaense e Biblioteca Pública do Paraná, onde foi aposentado pelo Decreto 774, de 2 de abril de 1931.

Alcançou a patente de Capitão da Reserva do Exército Nacional, tendo servido como praça, de 6 de setembro de 1893 a 13 de março de 1894, no Batalhão Patriótico Benjamin Constant.

Foi Deputado no Congresso Legislativo do Paraná, na legislatura 1902/1903. Pertenceu à Comissão de Instrução Pública, revelando-se incansável em zelos e iniciativas, em prol dos interesses da educação popular.

Fez parte do Conselho Superior do Ensino Público no Paraná. Em 1905, foi nomeado, por indicação do Governo do Estado, agente auxiliar do Arquivo Nacional, no Paraná.

Integrou a Comissão encarregada de receber trabalhos para o Congresso Internacional de História da América, sendo nomeado para, ao lado de Rocha Pombo, Dario Vellozo, Nestor Victor e Romário Martins, representar o Paraná no magno certame.

Pertenceu ainda ao Centro de Letras do Paraná e Academia de Letras do Paraná. Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Geográfico Argentino, da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Como jornalista foi Diretor do Jornal A Tribuna, Redator de A República e de O Município.

Foi fundador da Federação Espírita do Paraná, em 24 de agosto de 1902, junto a outros homens valorosos e foi seu primeiro Presidente eleito, após a aprovação do Estatuto Social, em 4 de outubro de 1903. Permaneceu no cargo, por reeleição, até 13 de janeiro de 1907.

Também foi na Federação Espírita do Paraná - FEP, Membro da Comissão Central de 2 de agosto de 1908 a 18 de julho de 1909 e de 13 de janeiro de 1918 a 1919.

Ocupou ainda o cargo de Diretor do Núcleo Central, Diretor da Caixa Escolar e de Estudos Doutrinários.

Escreveu o livro Vade-mecum (Preces e ensinos espíritas), editado pela FEP, em 1929-1930.

Modesto e amável, foi dos que muito trabalharam pelo engrandecimento do torrão nativo.

Honesto e sincero, só amizades conquistou.

Dois anos antes de sua morte, as alunas da Escola Normal deliberaram manifestar publicamente sua gratidão àquele que escrevera Os Estados da República e Países da América.

Nos jardins do modelar educandário foi, a 19 de novembro de 1936, inaugurado o baixo-relevo do perfil do Professor Sebastião Paraná, um magnífico bronze de J. Turim, encravado na pedra, e que se encontra à entrada do edifício, como símbolo singular proclamando a gratidão da mocidade.

Retido ao leito, nos últimos anos de sua vida, Sebastião Paraná, ainda assim arrostou sereno os amargores da moléstia que cruelmente o imobilizava.

Morreu a 8 de março de 1938. Seu sepultamento se deu no Cemitério Municipal de Curitiba. Discursaram à beira do túmulo: Porto Vellozo, pelo Instituto Neo-Pitagórico; Veríssimo de Souza, pela Loja Maçônica Fraternidade Paranaense; Raul Gomes, pela Imprensa Curitiba; Heitor Stockler, pela Academia Paranaense de Letras e Centro de Letras do Paraná; Lourenço de Araújo, em nome de diversas associações operárias.

Curitiba prestou sua homenagem, dedicando-lhe uma rua com o nome de Professor Sebastião Paraná e, em edição do Jornal Gazeta do Povo (Curitiba), em 19 de março de 1967, em coluna denominada "Vultos", junto com sua biografia, consta uma série de considerações sobre sua personalidade, dizendo ter sido ele sempre elogiado, não só pelo exemplar comportamento, como pela aplicação, e que ele, sendo modesto e amável, muito contribuiu pelo engrandecimento do torrão natal.


Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

SEBASTIÃO LASNEAU

1900 – 1969

Nascido em Barra de Piraí, Estado do Rio de Janeiro, no dia 12 de novembro de 1900 e desencarnado na mesma cidade, no dia 30 de março de 1969.

Sebastião Lasneau era poeta, repentista e trocadilhista, fazia versos de improviso e qualquer motivo lhe sugeria um tema. As “Semanas Espíritas” de várias cidades dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e outros, não estavam completas sem a sua presença.

Dava expansão à rima e ao ritmo, registrando sempre a presença dos confrades espíritas em quadrinhas que recitava com muita verve. Seus pais foram Evilásio Antônio Lasneau e Etelvina Santos Lasneau.

Iniciou sua vida profissional trabalhando em algumas empresas existentes nas cidades de Paracambi e Mendes (Estado do Rio de Janeiro), passando posteriormente a trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil, onde permaneceu durante cerca de vinte anos, aposentando-se por invalidez.

Nessa ocasião exercia as funções de cabineiro na Estação de Sant Ana da Barra.

Lasneau casou-se em primeiras núpcias com Augusta Dias Lasneau e com ela conviveu durante cerca de sete anos, quando inesperadamente ficou viúvo, com dois filhos em tenra idade.

Algum tempo depois, casou-se, em segundas núpcias, com Olívia Lasneau, que se tornou mãe carinhosa para seus filhos e esposa dedicada durante trinta e seis anos.

Nenhum de seus biógrafos registrou o motivo pelo qual ele se tornou adepto do Espiritismo.

Consta que, em 1944, ingressou no quadro social do Grêmio Espírita de Beneficência de Barra do Piraí, a cuja instituição dedicou a maior parte de sua vida.

Foi eleito seu presidente na gestão de 1954, e vice-presidente em 1955, tendo cedido à causa espírita, todo o tempo que tinha disponível.

Passou por uma expiação dificílima: atacado de glaucoma, perdeu completamente a visão. Era diabético e sofria horrivelmente do fígado. Teve polinevrite com dores lancinantes causadas pelo glaucoma. Acometido de todas essas enfermidades, jamais lamentava-se, rogando sempre a Deus para que lhe concedesse forças para lutar por um mundo melhor.

Lançou mãos de todos os recursos que a Medicina da época lhe facultava, sem qualquer resultado positivo.

Por fim, a conselho de amigos, foi a Caratinga (Minas Gerais), e, na Fazenda Eureka, de propriedade de confrades, submeteu-se a uma intervenção mediúnica, realizada por Espíritos materializados. Não conseguiu recuperar a visão, porém desapareceram todas as dores que sofria no globo ocular.

Além de poeta, foi excelente expositor de temas doutrinários do Espiritismo, tendo realizado apreciável tarefa no campo da divulgação doutrinária.

Proferiu grande número de palestras em instituições espíritas do Estado do Rio de Janeiro. Aproveitava sempre o trajeto de suas viagens para elaborar quadrinhas primorosas, com temas evangélicos e doutrinários, a fim de brindar o público ouvinte.

Teve sempre a melhor boa vontade para com os novos poetas, a todos ensinando, corrigindo e incentivando. Escreveu o jornalista Dr. Agnelo Morato, da cidade de Franca (SP), numa crônica estampada no jornal “A Nova Era”: “Foi extraordinário animador do movimento moço nas fileiras espíritas e seus versos representavam incontido estímulo e incentivo ao bom ânimo de todos os sofredores. Conhecia a matemática do tempo; na sua marcha milenar, vai pondo os dias sobre os dias, anos sobre anos, vida sobre vida, na sua eterna conta de somar. Todo ele se expande em ritmos e sonoridade, revelando fé raciocinada, consolações que obteve ao abeberar-se na fonte de sabedoria espírita, um dos nossos melhores poetas e prosadores”.

Com enorme dificuldade, conseguiu editar alguns livros de sua autoria, os quais tiveram os seguintes títulos: “Pôr do Sol”, “Versos para Eva Musa”, “Versos para a Mocidade”, “Poemas de Barra do Piraí”, “Espiritismo em Três-Rios”, “Cancioneiros da Fraternidade”, “Almas que Cantam” e “Quadras a Completar”.

Deixou ainda alguns livros inéditos, intitulados: “Roseiral de Luz”, “Eterna Canção”, “Poemas das Origens”, “Amizade Inter-Planos” e mais um sem-número de trabalhos, os quais, se colecionados, formariam outros tantos livros.

Sebastião Lasneau dedicou-se também no jornalismo. Foi redator de vários jornais, inclusive do “Jornal do Povo”, de Barra do Piraí. Escrevia crônicas e poesias, conforme se pode ver nas edições do jornal, referente ao ano de 1941.

Musicou alguns de seus versos e fez várias paródias espiritualizadas de músicas famosa da época, as quais eram muito cantadas nos movimentos de mocidade.

Foi autor do “Hino do Cinquentenário de Barra do Pirai”.

Foi patrono do Ginásio Estadual “São José”. Recebeu o título de cidadão Guaraniense, na cidade de Guarani (Minas Gerais).

Foi juiz de vários concursos de poesias, inclusive da 1ª CONJEB (I Confraternização de Mocidades Espíritas do Brasil), realizadas em Marília (Estado de S. Paulo), certame levado a efeito no ano de 1965.

Após a sua desencarnação, como homenagem póstuma, foi eleito Patrono do “Circulo dos Missivistas Amigos”, um movimento fraterno que promove a correspondência entre pessoas livres e encarceradas, em todo o Brasil.

Participou também de vários concursos, em jogos florais, realizados na cidade de Taubaté (SP), Nova Friburgo (RJ) e outras cidades, ganhando inúmeros certificados.

Sebastião Lasneau foi, portanto, um dos grandes vultos espíritas, cuja obra teve por cenário numerosas cidades do Estado do Rio de Janeiro e de outros Estados da região Centro-Sul do Brasil, fazendo-o através de uma participação efetiva e constante, em todas as grandes realizações que eram efetuadas em prol da divulgação da Doutrina dos Espíritos, tornando-se, por isso, uma personalidade querida e requisitada por todos.

Autor Desconhecido. Fonte do texto e imagem: Internet Google.