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sábado, 26 de maio de 2012

Richard Simonetti

Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935.
Filho de Francisco Simonetti e Adélia M. Simonetti. Casado com Tânia Regina M. S. Simonetti.

Tem quatro filhos: Graziela, Alexandre, Carolina e Giovana.
Participa do movimento espírita desde 1957, quando integrou-se no Centro Espírita "Amor e Caridade", que desenvolve largo trabalho no campo doutrinário de assistência e promoção social.

Articulou o movimento inicial de instalação dos Clubes do Livro Espírita, que prestam relevantes serviços de divulgação em dezenas de cidades.
É colaborador assíduo de jornais e revistas espíritas, notadamente "O Reformador", "O Clarim" e "Folha Espírita".

Funcionário aposentado do Banco do Brasil vem percorrendo todos os Estados brasileiros e alguns países em palestras de divulgação da Doutrina Espírita.

Entrevista - Folha Espírita

1. Conte um pouco da sua história pessoal e faça um resumo de seu envolvimento com a Doutrina Espírita.

Tive a felicidade de nascer em lar espírita. Meus pais trabalharam como médiuns. Minha mãe esteve ligada ao Centro Espírita Amor e Caridade, de Bauru, durante décadas. Tomado pela timidez, pouco freqüentei a tradicional evangelização infantil e efêmera foi minha passagem pela Mocidade Espírita, que deixei de freqüentar a partir do momento em que me escalaram para breves comentários em torno de tema doutrinário. Amarelei. Em 1957, com 22 anos, já no movimento adulto, decidi enfrentar o público, numa reunião que me parecia freqüentada por uma “multidão”. Eram perto de 30 pessoas. Passava mal. Torcia por um temporal que reduzisse drasticamente o comparecimento. Com o tempo fiquei “sem vergonha”. Tenho passado minha experiência para jovens tímidos, como eu, procurando demonstrar que tudo depende de nosso esforço e a coragem de enfrentar nossas limitações. Com o tempo adquirimos a autoconfiança que nos permite enfrentar com tranqüilidade qualquer público.

2 – E os livros? Como explica seu envolvimento com a literatura espírita, com 34 livros publicados?

No dia 19 de fevereiro de 1957 fiz meu début como expositor espírita. Ainda com as pernas bambas, mas aliviado porque a provação terminara, ouvi minha mãe ler vidências que anotara durante a reunião. Duas relacionavam-se comigo. Observou um jovem que saia alegremente de uma livraria, sobraçando muitos livros, e um mentor da casa a entregar-me uma chave e um punhado de folhas de papel em branco. Hoje entendo que havia um compromisso com a literatura espírita. Os livros representavam o convite ao estudo; a chave, uma abertura para uma nova atividade, nas folhas de papel em branco, que se transformariam em livros. Em 1963, despretensiosamente, remeti um artigo para o Dr. Wantuil de Freitas, Presidente da FEB, aventado a possibilidade de aproveitamento na revista Reformador. Para minha surpresa, foi publicado, dando início ao meu trabalho como escritor. Desde então, tenho a honra de pertencer ao quadro de articulistas desse que é o nosso mais importante periódico espírita. Aquele artigo, Medicina Pioneira, abre Para Viver a Grande Mensagem, meu primeiro livro, editado pela FEB, em 1970, graças à generosidade de seu presidente.

3 – O que representa o Espiritismo em sua vida?

O Espiritismo é a própria vida a circular em nossas veias, sustentando-nos o bom ânimo, na medida em que define os porquês da existência, de onde viemos, por que estamos na Terra, para onde vamos, rumo a gloriosa destinação.

4 – Como deve ser a atuação do espírita na sociedade?

Há um termo em moda: cidadania. Ressalta-se o exercício da cidadania como a reivindicação de nossos direitos perante a sociedade. Na verdade o termo é bem mais amplo, envolvendo, sobretudo, nossos deveres. O Espiritismo enfatiza justamente esse aspecto, ajudando-nos a superar o egoísmo milenar que inspira o “viver para si”, entendendo que é preciso, sobretudo, “viver para os outros”, cumprindo a orientação de Jesus. O Mestre deixou bem claro que edificaremos o Reino de Deus na Terra na medida em que estejamos dispostos a fazer pelo semelhante o bem que gostaríamos nos fosse feito.

5 – Como está o movimento espírita?

Depende do enfoque. Se considerarmos a ação social espírita, vai muito bem. Embora sejamos uma minoria, o trabalho social espírita ombreia-se com as religiões majoritárias, o que significa que fazemos bem mais, proporcionalmente. Se considerarmos a divulgação da doutrina, fundamental ao cumprimento de seus objetivos, estamos mal. Somos acanhados e reticentes quando se trata de unir esforços, envolvendo revistas, jornais, radio, televisão… há muito deveríamos ter um canal de televisão e periódicos espíritas consistentes nas bancas e livrarias.

6 – O que deve ser feito para que o Espiritismo seja melhor divulgado?

Fundamentalmente, que nos envolvamos tanto com a divulgação da Doutrina quanto estamos envolvidos com o trabalho filantrópico. Estamos superando o estagio de mero atendimento de necessidades imediatas para a promoção dos assistidos, naquele “ensinar a pescar”, além de “dar o peixe”. Isso é ótimo. Não obstante, mais importante que promover o homem perecível é conscientizar o Espírito imortal em trânsito pela Terra. Por isso Emmanuel proclama que a maior caridade que podemos praticar como espíritas é a própria divulgação da Doutrina. Creio que sempre ajudará, nesse particular, usarmos a imaginação. Foi o que fizemos em Bauru, em 1976, iniciando uma ampla campanha de instalação de Clubes do Livro Espírita, um ovo de Colombo da divulgação espírita, que entrega mensalmente, aos associados, livros espíritas especialmente selecionados, a preço reduzido. Hoje há dezenas de C.L.E. em nosso país e o número só não é bem maior, porque os dirigentes espíritas não param para pensar no potencial dessa idéia tão simples de execução, e de resultados tão amplos na realização.

Sou italiano da gema. Meus avôs paternos e maternos vieram da Calábria, no final do século dezenove, instalando-se em Bauru SP, cidade de 350.000 habitantes, onde nasci e resido.

Do lado materno, família Marchioni. Meu avô Valentim era açougueiro. Seu estabelecimento funcionava na frente de sua casa. Era caridoso e liberal. Seus funcionários almoçavam à mesa com ele e os pobres que o procuravam nunca saiam sem um pedaço de carne para a refeição. Teve oito filhos, dentre eles Adélia, minha mãe.

Do lado paterno, família Simonetti. Não conheci meu avô, Afonso, que faleceu novo, com trinta e poucos anos, deixando seus 8 filhos aos cuidados de minha avó, Helena, mulher pequenina, mas muito decidida e atuante, que sustentou a família com o comércio de tecidos e confecções. Meu pai, Francisco, era enfermeiro e extremamente caridoso.

As duas famílias se adaptaram maravilhosamente ao Brasil. Os patriarcas e quase todos seus filhos já faleceram, mas filhos, netos, bisnetos e tataranetos multiplicaram-se e estão espalhados por várias cidades, ostentando seus os honrosos sobrenomes italianos, um pouco da Itália em nosso país.

Quanto a mim, funcionário aposentado do Banco do Brasil, sou presidente do Centro Espírita Amor e Caridade, de Bauru, entidade que realiza amplo trabalho de divulgação da Doutrina e exercício da filantropia, com perto de 800 voluntários e atendimento de perto de 25.000 carentes, anualmente. Nas horas vagas tenho me dedicado à literatura espírita, com 37 livros publicados, dentro os quais destacaria os estudos sobre o Livro dos Espíritos, em cinco volumes e sobre o Evangelho, em seis volumes, um trocar em miúdos dessas obras fundamentais. Recentemente foi publicado meu livro “Mediunidade”, tudo o que você precisa saber e atualmente os preparativos para o lançamento do livro “Abaixo a Depressão”.

FONTE: Minhas Raízes Para Jornal Italiano.

Obras de Richard Simonetti

Antes Que o Galo Cante; Levanta-te; Não Peques Mais, Paz na Terra; Setenta Vezes Sete; Tua Fé te Salvou; Coleção - Estudando o Livro dos Espíritos; A Constituição Divina; A Presença de Deus; Bem-Aventurados os Aflitos; Quem tem Medo dos Espíritos?; Um Jeito de Ser Feliz; Viver em Plenitude; Temas de Atualidade; A Força das Idéias; A Missão do Brasil; Espiritismo, uma Nova Era; Mediunidade Tudo que você precisa saber; Quem tem Medo da Morte?; Reencarnação Tudo que você precisa saber; Temas de Hoje Problemas de Sempre; Tempo de Despertar; Vencendo a Morte e a Obsessão; Auto-Ajuda; A Saúde da Alma; Abaixo a Depressão!; Amor, sempre amor!; Em Busca do Homem Novo; Fugindo da Prisão; O Destino em Suas Mãos; Para Rir e Refletir; Para Viver a Grande Mensagem; Quem tem Medo da Obsessão; Rindo e Refletindo com a História; Rindo e Refletindo com Chico Xavier; Rindo e Refletindo com Chico Xavier 2; Suicídio tudo que você Precisa Saber; Uma Razão Para Viver; Histórias e Crônicas; Atravessando a Rua; Boas Idéias; Endereço Certo; Histórias que Trazem Felicidade; Luzes no Caminho; Mais Histórias que Trazem Felicidade; O Clamor das Almas; O Sermão da Montanha; A Voz do Monte; O Céu ao Nosso Alcance; Juventude; Não Pise na Bola; Romances; Mudança De Rumo; O PLANO B; O Vaso de Porcelana.

sábado, 5 de maio de 2012

Charles Richet

Conhecido como o fundador da Metapsíquica, Charles Richet (1850-1935) desempenhou um papel fundamental no processo de desvendar o desconhecido mundo dos fenômenos anímicos. Em 1905, então presidente da Sociedade de Investigações Psíquicas - Londres, propôs o nome de Metapsíquica a este conjunto de conhecimentos.

Sua obra mais famosa, Tratado de Metapsíquica, é um verdadeiro arcabouço de fatos e descrições pormenorizadas de experiências psíquicas, descrições históricas e classificatórias que muito colaboraram para o seu desenvolvimento. A sua maior contribuição, sem sombra de dúvida, foi o estudo do ectoplasma, substância responsável pela viabilidade dos fenômenos ditos objetivos.

Foi ele quem, pela primeira vez, denominou a substância que emanava dos médiuns de efeitos físicos de ectoplasma, naquele momento referindo-se aos fluidos que emanavam de Eusápia Paladino (uma das maiores médiuns da história do Espiritismo): “são as formações difusas que eu chamo de ectoplasmas; porque elas parecem sair do próprio corpo de Eusápia”.

Numa experiência transcorrida com a médium Marthe Béraud, Charles Richet e Gabriel Delanne fizeram com que a “materialização” soprasse o ar de seus pulmões através de uma solução aquosa de barita, usando um pequeno tubo. O resultado foi o turvamento do líquido, revelando a presença do gás carbônico, fenômeno peculiar dos organismos vivos normais.

A Metapsíquica de Richet era composta pela composição dos seguintes fenômenos: a Criptestesia, a telecinesia e a ectoplasmia. Para ele, a Metapsíquica estava na flor d’água de uma nova psicologia. No seu Tratado, Richet classificou a história da fenomenologia metapsíquica em quatro períodos:

1°) Período Mítico, que vai das origens históricas até Mesmer, (1776);
2°) Período Magnético, que vai de Mesmer às irmãs Fox, ( 1847);
3°) Período Espirítico, que vai das irmãs Fox, passando por Allan Kardec, a William Crookes (1872);
4°) Período Científico, que vai de Crookes até agora.

Charles Richet classificou os fenômenos metapsíquicos em dois grupos gerais: Fenômenos Subjetivos, que ocorrem exclusivamente na área psíquica, sem nenhuma ação dinâmica sobre os objetos materiais (anos antes, a estes fenômenos Allan Kardec denominou Inteligentes). E Fenômenos Objetivos, cuja manifestação envolve ação física sobre os objetos materiais (na linguagem espírita, Fenômenos Físicos).

Esta classificação é utilizada até os dias de hoje.

Richet e o Espiritismo

Charles Richet nunca se declarou espírita, mas sim, um estudioso dos fenômenos metapsíquicos. Não podemos, portanto, classificar Charles Richet como um continuador da obra de Allan Kardec, já que na verdade Richet reserva um espaço de duas páginas em um Tratado de mais 700 àquele que poderia ter sido um de seus mestres.

Desvendou um caminho distinto, sem evidentemente desconhecê-lo tanto, e que o classifica na categoria de iniciador romântico da Metapsíquica, reconhecendo em Kardec, a quem se refere como Dr. H. Rivail, algum apreço pela investigação científica, mas que, no entanto, se levou demais a acreditar que as comunicações dos Espíritos através dos médiuns eram destituídas de erros, desde que as mesmas emanassem de bons Espíritos.

Esta crítica, a nosso ver, não é muito justa, porém se assemelha à feita por Arthur Conan Doyle em seu A História do Espiritualismo, fazendo-nos, pelo menos, pensar que conhecemos hoje bem melhor a obra de Kardec do que os quase contemporâneos vizinhos e conterrâneos.

Foi companheiro de jornada de homens do vulto de um Gustavo Geley, Gabriel Delanne e Ernesto Bozzano. Este último seu grande amigo e com quem duelaria no campo da ciência. Bozzano no seu livro “Metapsíquica Humana”, dedica no último capítulo, denominado: Respostas a algumas objeções de ordem geral; algumas palavras diretamente contrárias às posições de Charles Richet, são elas: “..não devo ocultar que entre os que assim pensam está o Prof. Charles Richet, a quem sinceramente venero e admiro. No Journal of the American for S.P.R. de setembro de 1923, pag. 400, a respeito ele escreve:Sou de opinião que, se a Metapsíquica não tem progredido mais, se deve isto a um defeito de método; quiseram dela fazer uma religião cheia de ardor, em vez de uma ciência serena e modesta...

Penso ser de não pequena utilidade destruir essa deplorável prevenção, filha de uma observação estranhavelmente parcial e superficial do movimento espírita encarado em seu conjunto. Se é verdade que o Espiritismo seja tomado num sentido religioso por uma multidão, aliás muito respeitável, de almas simples, não quer dizer isso que ele seja religioso, mas tão somente que as conclusões rigorosamente experimentais e, portanto, científicas, a que conduzem as investigações medianímicas, tem a virtude de reconfortar grande número de almas atormentadas pela dúvida... ( Ernesto Bozzano, Metapsíquica Humana) e se refere a tantos sábios, homens de ciência que se dedicaram a estudar os fenômenos inicialmente de forma materialista, convertendo-se ao Espiritismo pela conclusão a que chegaram através da pesquisa.

Na introdução do seu Tratado de Metapsíquica Richet, em sua segunda edição, chega mesmo a citar os espíritas que já naquela época pouca importância deram a esta obra uma vez que acreditavam que tudo o que importava já havia sido escrito.

Richet escreveu se os espíritas fossem justos, reconheceriam que a minha tentativa de fazer entrar na ordem dos fatos científicos todos os fenômenos que constituem a base de sua fé, mereceria eu verdadeiramente alguma indulgência.

Vê-se que na época o movimento espírita francês já estava totalmente dominado pelos ritos, afastando-se dos ensinamentos de Allan Kardec, salvava-se neste tempo Gabriel Delanne, que muito doente insistia com a sua Sociedade Francesa de Estudos de Fenômenos Psíquicos e na revista Le Spiritisme. A rigidez de Richet, com relação à metodologia científica se explica pelo trabalho profissional do mesmo que, como cientista, veio a ser merecedor de um Prêmio Nobel.

A Visão do Futuro

Allan Kardec, em A Gênese escreve: Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará. Com estas palavras Kardec colocava todo o seu gênio que infelizmente só foi seguido por alguns como Camille Flammarion, Léon Denis, Delanne dentre outros

Desta mesma forma, Richet declara que o primeiro Tratado de Metapsíquica irá ter a sina comum. Ele irá logo ficar para trás e cair em desuso, porque os progressos desta nova ciência serão rápidos.

Assim como Kardec, os metapsiquistas também acreditavam num rápido progresso das ciências psíquicas, elas de fato tiveram algum alento com o advento da Parapsicologia de Rhine.

Autor: Alexandre Cardia Machado

Fonte da imagem: Internet Google.